Centros de pesquisas sugerem plano para áreas críticas do G20

T20, formado por 182 entidades, apresentará roteiro de ação em temas como mudanças climáticas e segurança alimentar Para pressionar a agenda do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana, um grupo de centros de pesquisa entregará aos líderes uma proposta de plano de ação para enfrentamento dos principais desafios desafios globais. Trata-se do T20, um dos grupos de engajamento do G20, que pela primeira vez desde que foi criado, em 2012, sugeriu um roteiro para a implementação de medidas em áreas críticas. 'Não dá para sair à noite': Imigrantes brasileiros temem deportação em massa sob governo Trump Eleições EUA: Trump deve testar limites do uso de militares dentro e fora dos EUA Transformação digital O programa abrange temas como mudanças climáticas, transformação digital, segurança alimentar e reformas financeiras. Antes, os esforços se concentravam em apresentar recomendações políticas, sem apontar caminhos possíveis. A expectativa é ajudar a amplificar a voz da sociedade civil nos debates e influenciar os processos de tomada de decisão do G20. Elaborado por 182 entidades e institutos de países que são membros ou convidados do G20 no Brasil, o documento detalhado com todos os planos de ação será entregue aos integrantes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças durante a Cúpula do T20, amanhã e terça-feira, no Rio. Com evolução das tecnologias digitais, como a inteligência artificial, a questão dos dados é um dos focos das propostas do T20. O grupo vai sugerir a adoção de um regime de governança que promova transparência no desenvolvimento de dados e capacite os cidadãos para que eles possam controlar como suas informações pessoais são usadas, geridas e compartilhadas. Outra recomendação é a criação de uma estrutura regulatória que assegure acesso justo e inclusivo a infraestruturas digitais, como sistemas de pagamento. Trump eleito: Por que as pesquisas não captaram a vitória do republicano nos EUA? — Em alguns temas de transformação digital, o Brasil está muito avançado. O Pix foi uma inovação incrível que permitiu a inclusão ao possibilitar transferências de dinheiro sem cobrança. Temos exemplos interessantes para compartilhar e podemos absorver modelos de outros países — diz a diretora-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Julia Dias Leite. Na questão das mudanças climáticas, a proposta é que sejam instituídos mecanismos de capacitação, transferência de tecnologia e financiamento para ajudar planos nacionais de transição para uma economia de baixo carbono, principalmente em países em desenvolvimento. — Bancos de desenvolvimento podem criar fundos para apoiar essa transição, mas é preciso vontade política — afirma Leite. A sugestão de planos de ação inclui estratégias para reestruturar a dívida de países de baixa renda, fortalecer novamente a Organização Mundial do Comércio (OMC), a fim de evitar a escalada de medidas protecionistas entre as economias globais, e aumentar a oferta de empréstimo em moeda local a países em desenvolvimento para protegê-los de riscos cambiais e crise. Vacinas e medicamentos Na área da saúde, explica Julia, a pandemia da Covid-19 evidenciou a necessidade de cooperação global para combater o acesso desigual a vacinas, medicamentos e suprimentos. A proposta é que seja criada uma coalizão que permita transferência de tecnologias e impulsione a inovação. Já no tema da segurança alimentar, a ideia é que o G20 lidere iniciativas, como organizar espaços de diálogo e um fórum de monitoramento de conflitos que afetam o transporte de alimentos, com o objetivo de proteger mantimentos de interferências geopolíticas e facilitar modelos agrícolas sustentáveis. — Estou otimista quanto a algumas de nossas sugestões serem absorvidas pelo G20 — destaca Leite. Conflito no Oriente Médio: Irã alerta para risco de guerra ‘se espalhar’ para além da região Para o diretor de Estudos Internacionais do Ipea, Fábio Veras, propor planos de ação ajuda a convencer os governos da viabilidade das recomendações políticas feitas pelos centros de pesquisa em julho, quando um comunicado foi entregue aos líderes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças do G20. — Nosso objetivo é influenciar a continuidade do processo nas próximas presidências do G20 e impulsionar que esses temas permaneçam na agenda para serem debatidos com a contribuição dos think tanks — diz Veras. Os centros de pesquisa brasileiros também já estão organizando a transição do comando do T20 para instituições da África do Sul, que ocupará a presidência rotativa do G20 em 2025. A ideia é facilitar a continuidade dos trabalhos e afinar pautas prioritárias.

