Só Jaé será aceito nos ônibus municipais a partir de fevereiro; ainda há dúvidas sobre integração

Apesar de menos de três meses para a transição completa do sistema de bilhetagem, integração do Bilhete Único Intermunicipal ainda é incógnita O RioCard está com os dias contados nos transportes municipais. A partir de 1º de fevereiro do ano que vem, o Jaé será o único cartão aceito nos ônibus municipais, BRTs, VLTs, vans e cabritinhos, segundo a prefeitura do Rio. Cerca de três milhões de usuários terão de adquirir o novo cartão. Embora a data já esteja definida, a mudança ainda enfrenta obstáculos. 'Tour da propina': uma hora depois de extorquir dinheiro de comerciante, PMs deixaram de atender ocorrência Censo: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil e é mais populosa que 91% dos municípios do país Passageiros que utilizam meios sob concessão municipal passarão a usar somente o Jaé. Aqueles que circulam em transportes estaduais, como barcas, metrô, trem e ônibus intermunicipais — situação bastante comum no dia a dia —, continuarão utilizando o RioCard. Isso significa que muitas pessoas precisarão ter os dois cartões. Indefinição Nessa corrida contra o tempo para fazer a migração para o Jaé, Maína Celidonio, secretária municipal de Transportes, apela para que as empresas se apressem, visando à fabricação de novos vales-transportes para seus funcionários. O processo, entre solicitação e confecção dos cartões, pode demorar até um mês. — Em três meses, o RioCard deixará de ser aceito nos modos regulados pela prefeitura. Portanto, é importante que a aquisição do vale-transporte Jaé seja feita quanto antes. Recomendamos que os empregadores busquem imediatamente a Jaé para realizar a contratação, e que os funcionários informem ao RH de suas empresas ou a seus empregadores diretos — observa Maína, que quer “evitar contratempos de última hora”. Transição: Jaé será único bilhete aceito nos modais municipais a partir de 1º de fevereiro Domingos Peixoto De Bethânia e Caetano na praia à Bienal: Rio abre os braços para o turismo de entretenimento Faltando menos de três meses para a mudança, ainda há questões importantes em aberto: prefeitura, Jaé e RioCard não sabem como será a integração dos beneficiários do Bilhete Único Intermunicipal (BUI), concedido pelo governo estadual. Essa parcela representa cerca de 100 mil passageiros, segundo estimativa do município, equivalente a 3,5% dos usuários. Para barbárie não ser esquecida: Rio tenta transformar espaços da ditadura em centros de memória enquanto Brasil lota cinemas por 'Ainda estou aqui' Hoje, com o mesmo cartão RioCard, o passageiro pode sair de Niterói pagando R$ 8,55 num ônibus até o Rio, onde embarca num coletivo municipal sem pagar tarifa, desde que isso seja feito em até três horas. A dúvida é sobre como proceder a partir de fevereiro, quando o passageiro tiver dois bilhetes na carteira. Questionada sobre quando essa questão será definida e qual será a solução, a Secretaria estadual de Transportes informou que não responderá no momento, uma vez que o tema não envolve somente a pasta. Máquinas de recarga da Riocard serão removidas de estações do BRT e VLT até janeiro Domingos Peixoto De acordo com o município, há conversas em andamento em duas frentes: uma com as concessionárias MetrôRio, SuperVia e Barcas, numa tentativa de ampliar o sistema do Jaé; e outra com o estado, para a definição do BUI. Conexão BRT: prefeitura cria serviços de ônibus para ligar terminais a bairros da Zona Oeste Joubert Flores, presidente do conselho da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, critica a falta de respostas sobre beneficiários: — Não é razoável que os dois poderes não se falem, e o prejuízo seja do passageiro. Próximos passos O Jaé começou a ser implementado em julho do ano passado, com previsão inicial de que substituísse o RioCard no início de 2024. Por conta de dificuldades encontradas em sua