'A Justiça deste país é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar', diz tia sobre absolvição de PM que matou a pequena Ágatha

Julgamento terminou na madrugada deste sábado. Júri entendeu que policial não teve intenção de matar a criança Daniele Lima Félix, tia da menina Ágatha Vitória Sales Félix, que morreu em setembro de 2019, ao levar um tiro de fuzil nas costas disparado por um PM, disse, na manhã deste sábado, que ficou revoltada com a absolvição do acusado. Os jurados do caso entenderam que o PM Rodrigo José de Matos Soares, foi autor do disparo, mas que ele não teve intenção de matar a garota. Ágatha tinha 8 anos quando foi morta durante uma incursão policial na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Censo 2022: Rio é a cidade do país com mais apartamentos em favelas Censo 2022: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil e é mais populosa que 91% dos municípios do país — A única coisa que tenho a dizer é que a Justiça deste pais é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar. (Com essa sentença) mataram nossa menina duas vezes — disse Daniele. Avô se revoltou com resultado Os advogados da família anunciaram que vão recorrer da sentença. Em entrevista à Globonews logo após o resultado, a avô de Vanessa, Ayrton Félix se mostrou revoltado com o desfecho. — Pergunta a ela (Vanessa, mãe de Agatha), onde está minha neta. Não está com a gente, está debaixo da terra. Porque o policial deu um tiro nas costas da minha neta.Matou. Aí se espera cinco anos para ver essa decisão? — disse Ayrton Agatha Felix,morta durante operação da PM na Fazendinha Redes Sociais Ágatha estava em uma kombi com a mãe, quando foi ferida nas costas por estilhaços de uma bala de fuzil . Segundo os moradores, PMs atiraram contra uma moto que passava pelo local com dois ocupantes. Uma das balas ricocheteou em um poste, atingindo criança. Na época, a PM informou que, por volta das 22h daquela noite, soldados lotados na UPP Fazendinha foram atacados em várias localidades da comunidade ao mesmo tempo. Os policiais revidaram. Ainda de acordo com a PM, após a troca de tiros, os policiais receberam a informação de que um morador havia sido baleado. Trechos da sentença: Com a decisão dos jurados, o juiz da 1ª Vara Criminal do Júri do Rio, Cariel Bezzera Patriota, anunciou a absolvição. E escreveu na sentença: ''Ante o exposto, atendendo à vontade soberana do Egrégio Conselho de Sentença desta comarca, julgo improcedente a acusação e absolvo Rodrigo José de Matos Soares da acusação pela prática do crime previsto no art. 121, §2º, incisos I e IV n/f do art. 73 do Código Penal. Sentença publicada em audiência, estando cientes as partes. Promovam-se as comunicações de estilo, inclusive após trânsito em julgado'', escreveu. Vanessa Sales Félix, mãe de Ágatha, na chegada ao julgamento do PM acusado de matar a menina Gabriel de Paiva / Agência O Globo Durante o julgamento, Vanessa Salles Félix, mãe de Ágatha, relembrou os últimos momentos da vida da filha: "Aconteceu um barulho que parecia uma bomba e ela gritando 'mãe, mãe, mãe'. Eu falando 'filha, calma''. E até hoje quando eu chego em casa e tenho aquele sentimento de que algo está faltando", contou Vanessa.

Nov 9, 2024 - 12:20
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'A Justiça deste país é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar', diz tia sobre absolvição de PM que matou a pequena Ágatha

Julgamento terminou na madrugada deste sábado. Júri entendeu que policial não teve intenção de matar a criança Daniele Lima Félix, tia da menina Ágatha Vitória Sales Félix, que morreu em setembro de 2019, ao levar um tiro de fuzil nas costas disparado por um PM, disse, na manhã deste sábado, que ficou revoltada com a absolvição do acusado. Os jurados do caso entenderam que o PM Rodrigo José de Matos Soares, foi autor do disparo, mas que ele não teve intenção de matar a garota. Ágatha tinha 8 anos quando foi morta durante uma incursão policial na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Censo 2022: Rio é a cidade do país com mais apartamentos em favelas Censo 2022: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil e é mais populosa que 91% dos municípios do país — A única coisa que tenho a dizer é que a Justiça deste pais é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar. (Com essa sentença) mataram nossa menina duas vezes — disse Daniele. Avô se revoltou com resultado Os advogados da família anunciaram que vão recorrer da sentença. Em entrevista à Globonews logo após o resultado, a avô de Vanessa, Ayrton Félix se mostrou revoltado com o desfecho. — Pergunta a ela (Vanessa, mãe de Agatha), onde está minha neta. Não está com a gente, está debaixo da terra. Porque o policial deu um tiro nas costas da minha neta.Matou. Aí se espera cinco anos para ver essa decisão? — disse Ayrton Agatha Felix,morta durante operação da PM na Fazendinha Redes Sociais Ágatha estava em uma kombi com a mãe, quando foi ferida nas costas por estilhaços de uma bala de fuzil . Segundo os moradores, PMs atiraram contra uma moto que passava pelo local com dois ocupantes. Uma das balas ricocheteou em um poste, atingindo criança. Na época, a PM informou que, por volta das 22h daquela noite, soldados lotados na UPP Fazendinha foram atacados em várias localidades da comunidade ao mesmo tempo. Os policiais revidaram. Ainda de acordo com a PM, após a troca de tiros, os policiais receberam a informação de que um morador havia sido baleado. Trechos da sentença: Com a decisão dos jurados, o juiz da 1ª Vara Criminal do Júri do Rio, Cariel Bezzera Patriota, anunciou a absolvição. E escreveu na sentença: ''Ante o exposto, atendendo à vontade soberana do Egrégio Conselho de Sentença desta comarca, julgo improcedente a acusação e absolvo Rodrigo José de Matos Soares da acusação pela prática do crime previsto no art. 121, §2º, incisos I e IV n/f do art. 73 do Código Penal. Sentença publicada em audiência, estando cientes as partes. Promovam-se as comunicações de estilo, inclusive após trânsito em julgado'', escreveu. Vanessa Sales Félix, mãe de Ágatha, na chegada ao julgamento do PM acusado de matar a menina Gabriel de Paiva / Agência O Globo Durante o julgamento, Vanessa Salles Félix, mãe de Ágatha, relembrou os últimos momentos da vida da filha: "Aconteceu um barulho que parecia uma bomba e ela gritando 'mãe, mãe, mãe'. Eu falando 'filha, calma''. E até hoje quando eu chego em casa e tenho aquele sentimento de que algo está faltando", contou Vanessa.

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