'Só acontecem mudanças quando há crises': Amorim defende reforma da governança global em plenária do G20 Social
Assessor especial da presidência defendeu a multipolaridade e comentou os efeitos da reeleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, sentidos pelo Brasil O assessor para assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, defendeu a realização de encontros como o G20 para o surgimento de mudanças no equilíbrio de forças entre os países desenvolvidos e emergentes. Durante a sua participação em uma plenária da cúpula social, na manhã desta sexta-feira, ele relembrou o contexto de surgimento do grupo, que reuniu pela primeira vez representantes das vinte maiores economias do mundo em 2008, em meio a crise do subprime, nos Estados Unidos. 'Pobre também tem direito ao belo': Prefeita de Paris comenta sobre resistência enfrentada na construção de moradias populares U20: 'As cidades têm muito mais capacidade de lidar com as mudanças climáticas do que os governos centrais', diz Paes "Só acontecem mudanças quando há crises", afirmou Amorim ao comentar sobre a fundação e atuação do grupo em discussões internacionais. O ex-chanceler também afirmou que organizações como o Brics, defendido pelo governo brasileiro, contribuiriam para evitar o esvaziamento do G20 frente a forças de outras potências mundiais. Celso Amorim também foi crítico a atuação de membros do Conselho de Segurança da ONU, como Estados Unidos e Rússia, que, ao não conseguirem a aprovação grupo, "agem fora" do que ficou acordado. "Não há paz sem equilíbrio", complementou ele. Ao ser questionado se o cenário de reeleição do presidente americano Donald Trump abalaria cenários de futuras negociações, Amorim respondeu que seria preciso "esperar para que, mesmo na busca do seu interesse, da América Great Again, o presidente Trump também ajude". Discussão sobre reforma da governança global Nesta sexta-feira, esse tema também foi abordado por perspectivas de membros de movimentos sociais, convidados a integrar a mesa ao lado de Amorim. Entre os integrantes da discussão, esteve Antonio Lisboa, representante brasileiro da Confederação Sindical Internacional (CSI), que também defendeu a reformulação da estrutura das Nações Unidas, do Banco Mundial, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em favor da participação de países do sul global. "A gente vive num mundo que deve ser caracterizado por um novo multilateralismo, que não deve ser marcado por estruturas definidas pela guerra, mas sim pelos direitos e pela paz". Participou também do encontro o economista e professor sul-coreano Ha Joon Chang, que destacou o papel de controle de países ricos sob fundos e organizações monetárias internacionais, enquanto países em desenvolvimento teriam o acesso a esses recursos dificultado. "As regras deveriam se aplicar a todos igualmente, mas isso não acontece na prática e, quando uma norma favorece um grupo em detrimento de outro, isso se torna injusto", explica ele. Já a turca Yildiz Temürtürkan, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), defendeu o papel dos movimentos sociais na "luta pelo poder e pelos direitos das mulheres". "Só conseguimos mudar a dinâmica do mundo estando em ação", disse ela ao apresentar as demandas trazidas pela sua organização para o G20 Social, que incluíam o "combate ao patriarcado" e o fim das "guerras começadas por impérios". A mudança da governança global também foi sugerida pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a mesa de abertura da cúpula social, que aconteceu na tarde desta quinta-feira. dDurante sua fala, o chanceler defendeu que "o mundo não pode continuar a ser governado pela geopolítica que resultou do flagelo Segunda Guerra Mundial, em 1945". Ele ainda disse que essa configuração "levou o mundo a uma situação que hoje vivemos, em que não se pode parar os atos de violência, agressão, morte, guerra, que se vê em todas as regiões, seja no Oriente Médio, seja na Europa".
Assessor especial da presidência defendeu a multipolaridade e comentou os efeitos da reeleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, sentidos pelo Brasil O assessor para assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, defendeu a realização de encontros como o G20 para o surgimento de mudanças no equilíbrio de forças entre os países desenvolvidos e emergentes. Durante a sua participação em uma plenária da cúpula social, na manhã desta sexta-feira, ele relembrou o contexto de surgimento do grupo, que reuniu pela primeira vez representantes das vinte maiores economias do mundo em 2008, em meio a crise do subprime, nos Estados Unidos. 'Pobre também tem direito ao belo': Prefeita de Paris comenta sobre resistência enfrentada na construção de moradias populares U20: 'As cidades têm muito mais capacidade de lidar com as mudanças climáticas do que os governos centrais', diz Paes "Só acontecem mudanças quando há crises", afirmou Amorim ao comentar sobre a fundação e atuação do grupo em discussões internacionais. O ex-chanceler também afirmou que organizações como o Brics, defendido pelo governo brasileiro, contribuiriam para evitar o esvaziamento do G20 frente a forças de outras potências mundiais. Celso Amorim também foi crítico a atuação de membros do Conselho de Segurança da ONU, como Estados Unidos e Rússia, que, ao não conseguirem a aprovação grupo, "agem fora" do que ficou acordado. "Não há paz sem equilíbrio", complementou ele. Ao ser questionado se o cenário de reeleição do presidente americano Donald Trump abalaria cenários de futuras negociações, Amorim respondeu que seria preciso "esperar para que, mesmo na busca do seu interesse, da América Great Again, o presidente Trump também ajude". Discussão sobre reforma da governança global Nesta sexta-feira, esse tema também foi abordado por perspectivas de membros de movimentos sociais, convidados a integrar a mesa ao lado de Amorim. Entre os integrantes da discussão, esteve Antonio Lisboa, representante brasileiro da Confederação Sindical Internacional (CSI), que também defendeu a reformulação da estrutura das Nações Unidas, do Banco Mundial, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em favor da participação de países do sul global. "A gente vive num mundo que deve ser caracterizado por um novo multilateralismo, que não deve ser marcado por estruturas definidas pela guerra, mas sim pelos direitos e pela paz". Participou também do encontro o economista e professor sul-coreano Ha Joon Chang, que destacou o papel de controle de países ricos sob fundos e organizações monetárias internacionais, enquanto países em desenvolvimento teriam o acesso a esses recursos dificultado. "As regras deveriam se aplicar a todos igualmente, mas isso não acontece na prática e, quando uma norma favorece um grupo em detrimento de outro, isso se torna injusto", explica ele. Já a turca Yildiz Temürtürkan, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), defendeu o papel dos movimentos sociais na "luta pelo poder e pelos direitos das mulheres". "Só conseguimos mudar a dinâmica do mundo estando em ação", disse ela ao apresentar as demandas trazidas pela sua organização para o G20 Social, que incluíam o "combate ao patriarcado" e o fim das "guerras começadas por impérios". A mudança da governança global também foi sugerida pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante a mesa de abertura da cúpula social, que aconteceu na tarde desta quinta-feira. dDurante sua fala, o chanceler defendeu que "o mundo não pode continuar a ser governado pela geopolítica que resultou do flagelo Segunda Guerra Mundial, em 1945". Ele ainda disse que essa configuração "levou o mundo a uma situação que hoje vivemos, em que não se pode parar os atos de violência, agressão, morte, guerra, que se vê em todas as regiões, seja no Oriente Médio, seja na Europa".
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