Alice Braga fala sobre coordenação de intimidade e lembra foto vazada de Paolla Oliveira: 'Quebra de confiança'
Em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem', atriz conta que sentiu dor enorme ao ver colega de profissão exposta, defende olhar cuidadoso sem tolher liberdade no set e diz que mulheres precisam ter voz de decisão sobre aborto A função de coordenadora de intimidade, profissional responsável por supervisionar cenas de sexo e nudez em sets de filmes, novelas e séries para garantir a segurança e o conforto de atores, é relativamente nova no Brasil. Atriz brasileira de maior projeção internacional da atualidade, Alice Braga está mais acostumada com essa figura em produções estrangeiras. Atriz deus sua opinião sobre o assunto em entrevista à jornalista Maria Fortuna, no videocast "Conversa vai, conversa vem". - Fiz muito filme sem (coordenadora de intimidade). Graças a Deus, nunca passei por nenhuma situação de abuso. Acho interessante, como uma proteção do que está sendo feito ali, ter alguém com um olhar só para isso. Isso não pode tolher o que é vivido e representado porque sexualidade é vida e é bonito. A gente não tem que ter pudor. Todo mundo tem peito, tem desejo, é sobre isso a vida. Mas é uma proteção. Alice relembrou a foto vazada da atriz Paolla Oliveira num set de filmagem quando estava rodando uma série de Fernando Meirelles. Adriana Calcanhotto: Assistia à entrevista da compositora no 'Conversa vai, conversa vem' - Como atriz, olhei aquilo e falei: "Cara, isso é uma dor". Porque você perde toda a sua liberdade naquele momento em que está acreditando naquelas pessoas. Todo mundo está contando aquilo junto. Isso é uma violência tão grande... Não só pela exposição, mas pela quebra de confiança... É de uma tristeza... A atriz chama a atenção para o fato de o cinema ser um trabalho coletivo em que, justamente, é preciso construir elos de cumplicidade. - A gente não faz cinema sozinho, é coletivo. Alice Braga no estúdio do Jornal OGLOBO Reprodução A jornalista, então, contou sobre uma atriz que lhe fez a seguinte confidência: ela estava rodando uma série, quando a produção perguntou ao elenco se gostariam de uma profissional de coordenação de intimidade. Foi quando todas as atrizes responderam "sim", enquanto, entre os atores homens, houve a unanimidade do "não". - É isso! Vazou a imagem do homem, nu? Não! Vazou a da Paolla, né? Um cara que filmou e mandou para os amigos... Por isso, também é importante mulheres ocuparem espaços de poder, porque é outro ponto de vista, muitos anos de luta e de abuso. Por isso que quando a gente fala do aborto é uma loucura as mulheres não terem lugar na cadeira de decisão.
Em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem', atriz conta que sentiu dor enorme ao ver colega de profissão exposta, defende olhar cuidadoso sem tolher liberdade no set e diz que mulheres precisam ter voz de decisão sobre aborto A função de coordenadora de intimidade, profissional responsável por supervisionar cenas de sexo e nudez em sets de filmes, novelas e séries para garantir a segurança e o conforto de atores, é relativamente nova no Brasil. Atriz brasileira de maior projeção internacional da atualidade, Alice Braga está mais acostumada com essa figura em produções estrangeiras. Atriz deus sua opinião sobre o assunto em entrevista à jornalista Maria Fortuna, no videocast "Conversa vai, conversa vem". - Fiz muito filme sem (coordenadora de intimidade). Graças a Deus, nunca passei por nenhuma situação de abuso. Acho interessante, como uma proteção do que está sendo feito ali, ter alguém com um olhar só para isso. Isso não pode tolher o que é vivido e representado porque sexualidade é vida e é bonito. A gente não tem que ter pudor. Todo mundo tem peito, tem desejo, é sobre isso a vida. Mas é uma proteção. Alice relembrou a foto vazada da atriz Paolla Oliveira num set de filmagem quando estava rodando uma série de Fernando Meirelles. Adriana Calcanhotto: Assistia à entrevista da compositora no 'Conversa vai, conversa vem' - Como atriz, olhei aquilo e falei: "Cara, isso é uma dor". Porque você perde toda a sua liberdade naquele momento em que está acreditando naquelas pessoas. Todo mundo está contando aquilo junto. Isso é uma violência tão grande... Não só pela exposição, mas pela quebra de confiança... É de uma tristeza... A atriz chama a atenção para o fato de o cinema ser um trabalho coletivo em que, justamente, é preciso construir elos de cumplicidade. - A gente não faz cinema sozinho, é coletivo. Alice Braga no estúdio do Jornal OGLOBO Reprodução A jornalista, então, contou sobre uma atriz que lhe fez a seguinte confidência: ela estava rodando uma série, quando a produção perguntou ao elenco se gostariam de uma profissional de coordenação de intimidade. Foi quando todas as atrizes responderam "sim", enquanto, entre os atores homens, houve a unanimidade do "não". - É isso! Vazou a imagem do homem, nu? Não! Vazou a da Paolla, né? Um cara que filmou e mandou para os amigos... Por isso, também é importante mulheres ocuparem espaços de poder, porque é outro ponto de vista, muitos anos de luta e de abuso. Por isso que quando a gente fala do aborto é uma loucura as mulheres não terem lugar na cadeira de decisão.
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