Debate Record BH: com Fuad ausente, Tramonte vira alvo de adversários que questionam Kalil e Zema no palanque

Postulantes à prefeitura da capital mineira fazem dobradinhas e focam ataques no deputado estadual, que lidera pesquisas e foi inclusive acusado de copiar propostas Os principais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte se reúnem pela quarta vez neste sábado em debate promovido pela Record TV. Participam Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Rogério Correia (PT) e Mauro Tramonte (Republicanos). Na reta final, Fuad Noman dá guinada à esquerda e se compromete com minorias Em clube tradicional: Duda Salabert chora em agenda e diz que local foi onde mais sofreu transfobia na vida O único postulante ausente é o prefeito Fuad Noman (PSD), o que tornou o líder nas pesquisas, Mauro Tramonte, alvo da maior parte dos candidatos. O deputado estadual foi acusado de ter propostas rasas, criticado por seus padrinhos políticos e, até mesmo, acusado de copiar planos de governo. O que parecia ser um confronto contra Fuad se virou contra Tramonte. Em confronto com Carlos Viana sobre saúde, o senador acusou o deputado de ter copiado sua proposta, o corujão — programa voltado para atendimento na madrugada. — Eu que trouxe, em primeira mão — retrucou Tramonte. Viana disse que ele dá "explicações que não vão a lugar algum". O senador insinuou que o deputado estadual não trabalha. Nesta semana, Fuad Noman fez uma inserção na televisão afirmando que Tramonte passa a maior parte de seu expediente na Assembleia Legislativa na Record TV. No terceiro bloco, Rogério Correia afirmou que Tramonte faltou mais de 30% das sessões na Assembleia Legislativa, e acusou Engler de ter se ausentado em mais de 40%. Cisma de Engler Com 28% das intenções de voto no último Datafolha, Mauro Tramonte foi o candidato escolhido para questionamentos por Bruno Engler nos três blocos. No primeiro, foi questionado sobre seus padrinhos políticos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema. Engler questionou qual será o poder do ex-gestor municipal em seu secretariado e afirmou que ele iria indicar os ex-secretários Angela Dalben (Educação) e Jackson Machado (Saúde). — Não existe compromisso. O Alexandre Kalil não me pediu nada — reiterou Tramonte. O confronto entre Tramonte e Engler gerou uma troca de acusações. De um lado, o indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que Kalil seria "mentiroso", enquanto o apresentador licenciado da Record TV afirmou que ele teria inventado a trama. No segundo bloco, o bolsonarista voltou a escolher Tramonte para perguntar. Ele questionou sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e ficou insatisfeito com a resposta: — Ah, Mauro, mas você não falou proposta alguma — iniciou Engler — o Ideb de Belo Horizonte é um dos piores do país porque colocamos um secretário de saúde (cometeu ato falho para se referir ao titular de Educação, Bruno Barral) para atender demandas do Rodrigo Pacheco (presidente do Senado). Após a farpa, Tramonte concordou com o bolsonarista e criticou a passagem de cinco secretários ao longo de dois anos de gestão de Fuad Noman. Já no terceiro, Engler trouxe as escolas cívico-militares para a mesa e citou que o candidato é apoiado por Zema, que defende o modelo. A união entorno de críticas ao deputado estadual gerou dobradinhas improváveis entre Duda Salabert e Carlos Viana e a pedetista e Bruno Engler. Nessas interações, Salabert chamou as propostas de Tramonte de rasas. Os postulantes foram colaborativos entre si e, ao falar de famílias atípicas, Engler chegou a ponderar que tem respeito pelas propostas da pedetista. 'Não sou advogado do Kalil' Em confronto com Carlos Viana, Kalil voltou a aparecer. O senador afirmou que, assim como seu padrinho, ele não estaria prometendo nada, logo se eleito não teria compromissos com a população a serem cumpridos. — Eu não sou advogado do Kalil, vocês ficam trazendo ele aqui. É fácil falar de quem não está — afirmou. Tombamento da Serra do Curral Tramonte também foi criticado por estar ao lado do governador Romeu Zema (Novo). Ao defender o tombamento da Serra do Curral, o deputado estadual foi questionado por Duda Salabert — Com todo respeito, ninguém que aperta a mão de Zema luta pela Serra do Curral. Se ele for eleito, vai faltar