Antes do G20, Biden faz viagem histórica a Manaus e anuncia cerca de R$ 290 milhões para o Fundo da Amazônia

Presidente se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger o bioma O presidente Joe Biden fará neste domingo a primeira viagem à floresta amazônica, a primeira de um presidente em exercício dos EUA. Como parte da visita, Biden anunciará que os EUA cumpriram a promessa de aumentar até este ano o financiamento ao combate às mudanças climáticas para mais de US$ 11 bilhões (quase R$ 64 bilhões) e novas medidas de combate à crise do clima, incluindo um financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo da Amazônia . G20 no Rio: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Bastidores do G20: Argentina tenta impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração de presidentes "Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo da Amazônia, o que levará as contribuições totais dos EUA para o Fundo da Amazônia para US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), sujeito à notificação do Congresso", afirmou um comunicado da Casa Branca, acrescentando outros investimentos para projetos voltados ao bioma. Biden chegará a Manaus, a maior cidade da região amazônica do Brasil, como parte de uma viagem pela América do Sul que provavelmente será a última grande visita ao exterior de seu mandato. Depois de se reunir com o presidente chinês Xi Jinping em Lima no sábado, o presidente de 81 anos se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger a Amazônia, considerada uma região crucial na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2. COP29: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Biden também fará um passeio aéreo pela Amazônia e visitará um museu antes de falar com a imprensa, segundo a Casa Branca. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que o presidente faria a "escala histórica na Amazônia para destacar seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos em combater a mudança climática em casa e no exterior". — Esta é, obviamente, uma das causas definitivas da presidência de Biden — declarou Sullivan na quarta-feira. Floresta em perigo Mas a visita acontece enquanto o mundo se prepara para o retorno de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, após sua vitória eleitoral esmagadora sobre a democrata Kamala Harris. O magnata prometeu reverter as políticas de Biden e pode retirar os Estados Unidos dos esforços internacionais para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC acima do período pré-industrial. No dia anterior, Trump anunciou o negacionista do clima Chris Wright como secretário de Energia. Biden levou o país, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, de volta ao histórico Acordo de Paris após Trump ter retirado os Estados Unidos do pacto durante seu primeiro mandato, mas o presidente eleito prometeu abandoná-lo novamente. Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro A Amazônia, que se estende por nove países, a maior parte no território do Brasil (60%), é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas e à degradação ambiental. A bacia do Amazonas, que geralmente é um dos lugares mais úmidos do planeta, registrou os piores incêndios em quase duas décadas, enquanto a América Latina enfrenta uma grave seca, segundo o observatório Copernicus da UE. Um estudo recente da rede de monitoramento Raisg revela que a floresta amazônica perdeu em quatro décadas uma área de tamanho semelhante ao território da Colômbia. Especialistas alertam que a região se aproxima de ponto de não retorno de 'savanização'. Próxima parada: G20 Após a visita histórica, Biden viajará de Manaus para o Rio de Janeiro para participar da reunião de cúpula do G20 na segunda e terça-feira, onde o retorno de Trump e a conferência da ONU sobre clima que está acontecendo em Baku serão temas importantes na agenda. O americano terá um almoço com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. No Rio, ele também se encontrará com um dos aliados do republicano na região: o presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, que, assim como Trump, é cético em relação às mudanças climáticas e ao multilateralismo. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças Especialistas alertaram que uma segunda presidência de Trump provocaria atrasos na transição para a energia verde que Biden estimulou, acabando com as esperanças de alcançar metas climáticas cruciais nos próximos anos. Durante a campanha, Trump prometeu "perfurar" e aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Ele chegou a ironizar a mudança climática alguns dias antes das eleições americanas. Uma saída dos Estados Unidos da diplomacia climática poderia minar consideravelmente a ação mundial par

Nov 17, 2024 - 09:24
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Antes do G20, Biden faz viagem histórica a Manaus e anuncia cerca de R$ 290 milhões para o Fundo da Amazônia

