MASP exibirá, em curso, gravuras de Goya pouco vistas pelo público

Aulas ocorrem dentro do próprio museu a partir de quinta-feira; estudantes não precisam ter conhecimento prévio sobre artes plásticas para participar O Museu de Arte de São Paulo (Masp) vai demonstrar a alguns estudantes gravuras do artista plástico Francisco de Goya (1746-1828) que fazem parte da reserva técnica da instituição e que foram expostas pela última vez em 2012, em uma exposição chamada “Papeis Estrangeiros”. A exibição desse material faz parte do novo curso “Introdução à História da Gravura pelo acervo do Masp”, que fará parte da programação do museu ao longo de quatro quintas-feiras, começando no próximo dia 7. As gravuras em questão foram doadas pelo próprio fundador do museu, o empresário Assis Chateaubriand (1892-1968), em 1955. As obras em questão foram produzidas entre 1815 e 1816. As produções, em papel, têm pouco mais de 30 centímetros de largura por 40 centímetros de altura. Mas não haverá apenas trabalhos de Goya a serem avaliados nas classes, diz o professor e artista plástico Claudio Mubarac. Na programação, os estudantes terão contato (ainda que por imagens digitais, em slider) com trabalhos do pintor e ilustrador alemão Albrecht Dürer (1471-1528) e de Rembrandt van Rijn (1606-1669), também importantes expoentes da gravura e da pintura. — Nas aulas levarei sempre comigo uma caixinha de ferramentas para apresentar os instrumentos que fazem parte desse modo de construir a imagem — diz Claudio Mubarac. — As gravuras são parte das grandes coleções dos museus globalmente. Além de sua importância em relação às artes, esse tipo de trabalho também contribuiu, historicamente, para a circulação de informações e modelos. Os trabalhos exibidos nas aulas compreendam o período entre o século XV, quando surgiu a técnica, até meados do século XIX. Dentro dessa história, o professor, inclusive, destaca o trabalho de Rembrandt como central para o reconhecimento da gravura como uma importante manifestação artística. Ele explica que, embora tenha se dedicado amplamente à pintura, o artista também tem um trabalho muito prolífico em diversos tipos de gravura, cuja temática das obras passa por paisagens e natureza morta, temas que ele não explorou tão amplamente em sua produção com tinta e pincel. — Para Rembrandt, a gravura e a pintura tinham a mesma importância. Assim como o desenho, ele não separava o desenho apenas para esboço — ensina. Iliriana Rodrigues, coordenadora pedagógica do Masp Escola, diz que esse tipo de aula (que inclui obras físicas) é um modelo antigo, utilizado anteriormente pela instituição, que volta a ser aplicado. A instituição, porém, manterá as atividades on-line em outros cursos que iniciaram nesta semana e que levam em conta, também, o acervo do museu. Há, por exemplo, uma atividade focada em erotismo que terá foco importante em José Leonilson (1957-1993), além de outros artistas dos anos 1970. O artista plástico, inclusive, é alvo de uma mostra individual que fica disponível para visitação até o próximo dia 17 no museu. — Queremos que as pessoas conheçam as obras que temos de uma maneira que as instigue — diz. O ingresso para as quatro aulas de gravura custa R$ 2 mil e a inscrição pode ser feita no site do museu.

Nov 7, 2024 - 10:02
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MASP exibirá, em curso, gravuras de Goya pouco vistas pelo público

Aulas ocorrem dentro do próprio museu a partir de quinta-feira; estudantes não precisam ter conhecimento prévio sobre artes plásticas para participar O Museu de Arte de São Paulo (Masp) vai demonstrar a alguns estudantes gravuras do artista plástico Francisco de Goya (1746-1828) que fazem parte da reserva técnica da instituição e que foram expostas pela última vez em 2012, em uma exposição chamada “Papeis Estrangeiros”. A exibição desse material faz parte do novo curso “Introdução à História da Gravura pelo acervo do Masp”, que fará parte da programação do museu ao longo de quatro quintas-feiras, começando no próximo dia 7. As gravuras em questão foram doadas pelo próprio fundador do museu, o empresário Assis Chateaubriand (1892-1968), em 1955. As obras em questão foram produzidas entre 1815 e 1816. As produções, em papel, têm pouco mais de 30 centímetros de largura por 40 centímetros de altura. Mas não haverá apenas trabalhos de Goya a serem avaliados nas classes, diz o professor e artista plástico Claudio Mubarac. Na programação, os estudantes terão contato (ainda que por imagens digitais, em slider) com trabalhos do pintor e ilustrador alemão Albrecht Dürer (1471-1528) e de Rembrandt van Rijn (1606-1669), também importantes expoentes da gravura e da pintura. — Nas aulas levarei sempre comigo uma caixinha de ferramentas para apresentar os instrumentos que fazem parte desse modo de construir a imagem — diz Claudio Mubarac. — As gravuras são parte das grandes coleções dos museus globalmente. Além de sua importância em relação às artes, esse tipo de trabalho também contribuiu, historicamente, para a circulação de informações e modelos. Os trabalhos exibidos nas aulas compreendam o período entre o século XV, quando surgiu a técnica, até meados do século XIX. Dentro dessa história, o professor, inclusive, destaca o trabalho de Rembrandt como central para o reconhecimento da gravura como uma importante manifestação artística. Ele explica que, embora tenha se dedicado amplamente à pintura, o artista também tem um trabalho muito prolífico em diversos tipos de gravura, cuja temática das obras passa por paisagens e natureza morta, temas que ele não explorou tão amplamente em sua produção com tinta e pincel. — Para Rembrandt, a gravura e a pintura tinham a mesma importância. Assim como o desenho, ele não separava o desenho apenas para esboço — ensina. Iliriana Rodrigues, coordenadora pedagógica do Masp Escola, diz que esse tipo de aula (que inclui obras físicas) é um modelo antigo, utilizado anteriormente pela instituição, que volta a ser aplicado. A instituição, porém, manterá as atividades on-line em outros cursos que iniciaram nesta semana e que levam em conta, também, o acervo do museu. Há, por exemplo, uma atividade focada em erotismo que terá foco importante em José Leonilson (1957-1993), além de outros artistas dos anos 1970. O artista plástico, inclusive, é alvo de uma mostra individual que fica disponível para visitação até o próximo dia 17 no museu. — Queremos que as pessoas conheçam as obras que temos de uma maneira que as instigue — diz. O ingresso para as quatro aulas de gravura custa R$ 2 mil e a inscrição pode ser feita no site do museu.

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