UFF lança novo título de notório saber com programação gratuita e mestres da cultura popular

Agenda no Centro de Artes inclui ritual indígena, debates e shows e baile charme A Universidade Federal Fluminense (UFF) lança o recém-aprovado título de notório saber em saberes, artes e ofícios tradicionais com festa, no Centro de Artes, de hoje a quinta-feira. Com o novo título, poderão participar dos cursos de graduação e pós-graduação mestres e mestras dos saberes populares e de conhecimentos tradicionais, como indígenas, quilombolas e caiçaras. O encontro Universidade de Ponta Cabeça, segundo os organizadores, busca “um reexame do papel da universidade como espaço hegemônico da produção do conhecimento”. Niterói 451 anos: Shows gratuitos de Pitty, Seu Jorge, MPB4 e outros grandes nomes agitam a cidade em novembro Transporte: Passagem de ônibus em Niterói vai subir para R$ 5,15, mas subsídio cobrirá aumento Aberto ao público, o evento começa hoje em ritmo pernambucano, nos jardins da reitoria, com feira de vinil homenageando o movimento manguebeat, às 14h, uma roda dos praiás para os encantados, na tradição pankararu, e show da banda Mestre Ambrósio, no teatro, às 19h. — Esse encontro é da maior importância porque marca uma necessária inversão de olhares da universidade, com uma efetiva abertura para outros saberes que precisam, de fato, adentrar sua vida cotidiana de produção de conhecimento. A institucionalização do notório saber é uma grande realização de uma universidade contemporânea e comprometida com a realidade social brasileira. A entrada desses outros saberes legitimam a universidade e o amplo papel de formação. A partir dessa experiência no Centro de Artes é que esse instrumento de titulação vai se irradiar para toda a UFF, trazendo grandes benefícios para a sociedade e a comunidade acadêmica — assinala o reitor Antonio Claudio Nóbrega. O lançamento do título de notório saber acontecerá, na terça-feira, no teatro, às 17h, com homenagens a lideranças já falecidas, como Nego Bispo, escritor e filósofo do quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI); Cícero Franck (Cicinho), do reisado de Juazeiro do Norte (CE); e Mãe Tetê, do quilombo fluminense São José da Serra, de Valença. O cantor e compositor baiano Mateus Aleluia ganhará homenagem com a distinção “Aquilombamento nas artes”, antes de fazer um show, às 19h, no próprio teatro. O Universidade de Ponta Cabeça é realizado pelo Centro de Artes UFF e a Fundação de Arte de Niterói, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O encontro reunirá lideranças das comunidades de diferentes regiões do estado, como Fernando de Alcântara, do grupo Cirandeiro de Paraty; mestra Marilda de Souza do Quilombo do Bracuí (Angra); mestre Cosme, do jongo de Barra do Piraí; mestre Nico, do Caxambu Sebastiana II (Santo Antônio de Pádua); e o grupo Fado de Quissamã, além do mestre Kotoquinho, ogã e liderança das Filhas de Gandhy; e Rodrigo Nunes, da Companhia de Aruanda, que são do Rio. Alguns desses nomes participarão de rodas de conversa, na terça e na quarta, às 15h, no espaço de fotografia. Também na terça-feira, às 17h, nos jardins, haverá apresentações da Companhia de Aruanda com participações de Sementes D’África e Sebastiana II. Às 19h, será a vez do Afoxé Filhas de Gandhy. Às 20h, no teatro, a cantora Marina Iris dá voz ao samba. Como em todos os shows no palco, os ingressos serão distribuídos duas horas antes. Quem for ao Centro de Artes poderá conferir a exposição “Guardiões: entre o céu e a terra”, de Pérola Santos, e participar, na quarta-feira, às 17h, da Roda de Ciranda e Fado com o Grupo Cirandeiro de Paraty e o Fado de Quissamã, nos jardins. Às 19h, o show será com Luís Perequê, de Paraty, com participação de Rafael Gandolfo. Às 20h, começará o “Concerto para violas brasileiras”, com Roberto Corrêa e o conjunto Música Antiga da UFF. O último dia da festa, no jardim, na quinta-feira, às 17h, terá cortejo e Roda do Conhecimento com Batalha da UFF, Batalha da Marina e Batalha Marginow, antes de Baile Charme de Madureira e Baile Black Bom, às 20h. Ao reforçar a importância do encontro, o superintendente do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, diz que a universidade precisa se aproximar de outras matrizes de conhecimento para se alimentar de uma “vontade de beleza”, como falava o professor Darcy Ribeiro: —Ao longo das duas últimas décadas, em projetos que desenvolvemos, essa ênfase do papel de outras vozes artísticas e expressivas, de diferentes lugares sociais do país, sempre foi uma dominante. É uma imensa alegria caminhar junto com esses mestres e mestras nesse momento. Como ensina Guimarães Rosa, “mestre é quem de repente aprende”.

