Churrasco mais caro: carnes sobem mais que inflação, e preços devem continuar em alta em 2025

Expectativa é de que o preço da carne suba pelo menos 7,9% no último trimestre deste ano. Em 2025, aceleração deve ser de até 16,1% O preço das carnes subiu 5,81% em outubro em relação ao mês anterior, a maior alta em quatro anos. Esse aumento supera a média da inflação dos últimos 12 meses, que foi de 4,76%. E, segundo as projeções, o tradicional churrasco deverá pesar ainda mais no bolso do brasileiro, tanto neste fim de ano quanto em 2025. Quer entender como o preço mais salgado da carne chega àquela picanha na sua churrasqueira? Confira o infográfico interativo do GLOBO sobre a inflação do churrasco. Décimo terceiro salário: calculadora do GLOBO mostra quanto trabalhador tem a receber Inflação, juro e indústria: qual será o ‘efeito Trump’ no Brasil? A expectativa é que o preço da carne suba pelo menos 7,9% no último trimestre deste ano, a maior alta para o período desde 2020. Esse aumento é reflexo do encarecimento dos custos do gado, o maior em três décadas, o que representa um desafio para os frigoríficos e gera preocupações em relação ao fornecimento de carne bovina. Um dos principais fatores para esse aumento é o preço do boi gordo nas fazendas, que acelerou 33% nos últimos dois meses. A alta ocorre em um momento em que uma seca severa tem prejudicado as pastagens e restringido o fornecimento de animais para abate. Por ser uma parte fundamental de proteína na dieta dos brasileiros, a alta da carne bovina tende a impactar também os preços de outras proteínas animais, como a carne suína e o frango. Initial plugin text A menor oferta de gado ocorre justamente quando as exportações brasileiras de carne bovina, incluindo para os EUA, estão em crescimento. A desvalorização do real aumenta o poder de compra dos importadores, intensificando a concorrência com os consumidores nacionais. O cenário agrava ainda mais os desafios do Banco Central no controle da inflação, que elevou a taxa de juros pela segunda vez consecutiva, atingindo 11,25% na Taxa Selic. Preços mais salgados em 2025 Para o próximo ano, analistas projetam uma inflação de alimentos de até 7,4%, devido a uma combinação de dólar mais alto — após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas, a moeda se valorizou e chegou a ser negociado a R$ 5,8619 no Brasil — e oferta restrita de alguns produtos. Eleição nos EUA: Equipe econômica acompanha formação de governo Trump para medir impactos concretos no Brasil O preço das carnes, por sua vez, deve subir até 16,1% em 2025. Se confirmado, será o maior aumento em cinco anos: em 2020, a alta foi de 17,97%. As projeções indicam que a carne bovina deve avançar até 16,8% no próximo ano, enquanto a carne suína e o frango devem registrar aumentos de até 13% e 11%, respectivamente. Se as previsões se concretizarem, o aumento nos preços dos alimentos superará a inflação geral projetada para 2025, que é de cerca de 4%. Initial plugin text

Nov 10, 2024 - 01:28
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Churrasco mais caro: carnes sobem mais que inflação, e preços devem continuar em alta em 2025

Expectativa é de que o preço da carne suba pelo menos 7,9% no último trimestre deste ano. Em 2025, aceleração deve ser de até 16,1% O preço das carnes subiu 5,81% em outubro em relação ao mês anterior, a maior alta em quatro anos. Esse aumento supera a média da inflação dos últimos 12 meses, que foi de 4,76%. E, segundo as projeções, o tradicional churrasco deverá pesar ainda mais no bolso do brasileiro, tanto neste fim de ano quanto em 2025. Quer entender como o preço mais salgado da carne chega àquela picanha na sua churrasqueira? Confira o infográfico interativo do GLOBO sobre a inflação do churrasco. Décimo terceiro salário: calculadora do GLOBO mostra quanto trabalhador tem a receber Inflação, juro e indústria: qual será o ‘efeito Trump’ no Brasil? A expectativa é que o preço da carne suba pelo menos 7,9% no último trimestre deste ano, a maior alta para o período desde 2020. Esse aumento é reflexo do encarecimento dos custos do gado, o maior em três décadas, o que representa um desafio para os frigoríficos e gera preocupações em relação ao fornecimento de carne bovina. Um dos principais fatores para esse aumento é o preço do boi gordo nas fazendas, que acelerou 33% nos últimos dois meses. A alta ocorre em um momento em que uma seca severa tem prejudicado as pastagens e restringido o fornecimento de animais para abate. Por ser uma parte fundamental de proteína na dieta dos brasileiros, a alta da carne bovina tende a impactar também os preços de outras proteínas animais, como a carne suína e o frango. Initial plugin text A menor oferta de gado ocorre justamente quando as exportações brasileiras de carne bovina, incluindo para os EUA, estão em crescimento. A desvalorização do real aumenta o poder de compra dos importadores, intensificando a concorrência com os consumidores nacionais. O cenário agrava ainda mais os desafios do Banco Central no controle da inflação, que elevou a taxa de juros pela segunda vez consecutiva, atingindo 11,25% na Taxa Selic. Preços mais salgados em 2025 Para o próximo ano, analistas projetam uma inflação de alimentos de até 7,4%, devido a uma combinação de dólar mais alto — após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas, a moeda se valorizou e chegou a ser negociado a R$ 5,8619 no Brasil — e oferta restrita de alguns produtos. Eleição nos EUA: Equipe econômica acompanha formação de governo Trump para medir impactos concretos no Brasil O preço das carnes, por sua vez, deve subir até 16,1% em 2025. Se confirmado, será o maior aumento em cinco anos: em 2020, a alta foi de 17,97%. As projeções indicam que a carne bovina deve avançar até 16,8% no próximo ano, enquanto a carne suína e o frango devem registrar aumentos de até 13% e 11%, respectivamente. Se as previsões se concretizarem, o aumento nos preços dos alimentos superará a inflação geral projetada para 2025, que é de cerca de 4%. Initial plugin text

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