Apesar dos esforços de Bolsonaro, candidato do ex-presidente é derrotado em Angra dos Reis
Bolsonaro chegou a ir para a cidade a apenas quatro dias da eleição, mas não conseguiu emplacar o nome de Renato Araújo (PL) Apesar de ter direcionado esforços para a eleição na cidade de Angra dos Reis, onde esteve inclusive presente apenas quatro dias antes do pleito, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu emplacar seu candidato, Renato Araújo (PL), que foi derrotado na votação deste domingo. Com 100% das urnas apuradas, o nome do PL recebeu 41,27% dos votos válidos, e ficou atrás de Cláudio Ferreti (MDB), nome do atual prefeito, Fernando Jordão (MDB). Ainda assim, a eleição foi apertada: o futuro chefe do Executivo de Angra somou 42,41% dos votos, apenas 1,14% a mais que o bolsonarista. Pelas regras de segundo turno, que estabelecem uma nova votação apenas em cidades com mais de 200 mil eleitores, Ferreti foi eleito já em primeiro turno. O futuro prefeito exerceu o cargo de secretário de Governo e Relações Institucionais durante o mandato de Jordão. Mas, apesar de ter o apoio do atual mandatário, o emedebista enfrentou a forte influência de Bolsonaro na cidade. Em 2022, o município deu 61,81% dos votos para o ex-presidente. Neste ano, Bolsonaro decidiu dedicar uma atenção especial à disputa em Angra para impulsionar o candidato do PL, Renato Araújo. Faltando somente quatro dias para o primeiro turno, o ex-presidente visitou o município, onde possui uma casa de veraneio, e participou de carreatas e comícios. Na ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente que estava junto com ele, explicou ao GLOBO a opção de ir ao local, em vez de intensificar desde já, por exemplo, a campanha de Alexandre Ramagem (PL) na capital: — As candidaturas de Angra e Paraty foram o Jair Bolsonaro que idealizou, por isso ele fez questão de passar aqui para reforçar o seu apoio. Em especial em Angra, onde está tendo muita violência política contra o nosso candidato. Num dos eventos na semana do pleito, Bolsonaro chegou a dizer que ligou para o candidato do PL para “colaborar com as políticas que ele vai colocar” no município: — Eu tenho uma casa na vila histórica. Lá atrás falaram que minha casa valia R$ 10 milhões. Quis vender por menos, mas quiseram. Hoje não vendo mais. Terminarei minha aposentaria na política frequentando a minha casa. (…) Como sou morador daqui também, exercerei o mesmo papel de vocês junto à prefeitura. Farei sugestões para o Renato, liguei para ele toda semana para colaborar com as políticas que ele vai colocar aqui — prometeu, chamando o atual prefeito da cidade Fernando Jordão de “vergonha do município” e seu candidato, Cláudio Ferreti, de “foragido da Justiça”. Ao longo da corrida eleitoral, o pleito de Angra também contou com a presença dos filhos do ex-presidente em eventos de campanha de Araújo, inclusive do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que tem como colégio eleitoral o Estado de São Paulo. O deputado estadual Anderson Moraes (PL), que acompanhou o ex-presidente nos eventos, afirmou que o olhar especial de Bolsonaro para Angra e Paraty está ligado ao fato de ele conhecer bem os municípios: — É uma região que ele frequenta bastante e que ele acredita que pode ser gerida por políticas diferentes. Muitos dos políticos daqui respondem na Justiça por improbidade administrativa ou outras questões relacionadas à má gestão, e ele acredita que podem surgir políticos novos e diferentes. No entanto, mesmo com o apoio do ex-presidente, muitos bolsonaristas optaram por apoiar Ferreti. Até mesmo Walderice Santos da Conceição, a “Wal do Açaí”, que é ex-assessora do gabinete de Bolsonaro e alvo de investigações, optou por não apoiar Renato Araújo. Ela foi agredida com um soco e chamada de traidora ao participar de um evento de campanha do MDB no último sábado.