Nov 10, 2024 - 09:52
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UFF lança novo título de notório saber com programação gratuita e mestres da cultura popular

Agenda no Centro de Artes inclui ritual indígena, debates e shows e baile charme A Universidade Federal Fluminense (UFF) lança o recém-aprovado título de notório saber em saberes, artes e ofícios tradicionais com festa, no Centro de Artes, de hoje a quinta-feira. Com o novo título, poderão participar dos cursos de graduação e pós-graduação mestres e mestras dos saberes populares e de conhecimentos tradicionais, como indígenas, quilombolas e caiçaras. O encontro Universidade de Ponta Cabeça, segundo os organizadores, busca “um reexame do papel da universidade como espaço hegemônico da produção do conhecimento”. Niterói 451 anos: Shows gratuitos de Pitty, Seu Jorge, MPB4 e outros grandes nomes agitam a cidade em novembro Transporte: Passagem de ônibus em Niterói vai subir para R$ 5,15, mas subsídio cobrirá aumento Aberto ao público, o evento começa hoje em ritmo pernambucano, nos jardins da reitoria, com feira de vinil homenageando o movimento manguebeat, às 14h, uma roda dos praiás para os encantados, na tradição pankararu, e show da banda Mestre Ambrósio, no teatro, às 19h. — Esse encontro é da maior importância porque marca uma necessária inversão de olhares da universidade, com uma efetiva abertura para outros saberes que precisam, de fato, adentrar sua vida cotidiana de produção de conhecimento. A institucionalização do notório saber é uma grande realização de uma universidade contemporânea e comprometida com a realidade social brasileira. A entrada desses outros saberes legitimam a universidade e o amplo papel de formação. A partir dessa experiência no Centro de Artes é que esse instrumento de titulação vai se irradiar para toda a UFF, trazendo grandes benefícios para a sociedade e a comunidade acadêmica — assinala o reitor Antonio Claudio Nóbrega. O lançamento do título de notório saber acontecerá, na terça-feira, no teatro, às 17h, com homenagens a lideranças já falecidas, como Nego Bispo, escritor e filósofo do quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI); Cícero Franck (Cicinho), do reisado de Juazeiro do Norte (CE); e Mãe Tetê, do quilombo fluminense São José da Serra, de Valença. O cantor e compositor baiano Mateus Aleluia ganhará homenagem com a distinção “Aquilombamento nas artes”, antes de fazer um show, às 19h, no próprio teatro. O Universidade de Ponta Cabeça é realizado pelo Centro de Artes UFF e a Fundação de Arte de Niterói, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O encontro reunirá lideranças das comunidades de diferentes regiões do estado, como Fernando de Alcântara, do grupo Cirandeiro de Paraty; mestra Marilda de Souza do Quilombo do Bracuí (Angra); mestre Cosme, do jongo de Barra do Piraí; mestre Nico, do Caxambu Sebastiana II (Santo Antônio de Pádua); e o grupo Fado de Quissamã, além do mestre Kotoquinho, ogã e liderança das Filhas de Gandhy; e Rodrigo Nunes, da Companhia de Aruanda, que são do Rio. Alguns desses nomes participarão de rodas de conversa, na terça e na quarta, às 15h, no espaço de fotografia. Também na terça-feira, às 17h, nos jardins, haverá apresentações da Companhia de Aruanda com participações de Sementes D’África e Sebastiana II. Às 19h, será a vez do Afoxé Filhas de Gandhy. Às 20h, no teatro, a cantora Marina Iris dá voz ao samba. Como em todos os shows no palco, os ingressos serão distribuídos duas horas antes. Quem for ao Centro de Artes poderá conferir a exposição “Guardiões: entre o céu e a terra”, de Pérola Santos, e participar, na quarta-feira, às 17h, da Roda de Ciranda e Fado com o Grupo Cirandeiro de Paraty e o Fado de Quissamã, nos jardins. Às 19h, o show será com Luís Perequê, de Paraty, com participação de Rafael Gandolfo. Às 20h, começará o “Concerto para violas brasileiras”, com Roberto Corrêa e o conjunto Música Antiga da UFF. O último dia da festa, no jardim, na quinta-feira, às 17h, terá cortejo e Roda do Conhecimento com Batalha da UFF, Batalha da Marina e Batalha Marginow, antes de Baile Charme de Madureira e Baile Black Bom, às 20h. Ao reforçar a importância do encontro, o superintendente do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, diz que a universidade precisa se aproximar de outras matrizes de conhecimento para se alimentar de uma “vontade de beleza”, como falava o professor Darcy Ribeiro: —Ao longo das duas últimas décadas, em projetos que desenvolvemos, essa ênfase do papel de outras vozes artísticas e expressivas, de diferentes lugares sociais do país, sempre foi uma dominante. É uma imensa alegria caminhar junto com esses mestres e mestras nesse momento. Como ensina Guimarães Rosa, “mestre é quem de repente aprende”.

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