ainda mais água em sua casa — disse a pedetista. Este tema voltou a ser alvo de outra pergunta de Salabert, desta vez para Gabriel Azevedo. O alvo da vez foi o prefeito Fuad Noman. Os dois candidatos caracterizam a gestão como "muito ruim". Os dois discutiram sobre um projeto de lei que visava distribuir absorventes quando ambos estavam na Câmara Municipal. A pedetista o acusou de não ter votado a favor, enquanto o emedebista disse que a proposta era inconstitucional. Dobradinhas para criticar o prefeito Mesmo ausente, Fuad Noman teve sua gestão questionada, mas ainda assim com vínculo com Tramonte. Os candidatos usaram a interlocução com Alexandre Kalil para bater nos dois ao mesmo tempo. Hoje no palanque do Republicanos, Fuad só é prefeito, pois

Sep 29, 2024 - 02:38
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Debate Record BH: com Fuad ausente, Tramonte vira alvo de adversários que questionam Kalil e Zema no palanque

Postulantes à prefeitura da capital mineira fazem dobradinhas e focam ataques no deputado estadual, que lidera pesquisas e foi inclusive acusado de copiar propostas Os principais candidatos à prefeitura de Belo Horizonte se reúnem pela quarta vez neste sábado em debate promovido pela Record TV. Participam Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Rogério Correia (PT) e Mauro Tramonte (Republicanos). Na reta final, Fuad Noman dá guinada à esquerda e se compromete com minorias Em clube tradicional: Duda Salabert chora em agenda e diz que local foi onde mais sofreu transfobia na vida O único postulante ausente é o prefeito Fuad Noman (PSD), o que tornou o líder nas pesquisas, Mauro Tramonte, alvo da maior parte dos candidatos. O deputado estadual foi acusado de ter propostas rasas, criticado por seus padrinhos políticos e, até mesmo, acusado de copiar planos de governo. O que parecia ser um confronto contra Fuad se virou contra Tramonte. Em confronto com Carlos Viana sobre saúde, o senador acusou o deputado de ter copiado sua proposta, o corujão — programa voltado para atendimento na madrugada. — Eu que trouxe, em primeira mão — retrucou Tramonte. Viana disse que ele dá "explicações que não vão a lugar algum". O senador insinuou que o deputado estadual não trabalha. Nesta semana, Fuad Noman fez uma inserção na televisão afirmando que Tramonte passa a maior parte de seu expediente na Assembleia Legislativa na Record TV. No terceiro bloco, Rogério Correia afirmou que Tramonte faltou mais de 30% das sessões na Assembleia Legislativa, e acusou Engler de ter se ausentado em mais de 40%. Cisma de Engler Com 28% das intenções de voto no último Datafolha, Mauro Tramonte foi o candidato escolhido para questionamentos por Bruno Engler nos três blocos. No primeiro, foi questionado sobre seus padrinhos políticos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema. Engler questionou qual será o poder do ex-gestor municipal em seu secretariado e afirmou que ele iria indicar os ex-secretários Angela Dalben (Educação) e Jackson Machado (Saúde). — Não existe compromisso. O Alexandre Kalil não me pediu nada — reiterou Tramonte. O confronto entre Tramonte e Engler gerou uma troca de acusações. De um lado, o indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que Kalil seria "mentiroso", enquanto o apresentador licenciado da Record TV afirmou que ele teria inventado a trama. No segundo bloco, o bolsonarista voltou a escolher Tramonte para perguntar. Ele questionou sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e ficou insatisfeito com a resposta: — Ah, Mauro, mas você não falou proposta alguma — iniciou Engler — o Ideb de Belo Horizonte é um dos piores do país porque colocamos um secretário de saúde (cometeu ato falho para se referir ao titular de Educação, Bruno Barral) para atender demandas do Rodrigo Pacheco (presidente do Senado). Após a farpa, Tramonte concordou com o bolsonarista e criticou a passagem de cinco secretários ao longo de dois anos de gestão de Fuad Noman. Já no terceiro, Engler trouxe as escolas cívico-militares para a mesa e citou que o candidato é apoiado por Zema, que defende o modelo. A união entorno de críticas ao deputado estadual gerou dobradinhas improváveis entre Duda Salabert e Carlos Viana e a pedetista e Bruno Engler. Nessas interações, Salabert chamou as propostas de Tramonte de rasas. Os postulantes foram colaborativos entre si e, ao falar de famílias atípicas, Engler chegou a ponderar que tem respeito pelas propostas da pedetista. 