implementação, o prazo foi adiado para fevereiro de 2025. Segundo dados da SMTR, no último mês de outubro, 63,2 milhões de passageiros foram transportados no Rio, se somados os dois bilhetes. No entanto, usuários do Jaé representaram só 1% desse valor, com 714 mil pessoas. Inundações, deslizamentos e calor: especialistas listam desafios do Rio diante dos extremos climáticos Para diminuir o gargalo de pedidos de cartões Jaé na transição, a prefeitura resolveu que estudantes de escolas do município receberão seus bilhetes nas próprias unidades de ensino, enquanto pessoas com deficiência e doentes crônicos pegarão os cartões Jaé em clínicas da família. A SMTR também oficiou unidades de ensino da esfera estadual e federal a enviarem dados de seus alunos com gratuidade, assim como convoca idosos com mais de 65 anos a fazerem a solicitação de um novo cartão diretamente à empresa Jaé. O meio mais indicado para a solicitação de gratuidade pelos beneficiários é através do aplicativo do Jaé. O cartão pode ser entregue diretamente na casa dessas pessoas, desde que paguem uma taxa de R$ 7,95 ao finalizar o pedido. Essas soluções, segundo Zec

Nov 11, 2024 - 05:07
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Só Jaé será aceito nos ônibus municipais a partir de fevereiro; ainda há dúvidas sobre integração

Apesar de menos de três meses para a transição completa do sistema de bilhetagem, integração do Bilhete Único Intermunicipal ainda é incógnita O RioCard está com os dias contados nos transportes municipais. A partir de 1º de fevereiro do ano que vem, o Jaé será o único cartão aceito nos ônibus municipais, BRTs, VLTs, vans e cabritinhos, segundo a prefeitura do Rio. Cerca de três milhões de usuários terão de adquirir o novo cartão. Embora a data já esteja definida, a mudança ainda enfrenta obstáculos. 'Tour da propina': uma hora depois de extorquir dinheiro de comerciante, PMs deixaram de atender ocorrência Censo: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil e é mais populosa que 91% dos municípios do país Passageiros que utilizam meios sob concessão municipal passarão a usar somente o Jaé. Aqueles que circulam em transportes estaduais, como barcas, metrô, trem e ônibus intermunicipais — situação bastante comum no dia a dia —, continuarão utilizando o RioCard. Isso significa que muitas pessoas precisarão ter os dois cartões. Indefinição Nessa corrida contra o tempo para fazer a migração para o Jaé, Maína Celidonio, secretária municipal de Transportes, apela para que as empresas se apressem, visando à fabricação de novos vales-transportes para seus funcionários. O processo, entre solicitação e confecção dos cartões, pode demorar até um mês. — Em três meses, o RioCard deixará de ser aceito nos modos regulados pela prefeitura. Portanto, é importante que a aquisição do vale-transporte Jaé seja feita quanto antes. Recomendamos que os empregadores busquem imediatamente a Jaé para realizar a contratação, e que os funcionários informem ao RH de suas empresas ou a seus empregadores diretos — observa Maína, que quer “evitar contratempos de última hora”. Transição: Jaé será único bilhete aceito nos modais municipais a partir de 1º de fevereiro Domingos Peixoto De Bethânia e Caetano na praia à Bienal: Rio abre os braços para o turismo de entretenimento Faltando menos de três meses para a mudança, ainda há questões importantes em aberto: prefeitura, Jaé e RioCard não sabem como será a integração dos beneficiários do Bilhete Único Intermunicipal (BUI), concedido pelo governo estadual. Essa parcela representa cerca de 100 mil passageiros, segundo estimativa do município, equivalente a 3,5% dos usuários. Para barbárie não ser esquecida: Rio tenta transformar espaços da ditadura em centros de memória enquanto Brasil lota cinemas por 'Ainda estou aqui' Hoje, com o mesmo cartão RioCard, o passageiro pode sair de Niterói pagando R$ 8,55 num ônibus até o Rio, onde embarca num