Alunos de escola de saúde que serviu de vitrine para Nunes relatam falta de itens como agulhas, luvas e reagentes

Aulas teriam sido paralisadas e estudantes organizaram vaquinha para compra de material; prefeitura afirma que processos para reposição estão em andamento Alunos da Escola Municipal de Saúde Pública Professor Makiguti, da prefeitura de São Paulo, relatam falta de suprimentos básicos para a realização de aulas práticas nas duas unidades da entidade, na Zona Leste e na Zona Norte da capital paulista. Em conjunto, elas atendem cerca de 1400 alunos. Em nota, a prefeitura diz que processos de licitação para a compra dos materiais estão "em andamento". Segundo alunos e membros da administração da escola, estudantes de cursos como Saúde Bucal e Análises clínicas chegaram a ter aulas práticas paralisadas pela falta de itens de laboratório como agulhas, luvas, reagentes, lâminas para microscópios e até mesmo insumos básicos, como fio dental e sacos de lixo. A unidade da Zona Norte, no bairro de Santana, começou a operar em 2021 e era uma das vitrines da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na campanha à reeleição, era citada no plano de governo como uma conquista na área de desenvolvimento econômico. A outra unidade, da Zona Leste, fica em Cidade Tiradentes e é a que concentra a maior parte das atividades da instituição. Fundada em 2008, tem cursos técnicos gratuitos de Saúde Bucal, Farmácia, Análises clínicas, Gerência em saúde, Hemoterapia e Cuidados de idosos. Em documento obtido pela reportagem, a escola relata que solicitou neste ano que a Fundação Paulistana, autarquia da prefeitura de São Paulo responsável pela gestão da entidade, comprasse 689 tipo de insumos diferentes, mas somente quinze teriam sido licitados. — Alguns alunos fazem vaquinhas, compram os insumos e dão para a escola como doação. As dificuldades começaram nos últimos dois anos — diz um membro da administração da escola, que prefere não se identificar. — A Fundação não consegue manter tudo o que a escola precisa. Os alunos compram material do próprio bolso para poder ter aula prática — diz Lucila Lagos, estudante do curso de Farmácia, que organizou um abaixo-assinado que circula entre a comunidade pedindo uma resolução da situação para a prefeitura. Outro manifesto, assinado por professores da escola no início deste mês, diz que o semestre atual está terminando sem "a garantia de podermos prestar serviços adequados aos alunos no próximo ano pela falta de diversos materiais essenciais". No texto, os docentes também dizem que o processo de contratação da empresa que vai realizar o vestibular da escola para o próximo ano letivo está atrasado. Em 2023, os interessados puderam se inscrever no processo seletivo da escola entre outubro e novembro e a prova foi realizada em dezembro, com os resultados divulgados no fim daquele mês. Neste ano, o edital de licitação para a contratação da empresa, que ainda vai elaborar as provas e realizar o vestibular, foi publicado no início de novembro e a vencedora será anunciada no dia 21. Procurada, a prefeitura de São Paulo, por meio da Fundação Paulistana, afirmou que "o processo de vestibulinho para as próximas turmas está em contratação, seguindo os ritos e prazos legais". A empresa diz que mais de "4 mil alunos" passaram por cursos na unidade somente na atual gestão. Segundo a Fundação, processos licitatórios estão "em andamento" para reposição de materiais e insumos para a Makiguti.

Nov 18, 2024 - 19:21
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Alunos de escola de saúde que serviu de vitrine para Nunes relatam falta de itens como agulhas, luvas e reagentes

Aulas teriam sido paralisadas e estudantes organizaram vaquinha para compra de material; prefeitura afirma que processos para reposição estão em andamento Alunos da Escola Municipal de Saúde Pública Professor Makiguti, da prefeitura de São Paulo, relatam falta de suprimentos básicos para a realização de aulas práticas nas duas unidades da entidade, na Zona Leste e na Zona Norte da capital paulista. Em conjunto, elas atendem cerca de 1400 alunos. Em nota, a prefeitura diz que processos de licitação para a compra dos materiais estão "em andamento". Segundo alunos e membros da administração da escola, estudantes de cursos como Saúde Bucal e Análises clínicas chegaram a ter aulas práticas paralisadas pela falta de itens de laboratório como agulhas, luvas, reagentes, lâminas para microscópios e até mesmo insumos básicos, como fio dental e sacos de lixo. A unidade da Zona Norte, no bairro de Santana, começou a operar em 2021 e era uma das vitrines da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na campanha à reeleição, era citada no plano de governo como uma conquista na área de desenvolvimento econômico. A outra unidade, da Zona Leste, fica em Cidade Tiradentes e é a que concentra a maior parte das atividades da instituição. Fundada em 2008, tem cursos técnicos gratuitos de Saúde Bucal, Farmácia, Análises clínicas, Gerência em saúde, Hemoterapia e Cuidados de idosos. Em documento obtido pela reportagem, a escola relata que solicitou neste ano que a Fundação Paulistana, autarquia da prefeitura de São Paulo responsável pela gestão da entidade, comprasse 689 tipo de insumos diferentes, mas somente quinze teriam sido licitados. — Alguns alunos fazem vaquinhas, compram os insumos e dão para a escola como doação. As dificuldades começaram nos últimos dois anos — diz um membro da administração da escola, que prefere não se identificar. — A Fundação não consegue manter tudo o que a escola precisa. Os alunos compram material do próprio bolso para poder ter aula prática — diz Lucila Lagos, estudante do curso de Farmácia, que organizou um abaixo-assinado que circula entre a comunidade pedindo uma resolução da situação para a prefeitura. Outro manifesto, assinado por professores da escola no início deste mês, diz que o semestre atual está terminando sem "a garantia de podermos prestar serviços adequados aos alunos no próximo ano pela falta de diversos materiais essenciais". No texto, os docentes também dizem que o processo de contratação da empresa que vai realizar o vestibular da escola para o próximo ano letivo está atrasado. Em 2023, os interessados puderam se inscrever no processo seletivo da escola entre outubro e novembro e a prova foi realizada em dezembro, com os resultados divulgados no fim daquele mês. Neste ano, o edital de licitação para a contratação da empresa, que ainda vai elaborar as provas e realizar o vestibular, foi publicado no início de novembro e a vencedora será anunciada no dia 21. Procurada, a prefeitura de São Paulo, por meio da Fundação Paulistana, afirmou que "o processo de vestibulinho para as próximas turmas está em contratação, seguindo os ritos e prazos legais". A empresa diz que mais de "4 mil alunos" passaram por cursos na unidade somente na atual gestão. Segundo a Fundação, processos licitatórios estão "em andamento" para reposição de materiais e insumos para a Makiguti.

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