'Não sou advogado do Kalil' Em confronto com Carlos Viana, Kalil voltou a aparecer. O senador afirmou que, assim como seu padrinho, ele não estaria prometendo nada, logo se eleito não teria compromissos com a população a serem cumpridos. — Eu não sou advogado do Kalil, vocês ficam trazendo ele aqui. É fácil falar de quem não está — afirmou. Tombamento da Serra do Curral Tramonte também foi criticado por estar ao lado do governador Romeu Zema (Novo). Ao defender o tombamento da Serra do Curral, o deputado estadual foi questionado por Duda Salabert — Com todo respeito, ninguém que aperta a mão de Zema luta pela Serra do Curral. Se ele for eleito, vai faltar ainda mais água em sua casa — disse a pedetista. Este tema voltou a ser alvo de outra pergunta de Salabert, desta vez para Gabriel Azevedo. O alvo da vez foi o prefeito Fuad Noman. Os dois candidatos caracterizam a gestão como "muito ruim". Os dois discutiram sobre um projeto de lei que visava distribuir absorventes quando ambos estavam na Câmara Municipal. A pedetista o acusou de não ter votado a favor, enquanto o emedebista disse que a proposta era inconstitucional. Dobradinhas para criticar o prefeito Mesmo ausente, Fuad Noman teve sua gestão questionada, mas ainda assim com vínculo com Tramonte. Os candidatos usaram a interlocução com Alexandre Kalil para bater nos dois ao mesmo tempo. Hoje no palanque do Republicanos, Fuad só é prefeito, pois herdou a gestão em março de 2022, quando seu ex-aliado deixou a cadeira para concorrer ao governo do estado. Os dois mantiveram uma relação pacífica até este a saída de Kalil da prefeitura, quando Fuad ganhou voo próprio, demitiu parte do secretariado. Outro ponto que atrapalhou a relação foi a boa relação do atual prefeito com o Atlético Mineiro. Ele ganhou proximidade com os empresários Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, mais conhecidos como 4 R's, que são desafetos do ex-gestor. As críticas ao candidato à reeleição ocorrem em temas como saúde, mobilidade urbana e saúde. O primeiro ocorreu entre Engler e Viana, que criticaram a prefeitura atual. O senador questionou o bolsonarista sobre o que estaria deficitário na capital mineira. Fuad foi chamado de mau gestor e foi acusado de gastar dinheiro público para se reeleger. No primeiro bloco, Rogério Correia e Gabriel Azevedo também se uniram para criticar a relação de Fuad Noman com empresários de ônibus na capital. O emedebista acusou o prefeito de ter conexões pessoais com esses proprietários. — Não adianta ele ficar na TV de suspensório se dizendo um senhor bonzinho. Um senhor bonzinho não ia ter a campanha paga por empresários de ônibus — disse Azevedo. Mobilidade urbana Os candidatos da esquerda, Rogério Correia e Duda Salabert, trataram juntos sobre a fome na capital. Os dois apresentaram propostas similares, vinculadas a programas sociais. Já Gabriel Azevedo e Carlos Viana falaram sobre o metrô de Belo Horizonte e pleitearam a extensão. As interações foram marcadas pela ausência de confrontos e o detalhamento de seus planos de governo e ações no Legislativo. O trânsito também foi discutido, tido como um dos principais gargalos da gestão municipal. Viana propôs tarifa única, enquanto Azevedo a implementação do VLT. Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta, inclusive, que o congestionamento na capital mineira é equiparado ao de São Paulo. Segundo a amostra, os belo-horizontinos levam 57 minutos para percorrer dez quilômetros, enquanto os paulistanos, 58. Fuad ausente A ausência do prefeito e candidato à reeleição consiste em uma estratégia da campanha para evitar que os demais postulantes subam o tom contra ele e façam cortes para as redes sociais. A avaliação interna é de que um efeito digital semelhante ao propagado por Pablo Marçal (PRTB), em São Paulo, poderia desgastá-lo. Próximos debates A reta final de campanha em Belo Horizonte terá uma maratona de debates. Além deste, da Record, os candidatos se encontrarão na segunda-feira, em encontro promovido pelo jornal O Tempo, na terça-feira na Rádio Itatiaia. O último é o da TV Globo, na quinta-feira.

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