Presidente se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger o bioma O presidente Joe Biden fará neste domingo a primeira viagem à floresta amazônica, a primeira de um presidente em exercício dos EUA. Como parte da visita, Biden anunciará que os EUA cumpriram a promessa de aumentar até este ano o financiamento ao combate às mudanças climáticas para mais de US$ 11 bilhões (quase R$ 64 bilhões) e novas medidas de combate à crise do clima, incluindo um financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo da Amazônia . G20 no Rio: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Bastidores do G20: Argentina tenta impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração de presidentes "Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo da Amazônia, o que levará as contribuições totais dos EUA para o Fundo da Amazônia para US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), sujeito à notificação do Congresso", afirmou um comunicado da Casa Branca, acrescentando outros investimentos para projetos voltados ao bioma. Biden chegará a Manaus, a maior cidade da região amazônica do Brasil, como parte de uma viagem pela América do Sul que provavelmente será a última grande visita ao exterior de seu mandato. Depois de se reunir com o presidente chinês Xi Jinping em Lima no sábado, o presidente de 81 anos se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger a Amazônia, considerada uma região crucial na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2. COP29: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Biden também fará um passeio aéreo pela Amazônia e visitará um museu antes de falar com a imprensa, segundo a Casa Branca. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que o presidente faria a "escala histórica na Amazônia para destacar seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos em combater a mudança climática em casa e no exterior". — Esta é, obviamente, uma das causas definitivas da presidência de Biden — declarou Sullivan na quarta-feira. Floresta em perigo Mas a visita acontece enquanto o mundo se prepara para o retorno de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, após sua vitória eleitoral esmagadora sobre a democrata Kamala Harris. O magnata prometeu reverter as políticas de Biden e pode retirar os Estados Unidos dos esforços internacionais para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC acima do período pré-industrial. No dia anterior, Trump anunciou o negacionista do clima Chris Wright como secretário de Energia. Biden levou o país, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, de volta ao histórico Acordo de Paris após Trump ter retirado os Estados Unidos do pacto durante seu primeiro mandato, mas o presidente eleito prometeu abandoná-lo novamente. Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro A Amazônia, que se estende por nove países, a maior parte no território do Brasil (60%), é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas e à degradação ambiental. A bacia do Amazonas, que geralmente é um dos lugares mais úmidos do planeta, registrou os piores incêndios em quase duas décadas, enquanto a América Latina enfrenta uma grave seca, segundo o observatório Copernicus da UE. Um estudo recente da rede de monitoramento Raisg revela que a floresta amazônica perdeu em quatro décadas uma área de tamanho semelhante ao território da Colômbia. Especialistas alertam que a região se aproxima de ponto de não retorno de 'savanização'. Próxima parada: G20 Após a visita histórica, Biden viajará de Manaus para o Rio de Janeiro para participar da reunião de cúpula do G20 na segunda e terça-feira, onde o retorno de Trump e a conferência da ONU sobre clima que está acontecendo em Baku serão temas importantes na agenda. O americano terá um almoço com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. No Rio, ele também se encontrará com um dos aliados do republicano na região: o presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, que, assim como Trump, é cético em relação às mudanças climáticas e ao multilateralismo. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças Especialistas alertaram que uma segunda presidência de Trump provocaria atrasos na transição para a energia verde que Biden estimulou, acabando com as esperanças de alcançar metas climáticas cruciais nos próximos anos. Durante a campanha, Trump prometeu "perfurar" e aumentar a exploração de combustíveis fósseis. Ele chegou a ironizar a mudança climática alguns dias antes das eleições americanas. Uma saída dos Estados Unidos da diplomacia climática poderia minar consideravelmente a ação mundial para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, o que poderia dar a outros grandes poluidores, como China e Índia, uma desculpa conveniente para reduzir suas metas.

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