Bolsonaro chegou a ir para a cidade a apenas quatro dias da eleição, mas não conseguiu emplacar o nome de Renato Araújo (PL) Apesar de ter direcionado esforços para a eleição na cidade de Angra dos Reis, onde esteve inclusive presente apenas quatro dias antes do pleito, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu emplacar seu candidato, Renato Araújo (PL), que foi derrotado na votação deste domingo. Com 100% das urnas apuradas, o nome do PL recebeu 41,27% dos votos válidos, e ficou atrás de Cláudio Ferreti (MDB), nome do atual prefeito, Fernando Jordão (MDB). Ainda assim, a eleição foi apertada: o futuro chefe do Executivo de Angra somou 42,41% dos votos, apenas 1,14% a mais que o bolsonarista. Pelas regras de segundo turno, que estabelecem uma nova votação apenas em cidades com mais de 200 mil eleitores, Ferreti foi eleito já em primeiro turno. O futuro prefeito exerceu o cargo de secretário de Governo e Relações Institucionais durante o mandato de Jordão. Mas, apesar de ter o apoio do atual mandatário, o emedebista enfrentou a forte influência de Bolsonaro na cidade. Em 2022, o município deu 61,81% dos votos para o ex-presidente. Neste ano, Bolsonaro decidiu dedicar uma atenção especial à disputa em Angra para impulsionar o candidato do PL, Renato Araújo. Faltando somente quatro dias para o primeiro turno, o ex-presidente visitou o município, onde possui uma casa de veraneio, e participou de carreatas e comícios. Na ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente que estava junto com ele, explicou ao GLOBO a opção de ir ao local, em vez de intensificar desde já, por exemplo, a campanha de Alexandre Ramagem (PL) na capital: — As candidaturas de Angra e Paraty foram o Jair Bolsonaro que idealizou, por isso ele fez questão de passar aqui para reforçar o seu apoio. Em especial em Angra, onde está tendo muita violência política contra o nosso candidato. Num dos eventos na semana do pleito, Bolsonaro chegou a dizer que ligou para o candidato do PL para “colaborar com as políticas que ele vai colocar” no município: — Eu tenho uma casa na vila histórica. Lá atrás falaram que minha casa valia R$ 10 milhões. Quis vender por menos, mas quiseram. Hoje não vendo mais. Terminarei minha aposentaria na política frequentando a minha casa. (…) Como sou morador daqui também, exercerei o mesmo papel de vocês junto à prefeitura. Farei sugestões para o Renato, liguei para ele toda semana para colaborar com as políticas que ele vai colocar aqui — prometeu, chamando o atual prefeito da cidade Fernando Jordão de “vergonha do município” e seu candidato, Cláudio Ferreti, de “foragido da Justiça”. Ao longo da corrida eleitoral, o pleito de Angra também contou com a presença dos filhos do ex-presidente em eventos de campanha de Araújo, inclusive do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que tem como colégio eleitoral o Estado de São Paulo. O deputado estadual Anderson Moraes (PL), que acompanhou o ex-presidente nos eventos, afirmou que o olhar especial de Bolsonaro para Angra e Paraty está ligado ao fato de ele conhecer bem os municípios: — É uma região que ele frequenta bastante e que ele acredita que pode ser gerida por políticas diferentes. Muitos dos políticos daqui respondem na Justiça por improbidade administrativa ou outras questões relacionadas à má gestão, e ele acredita que podem surgir políticos novos e diferentes. No entanto, mesmo com o apoio do ex-presidente, muitos bolsonaristas optaram por apoiar Ferreti. Até mesmo Walderice Santos da Conceição, a “Wal do Açaí”, que é ex-assessora do gabinete de Bolsonaro e alvo de investigações, optou por não apoiar Renato Araújo. Ela foi agredida com um soco e chamada de traidora ao participar de um evento de campanha do MDB no último sábado.
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