coletivo municipal sem pagar tarifa, desde que isso seja feito em até três horas. A dúvida é sobre como proceder a partir de fevereiro, quando o passageiro tiver dois bilhetes na carteira. Questionada sobre quando essa questão será definida e qual será a solução, a Secretaria estadual de Transportes informou que não responderá no momento, uma vez que o tema não envolve somente a pasta. Máquinas de recarga da Riocard serão removidas de estações do BRT e VLT até janeiro Domingos Peixoto De acordo com o município, há conversas em andamento em duas frentes: uma com as concessionárias MetrôRio, SuperVia e Barcas, numa tentativa de ampliar o sistema do Jaé; e outra com o estado, para a definição do BUI. Conexão BRT: prefeitura cria serviços de ônibus para ligar terminais a bairros da Zona Oeste Joubert Flores, presidente do conselho da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, critica a falta de respostas sobre beneficiários: — Não é razoável que os dois poderes não se falem, e o prejuízo seja do passageiro. Próximos passos O Jaé começou a ser implementado em julho do ano passado, com previsão inicial de que substituísse o RioCard no início de 2024. Por conta de dificuldades encontradas em sua implementação, o prazo foi adiado para fevereiro de 2025. Segundo dados da SMTR, no último mês de outubro, 63,2 milhões de passageiros foram transportados no Rio, se somados os dois bilhetes. No entanto, usuários do Jaé representaram só 1% desse valor, com 714 mil pessoas. Inundações, deslizamentos e calor: especialistas listam desafios do Rio diante dos extremos climáticos Para diminuir o gargalo de pedidos de cartões Jaé na transição, a prefeitura resolveu que estudantes de escolas do município receberão seus bilhetes nas próprias unidades de ensino, enquanto pessoas com deficiência e doentes crônicos pegarão os cartões Jaé em clínicas da família. A SMTR também oficiou unidades de ensino da esfera estadual e federal a enviarem dados de seus alunos com gratuidade, assim como convoca idosos com mais de 65 anos a fazerem a solicitação de um novo cartão diretamente à empresa Jaé. O meio mais indicado para a solicitação de gratuidade pelos beneficiários é através do aplicativo do Jaé. O cartão pode ser entregue diretamente na casa dessas pessoas, desde que paguem uma taxa de R$ 7,95 ao finalizar o pedido. Essas soluções, segundo Zeca Vianna, CEO da Jaé, precisaram ser implementadas para não lotar os 11 postos da empresa: — As lojas não foram projetadas para uma migração desse tamanho. A gente tinha expectativa de que receberia a base de usuários da RioCard, mas eles se negaram (a passar). Maior controle A empresa alegou que isso violaria a Lei Geral de Proteção de Dados. Cassiano Rusycki, CEO da RioCard, ressalta ainda que “não cabe” à empresa “ter relação com outro ente a não ser a secretaria demandante” da gratuidade, como as de Educação e Saúde, não a de Transportes. Sistema de bilhetagem eletrônica Jaé será o único da cidade a partir de 1º de fevereiro Gabriel de Paiva / Agência O Globo Desde que anunciou o Jaé, a prefeitura promete o fim da “caixa-preta” na bilhetagem eletrônica. A operação de ônibus recebe dados com 40 dias de atraso e sem detalhamento de horários, o que dificulta o planejamento de linhas. Técnicos precisam decidir sobre o aumento ou não da frota em determinados momentos do dia no “olhômetro”. O CEO da RioCard argumenta que os relatórios são mensais e dependem do prazo de 40 dias para processar informações de todos os validadores. O prazo, frisa, respeita resolução da SMTR de 2019. Já sobre a falta de detalhamento dos dados, Cassiano diz que o acordo judicial prevê que os dados sejam entregues sem qualquer tipo de tratamento à SMTR. — Como eles (município) não confiam na tratativa da informação, a gente entrega o dado bruto. Ou eles tratam (os dados), ou confiam no que a gente passa — rebate.

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