'Sinais de solidão': pesquisadores descobrem golfinho 'falando sozinho' no Mar Báltico
Delle vive na área do canal Svendborgsund, ao sul da ilha de Funen, na Dinamarca, desde 2019, uma região fora do habitat normal de golfinhos-nariz-de-garrafa Um estudo recente revelou que um golfinho, conhecido como Delle, tem emitido milhares de sons no Mar Báltico, o que levanta a hipótese de que ele possa estar chamando por outros golfinhos ou expressando emoções. A pesquisa, publicada na revista Bioacoustics em 31 de outubro, foi conduzida por Olga Filatova, bióloga de cetáceos da Universidade do Sul da Dinamarca, e outros cientistas que analisaram as vocalizações incomuns de Delle entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023. Entenda: Mar Mediterrâneo perdeu 70% de sua água há 5,5 milhões de anos, diz estudo Veja também: Jovem promessa do rugby é morto por tubarão-branco durante mergulho na Nova Zelândia Durante 69 dias de monitoramento, os pesquisadores registraram 10.833 sons, incluindo 2.291 assobios, 2.288 pulsos rápidos e 5.487 sons tonais de baixa frequência. Muitos desses sons são tipicamente usados para comunicação entre os animais. "Esses sons são tradicionalmente considerados comunicativos, o que implica que deveria haver pelo menos dois golfinhos interagindo. Mas Delle estava completamente sozinho", afirmou Filatova ao Live Science. Golfinhos nadando Reprodução/Unsplash Delle vive na área do canal Svendborgsund, ao sul da ilha de Funen, na Dinamarca, desde 2019, uma região fora do habitat normal de golfinhos-nariz-de-garrafa. A equipe inicialmente instalou gravadores para estudar os botos locais, mas ficou surpresa com a quantidade e a diversidade das vocalizações do golfinho que encontraram por acidente. "Eu certamente não esperava gravar milhares de sons diferentes", admitiu Filatova à Live Science. Entre os assobios registrados, três eram distintos e sugerem algo diferente. "Os golfinhos-nariz-de-garrafa têm assobios de assinatura, que funcionam como nomes únicos para cada indivíduo", explicou Filatova. Caso os cientistas não soubessem que Delle estava sozinho, poderiam ter concluído que se tratava de um grupo interagindo. Dessa forma, os pesquisadores consideram duas hipóteses principais para a vocalização de Delle: ele poderia estar "falando consigo mesmo como reflexo de emoções, algo semelhante a rir sozinho ao ler algo engraçado", explicou Filatova; ou esses sons poderiam ser uma tentativa de atrair outros golfinhos, embora essa possibilidade pareça improvável após três anos de isolamento na região. Thea Taylor, do Sussex Dolphin Project, acredita que o comportamento é consistente com a natureza altamente vocal dos golfinhos. "Eles dependem do som para caçar, explorar o ambiente e se comunicar a grandes distâncias", afirmou à Live Science. Para Taylor, o aspecto mais intrigante é a possibilidade de as vocalizações refletirem emoções, o que indicaria novas questões comportamentais e dos sentimentos dos golfinhos. Golfinho Astrid Schmid por Pixabay Filatova ainda destacou que golfinhos solitários raramente são estudados, muitas vezes considerados "excluídos" sem relevância científica. No entanto, segundo a pesquisa, as vocalizações de Delle mostram que esses indivíduos podem fornecer insights valiosos sobre os mecanismos de comunicação e comportamento.
Delle vive na área do canal Svendborgsund, ao sul da ilha de Funen, na Dinamarca, desde 2019, uma região fora do habitat normal de golfinhos-nariz-de-garrafa Um estudo recente revelou que um golfinho, conhecido como Delle, tem emitido milhares de sons no Mar Báltico, o que levanta a hipótese de que ele possa estar chamando por outros golfinhos ou expressando emoções. A pesquisa, publicada na revista Bioacoustics em 31 de outubro, foi conduzida por Olga Filatova, bióloga de cetáceos da Universidade do Sul da Dinamarca, e outros cientistas que analisaram as vocalizações incomuns de Delle entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023. Entenda: Mar Mediterrâneo perdeu 70% de sua água há 5,5 milhões de anos, diz estudo Veja também: Jovem promessa do rugby é morto por tubarão-branco durante mergulho na Nova Zelândia Durante 69 dias de monitoramento, os pesquisadores registraram 10.833 sons, incluindo 2.291 assobios, 2.288 pulsos rápidos e 5.487 sons tonais de baixa frequência. Muitos desses sons são tipicamente usados para comunicação entre os animais. "Esses sons são tradicionalmente considerados comunicativos, o que implica que deveria haver pelo menos dois golfinhos interagindo. Mas Delle estava completamente sozinho", afirmou Filatova ao Live Science. Golfinhos nadando Reprodução/Unsplash Delle vive na área do canal Svendborgsund, ao sul da ilha de Funen, na Dinamarca, desde 2019, uma região fora do habitat normal de golfinhos-nariz-de-garrafa. A equipe inicialmente instalou gravadores para estudar os botos locais, mas ficou surpresa com a quantidade e a diversidade das vocalizações do golfinho que encontraram por acidente. "Eu certamente não esperava gravar milhares de sons diferentes", admitiu Filatova à Live Science. Entre os assobios registrados, três eram distintos e sugerem algo diferente. "Os golfinhos-nariz-de-garrafa têm assobios de assinatura, que funcionam como nomes únicos para cada indivíduo", explicou Filatova. Caso os cientistas não soubessem que Delle estava sozinho, poderiam ter concluído que se tratava de um grupo interagindo. Dessa forma, os pesquisadores consideram duas hipóteses principais para a vocalização de Delle: ele poderia estar "falando consigo mesmo como reflexo de emoções, algo semelhante a rir sozinho ao ler algo engraçado", explicou Filatova; ou esses sons poderiam ser uma tentativa de atrair outros golfinhos, embora essa possibilidade pareça improvável após três anos de isolamento na região. Thea Taylor, do Sussex Dolphin Project, acredita que o comportamento é consistente com a natureza altamente vocal dos golfinhos. "Eles dependem do som para caçar, explorar o ambiente e se comunicar a grandes distâncias", afirmou à Live Science. Para Taylor, o aspecto mais intrigante é a possibilidade de as vocalizações refletirem emoções, o que indicaria novas questões comportamentais e dos sentimentos dos golfinhos. Golfinho Astrid Schmid por Pixabay Filatova ainda destacou que golfinhos solitários raramente são estudados, muitas vezes considerados "excluídos" sem relevância científica. No entanto, segundo a pesquisa, as vocalizações de Delle mostram que esses indivíduos podem fornecer insights valiosos sobre os mecanismos de comunicação e comportamento.
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