Ativista da oposição venezuelana preso durante crise pós-eleitoral morre após ter atendimento médico negado, denunciam ONGs
Desde a semana passada, havia uma pressão nas redes sociais para que Jesús Martínez Medina, que sofria de diabetes tipo II e problemas cardíacos, fosse transferido para um hospital com urgência Um ativista do partido Vente Venezuela, da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, morreu nesta quinta-feira sob custódia das autoridades. Jesús Martínez Medina, de 36 anos, estava preso desde 29 de julho, um dia após a eleição e no auge da crise que paralisou o país após a proclamação da vitória do presidente Nicolás Maduro sob acusações de fraude. Ele atuou como testemunha eleitoral, os chamados "comanditos", durante a contagem de votos em uma escola no município de Aragua de Barcelona, capital do estado de Anzoátegui. Segundo organizações de direitos humanos, ele sofria de diabetes tipo II e problemas cardíacos, mas teve o atendimento médico negado — apesar da pressão popular nas redes sociais. A morte de Medina é a primeira de um preso político desde o pleito presidencial. “Hoje Jesús Manuel Martínez Medina, membro de nossa equipe em Aragua de Barcelona, estado de Anzoátegui, morreu nas mãos do regime”, anunciou María Corina em suas redes sociais. Em meio à crise diplomática: Chanceler de Lula afirma que Brasil não vai romper relações com a Venezuela Reação: Lula diz que Maduro é 'problema' da Venezuela, não do Brasil Na sexta-feira passada, o ex-promotor venezuelano Zair Mundaray denunciou que Medina teve o atendimento médico negado pelo regime de Maduro, o que o levou a desenvolver abscessos em uma de suas pernas. Ele foi então enviado ao hospital Luis Razzetti, em Aragua de Barcelona, mas não teve permissão das autoridades penitenciárias para se submeter a um exame de ultrassom. Com o piora do seu estado de saúde, o ativista acabou morrendo. "Rejeitamos a falta de atendimento médico oportuno que Jesús Martínez Medina sofreu durante sua detenção. Ele sofria de diabetes tipo II, que causou abscessos na pele e deficiências cardíacas, condições que foram agravadas durante sua prisão. A falta de atendimento médico adequado é uma violação flagrante dos direitos humanos à saúde e à vida, e um ato de crueldade", afirmou em nota a organização de direitos humanos Justiça, Encontro e Perdão. Contexto: Missão da ONU denuncia repressão de Maduro à oposição na Venezuela como 'plano contínuo e coordenado' Mundaray disse que o ativista "nunca deveria ter sido preso", e chamou o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ligado ao chavismo, de "promotor do terror". — Ser testemunha de mesa não é um crime. Eles negaram a ele [Medina] todos os seus direitos, inclusive o atendimento médico básico, e o condenaram à morte — denunciou Mundaray. — [Medina] foi perseguido e estigmatizado pelo promotor do horror, Tarek Wiliam Saab, que acrescenta outra vítima à sua longa lista. O juiz que lhe negou transferência [para o hospital] terá que pagar por esse assassinato e o defensor público que não agiu em seu nome também é responsável por essa atrocidade 'Carne com larva e água suja': Mães criticam condições de detenção de filhos, alguns adolescentes, em meio à repressão na Venezuela A presidente da organização de direitos humanos Instituto Casla, a advogada venezuelana Tamara Suju, disse que a condição de Medina foi agravada por maus-tratos sofridos no cárcere e acusou o regime chavista de crime contra a Humanidade. "Há dias as pessoas estão pedindo nas redes sociais atendimento médico especializado urgente [para Medina], pois ele tinha necrose nas pernas devido a diabetes que sofria, agravada pelos maus-tratos que sofreu, pela falta de assistência médica e pelas condições desumanas da prisão", escreveu Suju em uma publicação no X. "Jesús Manuel Martinez nunca deveria ter sido preso. O regime continua cometendo crimes contra a Humanidade." Entenda: Oposição na Venezuela denuncia fuga de centenas de 'comanditos' em meio à repressão do governo Maduro Os partidos Justiça Primeiro e Encontro Cidadão, da oposição venezuelana, também condenaram o caso. “Queremos reiterar a menção ao artigo 43 da Constituição, que o presidente de nosso partido (Delsa Solórzano) fez há alguns dias, referindo-se precisamente ao caso de Jesús: 'O direito à vida é inviolável. Nenhuma lei pode estabelecer a pena de morte, nem nenhuma autoridade pode aplicá-la. O Estado protegerá a vida das pessoas que estão privadas de sua liberdade, prestando serviço militar ou civil, submetidas à sua autoridade de qualquer outra forma'”, disse o Encontro Cidadão. O Justiça Primeiro acrescentou que "esse jovem estava apenas lutando pelo retorno da democracia no país e morreu injustamente sob a custódia do regime, aumentando a lista de presos políticos que morreram nas mãos do regime e sem ninguém para assumir a responsabilidade".
