Carnaval 2025: Grande Rio escolhe samba de compositores do Pará; ouça

Saiba quem é Mestre Damasceno, um dos artistas que assinam a obra. A escola de Caxias vai homenagear o estado do Norte brasileiro Com o Estado do Pará como homenageado, a Acadêmicos do Grande Rio escolheu, na madrugada deste domingo (29), o samba-enredo que levará para a Avenida no ano que vem — ouça aqui. A escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fez uma seletiva entre agremiações paraenses. Na reta final, dois sambas vieram para a disputa no Rio. Já aclamado pelo universo das escolas como um dos melhores do carnaval de 2025, o vencedor é da escola Deixa Falar, que tem entre os compositores Mestre Damasceno. Veja também: Anitta estreia como compositora de samba-enredo e vence disputa na Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025 Confira a previsão: Domingo no Rio é de céu nublado e temperatura em elevação "Pororocas panawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos carimbós" é o enredo da Grande Rio de 2025. De autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer, ele propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina. Tudo isso perfumado com ervas e conduzido pelo som de maracas e tambores. — O Carimbó está em tudo. É uma síntese cultural muito poderosa, assim como o Tambor de Mina e a Pajelança Cabocla. É uma mistura fascinante. As Belas Turcas são as mais queridas entidades da Mina paraense, influenciando o cotidiano das pessoas e sendo traduzidas em letras de Carimbós. Os tambores do Carimbó são os Curimbós, que possuem nomes próprios e expressam a voz dos Encantados. Os tambores têm alma. O enredo costura isso e viaja pelo mundo do Encante, que não está ligado à morte. Quem se encanta não morreu, mas entrou em um portal e acessou um plano que coexiste com o nosso, um espelho invertido. O encantamento norteia a vida, em busca da cura. Já fomos ao espaço sideral e agora vamos ao fundo das águas — explicou Haddad. A final do samba reuniu compositores de duas escolas paraenses, a Bole Bole e a Deixa Falar, que saiu vencedora na disputa. Entre os destaques da agremiação estão Mestre Damasceno. Quilombola do Salvá, no município de Salvaterra, arquipélago do Marajó, o cantor e compositor é mestre da cultura popular, carimbozeiro, criador do Búfalo-Bumbá. É também pessoa com deficiência visual desde os 19 anos. Assinam com ele o samba da Grande Rio Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes. Com mais de 50 anos de carreira, desde 2013, Mestre Damasceno vem atuando junto com o seu grupo, o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, atualmente formado por Agnaldo Vasconcelos, Anderson Gonçalves, Arivaldo Pampolha, David Santos, Emerson Miranda, Francisco Junior, Ivanelson Trindade e Naldo Modesto. Vila Isabel e Imperatriz também escolheram sambas A Unidos de Vila e Isabel e a Imperatriz Leopoldinense também escolheram, neste sábado (28), os samba-enredo, que apresentarão no próximo carnaval. As três agremiações que desfilam na Marquês de Sapucaí lotaram suas quadras nas disputas finais. Com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece” o samba vencedor da azul e branco de Vila Isabel é de autoria de Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva. A escola, que ficou em sexto lugar neste ano, será a última a desfilar na segunda-feira de carnaval. Após conquistar o segundo lugar neste ano, a Imperatriz levará para a avenida o enredo “Ómi Tútu ao Alafon - água fresca para o senhor de Ifón”, que traz a história da saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô. A escola de Ramos será a segunda a desfilar no domingo de carnaval.

Sep 29, 2024 - 19:07
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Carnaval 2025: Grande Rio escolhe samba de compositores do Pará; ouça

Saiba quem é Mestre Damasceno, um dos artistas que assinam a obra. A escola de Caxias vai homenagear o estado do Norte brasileiro Com o Estado do Pará como homenageado, a Acadêmicos do Grande Rio escolheu, na madrugada deste domingo (29), o samba-enredo que levará para a Avenida no ano que vem — ouça aqui. A escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fez uma seletiva entre agremiações paraenses. Na reta final, dois sambas vieram para a disputa no Rio. Já aclamado pelo universo das escolas como um dos melhores do carnaval de 2025, o vencedor é da escola Deixa Falar, que tem entre os compositores Mestre Damasceno. Veja também: Anitta estreia como compositora de samba-enredo e vence disputa na Unidos da Tijuca para o Carnaval 2025 Confira a previsão: Domingo no Rio é de céu nublado e temperatura em elevação "Pororocas panawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos carimbós" é o enredo da Grande Rio de 2025. De autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer, ele propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina. Tudo isso perfumado com ervas e conduzido pelo som de maracas e tambores. — O Carimbó está em tudo. É uma síntese cultural muito poderosa, assim como o Tambor de Mina e a Pajelança Cabocla. É uma mistura fascinante. As Belas Turcas são as mais queridas entidades da Mina paraense, influenciando o cotidiano das pessoas e sendo traduzidas em letras de Carimbós. Os tambores do Carimbó são os Curimbós, que possuem nomes próprios e expressam a voz dos Encantados. Os tambores têm alma. O enredo costura isso e viaja pelo mundo do Encante, que não está ligado à morte. Quem se encanta não morreu, mas entrou em um portal e acessou um plano que coexiste com o nosso, um espelho invertido. O encantamento norteia a vida, em busca da cura. Já fomos ao espaço sideral e agora vamos ao fundo das águas — explicou Haddad. A final do samba reuniu compositores de duas escolas paraenses, a Bole Bole e a Deixa Falar, que saiu vencedora na disputa. Entre os destaques da agremiação estão Mestre Damasceno. Quilombola do Salvá, no município de Salvaterra, arquipélago do Marajó, o cantor e compositor é mestre da cultura popular, carimbozeiro, criador do Búfalo-Bumbá. É também pessoa com deficiência visual desde os 19 anos. Assinam com ele o samba da Grande Rio Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes. Com mais de 50 anos de carreira, desde 2013, Mestre Damasceno vem atuando junto com o seu grupo, o Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara, atualmente formado por Agnaldo Vasconcelos, Anderson Gonçalves, Arivaldo Pampolha, David Santos, Emerson Miranda, Francisco Junior, Ivanelson Trindade e Naldo Modesto. Vila Isabel e Imperatriz também escolheram sambas A Unidos de Vila e Isabel e a Imperatriz Leopoldinense também escolheram, neste sábado (28), os samba-enredo, que apresentarão no próximo carnaval. As três agremiações que desfilam na Marquês de Sapucaí lotaram suas quadras nas disputas finais. Com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece” o samba vencedor da azul e branco de Vila Isabel é de autoria de Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva. A escola, que ficou em sexto lugar neste ano, será a última a desfilar na segunda-feira de carnaval. Após conquistar o segundo lugar neste ano, a Imperatriz levará para a avenida o enredo “Ómi Tútu ao Alafon - água fresca para o senhor de Ifón”, que traz a história da saga de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô. A escola de Ramos será a segunda a desfilar no domingo de carnaval.

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