Nov 10, 2024 - 09:52
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Centros de pesquisas sugerem plano para áreas críticas do G20

T20, formado por 182 entidades, apresentará roteiro de ação em temas como mudanças climáticas e segurança alimentar Para pressionar a agenda do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana, um grupo de centros de pesquisa entregará aos líderes uma proposta de plano de ação para enfrentamento dos principais desafios desafios globais. Trata-se do T20, um dos grupos de engajamento do G20, que pela primeira vez desde que foi criado, em 2012, sugeriu um roteiro para a implementação de medidas em áreas críticas. 'Não dá para sair à noite': Imigrantes brasileiros temem deportação em massa sob governo Trump Eleições EUA: Trump deve testar limites do uso de militares dentro e fora dos EUA Transformação digital O programa abrange temas como mudanças climáticas, transformação digital, segurança alimentar e reformas financeiras. Antes, os esforços se concentravam em apresentar recomendações políticas, sem apontar caminhos possíveis. A expectativa é ajudar a amplificar a voz da sociedade civil nos debates e influenciar os processos de tomada de decisão do G20. Elaborado por 182 entidades e institutos de países que são membros ou convidados do G20 no Brasil, o documento detalhado com todos os planos de ação será entregue aos integrantes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças durante a Cúpula do T20, amanhã e terça-feira, no Rio. Com evolução das tecnologias digitais, como a inteligência artificial, a questão dos dados é um dos focos das propostas do T20. O grupo vai sugerir a adoção de um regime de governança que promova transparência no desenvolvimento de dados e capacite os cidadãos para que eles possam controlar como suas informações pessoais são usadas, geridas e compartilhadas. Outra recomendação é a criação de uma estrutura regulatória que assegure acesso justo e inclusivo a infraestruturas digitais, como sistemas de pagamento. Trump eleito: Por que as pesquisas não captaram a vitória do republicano nos EUA? — Em alguns temas de transformação digital, o Brasil está muito avançado. O Pix foi uma inovação incrível que permitiu a inclusão ao possibilitar transferências de dinheiro sem cobrança. Temos exemplos interessantes para compartilhar e podemos absorver modelos de outros países — diz a diretora-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Julia Dias Leite. Na questão das mudanças climáticas, a proposta é que sejam instituídos mecanismos de capacitação, transferência de tecnologia e financiamento para ajudar planos nacionais de transição para uma economia de baixo carbono, principalmente em países em desenvolvimento. — Bancos de desenvolvimento podem criar fundos para apoiar essa transição, mas é preciso vontade política — afirma Leite. A sugestão de planos de ação inclui estratégias para reestruturar a dívida de países de baixa renda, fortalecer novamente a Organização Mundial do Comércio (OMC), a fim de evitar a escalada de medidas protecionistas entre as economias globais, e aumentar a oferta de empréstimo em moeda local a países em desenvolvimento para protegê-los de riscos cambiais e crise. Vacinas e medicamentos Na área da saúde, explica Julia, a pandemia da Covid-19 evidenciou a necessidade de cooperação global para combater o acesso desigual a vacinas, medicamentos e suprimentos. A proposta é que seja criada uma coalizão que permita transferência de tecnologias e impulsione a inovação. Já no tema da segurança alimentar, a ideia é que o G20 lidere iniciativas, como organizar espaços de diálogo e um fórum de monitoramento de conflitos que afetam o transporte de alimentos, com o objetivo de proteger mantimentos de interferências geopolíticas e facilitar modelos agrícolas sustentáveis. — Estou otimista quanto a algumas de nossas sugestões serem absorvidas pelo G20 — destaca Leite. Conflito no Oriente Médio: Irã alerta para risco de guerra ‘se espalhar’ para além da região Para o diretor de Estudos Internacionais do Ipea, Fábio Veras, propor planos de ação ajuda a convencer os governos da viabilidade das recomendações políticas feitas pelos centros de pesquisa em julho, quando um comunicado foi entregue aos líderes da Trilha de Sherpas e da Trilha de Finanças do G20. — Nosso objetivo é influenciar a continuidade do processo nas próximas presidências do G20 e impulsionar que esses temas permaneçam na agenda para serem debatidos com a contribuição dos think tanks — diz Veras. Os centros de pesquisa brasileiros também já estão organizando a transição do comando do T20 para instituições da África do Sul, que ocupará a presidência rotativa do G20 em 2025. A ideia é facilitar a continuidade dos trabalhos e afinar pautas prioritárias.

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