Desde a semana passada, havia uma pressão nas redes sociais para que Jesús Martínez Medina, que sofria de diabetes tipo II e problemas cardíacos, fosse transferido para um hospital com urgência Um ativista do partido Vente Venezuela, da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, morreu nesta quinta-feira sob custódia das autoridades. Jesús Martínez Medina, de 36 anos, estava preso desde 29 de julho, um dia após a eleição e no auge da crise que paralisou o país após a proclamação da vitória do presidente Nicolás Maduro sob acusações de fraude. Ele atuou como testemunha eleitoral, os chamados "comanditos", durante a contagem de votos em uma escola no município de Aragua de Barcelona, capital do estado de Anzoátegui. Segundo organizações de direitos humanos, ele sofria de diabetes tipo II e problemas cardíacos, mas teve o atendimento médico negado — apesar da pressão popular nas redes sociais. A morte de Medina é a primeira de um preso político desde o pleito presidencial. “Hoje Jesús Manuel Martínez Medina, membro de nossa equipe em Aragua de Barcelona, estado de Anzoátegui, morreu nas mãos do regime”, anunciou María Corina em suas redes sociais. Em meio à crise diplomática: Chanceler de Lula afirma que Brasil não vai romper relações com a Venezuela Reação: Lula diz que Maduro é 'problema' da Venezuela, não do Brasil Na sexta-feira passada, o ex-promotor venezuelano Zair Mundaray denunciou que Medina teve o atendimento médico negado pelo regime de Maduro, o que o levou a desenvolver abscessos em uma de suas pernas. Ele foi então enviado ao hospital Luis Razzetti, em Aragua de Barcelona, mas não teve permissão das autoridades penitenciárias para se submeter a um exame de ultrassom. Com o piora do seu estado de saúde, o ativista acabou morrendo. "Rejeitamos a falta de atendimento médico oportuno que Jesús Martínez Medina sofreu durante sua detenção. Ele sofria de diabetes tipo II, que causou abscessos na pele e deficiências cardíacas, condições que foram agravadas durante sua prisão. A falta de atendimento médico adequado é uma violação flagrante dos direitos humanos à saúde e à vida, e um ato de crueldade", afirmou em nota a organização de direitos humanos Justiça, Encontro e Perdão. Contexto: Missão da ONU denuncia repressão de Maduro à oposição na Venezuela como 'plano contínuo e coordenado' Mundaray disse que o ativista "nunca deveria ter sido preso", e chamou o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ligado ao chavismo, de "promotor do terror". — Ser testemunha de mesa não é um crime. Eles negaram a ele [Medina] todos os seus direitos, inclusive o atendimento médico básico, e o condenaram à morte — denunciou Mundaray. — [Medina] foi perseguido e estigmatizado pelo promotor do horror, Tarek Wiliam Saab, que acrescenta outra vítima à sua longa lista. O juiz que lhe negou transferência [para o hospital] terá que pagar por esse assassinato e o defensor público que não agiu em seu nome também é responsável por essa atrocidade 'Carne com larva e água suja': Mães criticam condições de detenção de filhos, alguns adolescentes, em meio à repressão na Venezuela A presidente da organização de direitos humanos Instituto Casla, a advogada venezuelana Tamara Suju, disse que a condição de Medina foi agravada por maus-tratos sofridos no cárcere e acusou o regime chavista de crime contra a Humanidade. "Há dias as pessoas estão pedindo nas redes sociais atendimento médico especializado urgente [para Medina], pois ele tinha necrose nas pernas devido a diabetes que sofria, agravada pelos maus-tratos que sofreu, pela falta de assistência médica e pelas condições desumanas da prisão", escreveu Suju em uma publicação no X. "Jesús Manuel Martinez nunca deveria ter sido preso. O regime continua cometendo crimes contra a Humanidade." Entenda: Oposição na Venezuela denuncia fuga de centenas de 'comanditos' em meio à repressão do governo Maduro Os partidos Justiça Primeiro e Encontro Cidadão, da oposição venezuelana, também condenaram o caso. “Queremos reiterar a menção ao artigo 43 da Constituição, que o presidente de nosso partido (Delsa Solórzano) fez há alguns dias, referindo-se precisamente ao caso de Jesús: 'O direito à vida é inviolável. Nenhuma lei pode estabelecer a pena de morte, nem nenhuma autoridade pode aplicá-la. O Estado protegerá a vida das pessoas que estão privadas de sua liberdade, prestando serviço militar ou civil, submetidas à sua autoridade de qualquer outra forma'”, disse o Encontro Cidadão. O Justiça Primeiro acrescentou que "esse jovem estava apenas lutando pelo retorno da democracia no país e morreu injustamente sob a custódia do regime, aumentando a lista de presos políticos que morreram nas mãos do regime e sem ninguém para assumir a responsabilidade".
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