Análise: seleção desperdiça potencial ofensivo em empate com a Venezuela marcado por erros

Resultado vai além do pênalti desperdiçado por Vini Jr e se explica por discrepância de atuação nos dois tempo em Maturín A chance ideal para a seleção brasileira emplacar três vitórias seguidas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo se perdeu em um empate que terminou com gosto amargo, ontem, em Maturín. A Venezuela está longe de ser a “barbada” que por décadas foi na história do futebol sul-americano e continua invicta em seus domínios, mas o 1 a 1 — gols de Raphinha e Telasco Segovia — veio para o Brasil em um roteiro marcado pela displicência para definir jogadas, com direito a pênalti perdido por Vini Jr. O primeiro tempo dominante poderia ter colocado três pontos na bagagem do time treinado por Dorival Júnior. Mas o ritmo imposto em campo não se transformou em mais bolas na rede por causa da falta de precisão e da boa atuação do goleiro venezuelano Romo. — Para mim, o resultado deixou um pouco a desejar pelo volume que nós colocamos ao longo dos 90 minutos. Tivemos um pequeno erro logo na virada do tempo que nos custou muito caro — reconheceu Dorival. — Acredito que, respeitando todas as avaliações possíveis, por tudo aquilo que fizemos na partida merecíamos uma sorte melhor. Vini Jr., que voltou à seleção após duas partidas fora por lesão, teve boa participação, especialmente no primeiro tempo. Na segunda etapa, porém, o atacante do Real Madrid desperdiçou pênalti, que ele mesmo havia sofrido, batendo muito mal, para defesa de Romo. O rebote ainda voltou para Vini, que chutou novamente mal, para fora. No caminho contrário, Raphinha confirmou o motivo de ser o jogador que mais atrai interesse nestas últimas partidas de 2024. Jogando pelo meio, marcou um bonito gol de falta, no canto do goleiro, aos 42 minutos, momento até tardio pelo volume apresentado no início de jogo. Foi uma profusão de chances criadas, não apenas pelos homens de frente, sendo os principais deles Vini e Raphinha, mas também pelo meio-campo, que se aproximou com qualidade na figura de Gerson, titular ontem e termômetro do jogo agressivo praticado pelo Brasil. Esta característica aparecia nas rápidas trocas de passes e nas recuperações de bola em linha alta. Gerson teve boa atuação em Venezuela x Brasil Rafael Ribeiro/CBF Porém, tudo foi por água abaixo em menos de um minuto na segunda etapa. Savarino, motor silencioso da engrenagem do Botafogo finalista da Libertadores, aproveitou o Brasil desligado, recebeu na grande área e preparou a bola para Telasco Segovia soltar lindo chute e empatar. O jogo ainda estava nas mãos da seleção, especialmente quando Vini sofreu pênalti. Em tese, Raphinha é o batedor oficial, mas cedeu a vez para o companheiro, que falhou. Eram apenas 15 minutos de segundo tempo, mas a meia hora seguinte sofreu uma acentuada queda de qualidade. Luiz Henrique e Lucas Paquetá entraram em campo e até tentaram encontrar algumas soluções. Dorival, porém, fez a equipe terminar com cinco atacantes e abusar das tentativas de cruzamentos. A Venezuela também fez de tudo para segurar um ponto valioso e muito comemorado em casa, ainda mais após a expulsão de González — até os irrigadores do Estádio Monumental foram acionados no fim do período de acréscimos. A vitória era fundamental para as projeções da comissão de Dorival de encerrar o ano na vice-liderança. Agora, com 17 pontos, no terceiro lugar, a seleção aguarda o confronto entre Uruguai (4º) e Colômbia (2º), hoje às 21h, para saber em que posição terminará a rodada. Na terça-feira, às 21h45, o time de Dorival Júnior encara os uruguaios na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Nov 15, 2024 - 02:26
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Análise: seleção desperdiça potencial ofensivo em empate com a Venezuela marcado por erros

Resultado vai além do pênalti desperdiçado por Vini Jr e se explica por discrepância de atuação nos dois tempo em Maturín A chance ideal para a seleção brasileira emplacar três vitórias seguidas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo se perdeu em um empate que terminou com gosto amargo, ontem, em Maturín. A Venezuela está longe de ser a “barbada” que por décadas foi na história do futebol sul-americano e continua invicta em seus domínios, mas o 1 a 1 — gols de Raphinha e Telasco Segovia — veio para o Brasil em um roteiro marcado pela displicência para definir jogadas, com direito a pênalti perdido por Vini Jr. O primeiro tempo dominante poderia ter colocado três pontos na bagagem do time treinado por Dorival Júnior. Mas o ritmo imposto em campo não se transformou em mais bolas na rede por causa da falta de precisão e da boa atuação do goleiro venezuelano Romo. — Para mim, o resultado deixou um pouco a desejar pelo volume que nós colocamos ao longo dos 90 minutos. Tivemos um pequeno erro logo na virada do tempo que nos custou muito caro — reconheceu Dorival. — Acredito que, respeitando todas as avaliações possíveis, por tudo aquilo que fizemos na partida merecíamos uma sorte melhor. Vini Jr., que voltou à seleção após duas partidas fora por lesão, teve boa participação, especialmente no primeiro tempo. Na segunda etapa, porém, o atacante do Real Madrid desperdiçou pênalti, que ele mesmo havia sofrido, batendo muito mal, para defesa de Romo. O rebote ainda voltou para Vini, que chutou novamente mal, para fora. No caminho contrário, Raphinha confirmou o motivo de ser o jogador que mais atrai interesse nestas últimas partidas de 2024. Jogando pelo meio, marcou um bonito gol de falta, no canto do goleiro, aos 42 minutos, momento até tardio pelo volume apresentado no início de jogo. Foi uma profusão de chances criadas, não apenas pelos homens de frente, sendo os principais deles Vini e Raphinha, mas também pelo meio-campo, que se aproximou com qualidade na figura de Gerson, titular ontem e termômetro do jogo agressivo praticado pelo Brasil. Esta característica aparecia nas rápidas trocas de passes e nas recuperações de bola em linha alta. Gerson teve boa atuação em Venezuela x Brasil Rafael Ribeiro/CBF Porém, tudo foi por água abaixo em menos de um minuto na segunda etapa. Savarino, motor silencioso da engrenagem do Botafogo finalista da Libertadores, aproveitou o Brasil desligado, recebeu na grande área e preparou a bola para Telasco Segovia soltar lindo chute e empatar. O jogo ainda estava nas mãos da seleção, especialmente quando Vini sofreu pênalti. Em tese, Raphinha é o batedor oficial, mas cedeu a vez para o companheiro, que falhou. Eram apenas 15 minutos de segundo tempo, mas a meia hora seguinte sofreu uma acentuada queda de qualidade. Luiz Henrique e Lucas Paquetá entraram em campo e até tentaram encontrar algumas soluções. Dorival, porém, fez a equipe terminar com cinco atacantes e abusar das tentativas de cruzamentos. A Venezuela também fez de tudo para segurar um ponto valioso e muito comemorado em casa, ainda mais após a expulsão de González — até os irrigadores do Estádio Monumental foram acionados no fim do período de acréscimos. A vitória era fundamental para as projeções da comissão de Dorival de encerrar o ano na vice-liderança. Agora, com 17 pontos, no terceiro lugar, a seleção aguarda o confronto entre Uruguai (4º) e Colômbia (2º), hoje às 21h, para saber em que posição terminará a rodada. Na terça-feira, às 21h45, o time de Dorival Júnior encara os uruguaios na Arena Fonte Nova, em Salvador.

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