Seleção mostrou melhores virtudes e piores defeitos no empate com Venezuela
Aos poucos, Brasil de Dorival Júnior evolui nas Eliminatórias As melhores virtudes e os piores defeitos da seleção brasileira ficaram evidentes no empate por 1 a 1 com a Venezuela, no penúltimo jogo deste ano estranho. Ainda falta o Uruguai, na terça-feira, em Salvador. Quem quiser ver o copo meio cheio terá motivos para dizer que houve avanços em relação aos jogos de outubro — vitórias ante Chile e Peru, os piores times das Eliminatórias — e que os problemas não são incorrigíveis. O primeiro tempo resgatou um otimismo que dormitava. A movimentação de Raphinha, Savinho e Vini Jr (Igor Jesus ficou um degrau abaixo) e mais a presença constante de Gerson no campo de ataque confundiram a marcação da Venezuela. A vitória por 1 a 0 no primeiro tempo ficou longe de traduzir o que aconteceu no jogo. Vini, de volta à seleção após ter perdido os dois últimos jogos por lesão, esteve à altura das expectativas na maior parte do tempo: ganhou duelos físicos contra defensores mais altos e fortes, saiu da ponta da esquerda para abrir espaços, driblou, finalizou. Uma pena que, no segundo tempo, tenha perdido um pênalti e se deixado arrastar pelas provocações dos rivais. Ele criou e concluiu o lance mais bonito do jogo, o que simbolizou o que a seleção fez de melhor em Maturín: a arrancada em que deixou venezuelanos pelo caminho, a triangulação com Raphinha e Savinho que terminou com um chute na trave. O melhor em campo mais uma vez foi Raphinha, que voltou a jogar como meia, não mais como ponta, e agora com a 10 às costas, número que não deveria mais deixar de usar. Graças a Raphinha, a seleção voltou a fazer um gol de falta após seis jogos. O anterior havia sido contra a Colômbia, em julho, pela Copa América — do mesmo autor. Antes disso, o Brasil atravessou 48 partidas, quase quatro anos e meio, sem um gol de falta. Sua atuação na Venezuela não se resumiu a isso: o jogador do Barcelona voltou a se provar mais apto ao papel de meia central por trás de três atacantes do que Lucas Paquetá e Rodrygo, os outros que Dorival Júnior tentou por ali antes dele. O grande defeito da seleção, que ficou escancarado no segundo tempo, já estava presente desde o começo: a transição defensiva desorganizada, desequilibrada. Tendo muito menos posse de bola, a Venezuela conseguiu sete finalizações só no primeiro tempo (contra oito do Brasil). O gol sofrido aos 40 segundos da segunda etapa é uma radiografia perfeita do problema. Quando Savarino recebe a bola dentro da área e rola para Segovia vencer Ederson, há seis jogadores do Brasil defendendo – e quatro desconectados. O time está partido. Bruno Guimarães e Gerson estão afundados dentro da área e não há ninguém protegendo a meia-lua. A seleção brasileira experimentou de tudo em 2024. Da euforia (exagerada) depois da vitória em Wembley na estreia de Dorival à depressão (exagerada) após a eliminação na Copa América. O momento é de evolução e oscilações normais para o trabalho de um técnico que tem menos de um ano no cargo — período que já deveria ser maior, se a CBF não tivesse perdido tanto tempo com a ficção Ancelotti e os interinos de 2023.
Aos poucos, Brasil de Dorival Júnior evolui nas Eliminatórias As melhores virtudes e os piores defeitos da seleção brasileira ficaram evidentes no empate por 1 a 1 com a Venezuela, no penúltimo jogo deste ano estranho. Ainda falta o Uruguai, na terça-feira, em Salvador. Quem quiser ver o copo meio cheio terá motivos para dizer que houve avanços em relação aos jogos de outubro — vitórias ante Chile e Peru, os piores times das Eliminatórias — e que os problemas não são incorrigíveis. O primeiro tempo resgatou um otimismo que dormitava. A movimentação de Raphinha, Savinho e Vini Jr (Igor Jesus ficou um degrau abaixo) e mais a presença constante de Gerson no campo de ataque confundiram a marcação da Venezuela. A vitória por 1 a 0 no primeiro tempo ficou longe de traduzir o que aconteceu no jogo. Vini, de volta à seleção após ter perdido os dois últimos jogos por lesão, esteve à altura das expectativas na maior parte do tempo: ganhou duelos físicos contra defensores mais altos e fortes, saiu da ponta da esquerda para abrir espaços, driblou, finalizou. Uma pena que, no segundo tempo, tenha perdido um pênalti e se deixado arrastar pelas provocações dos rivais. Ele criou e concluiu o lance mais bonito do jogo, o que simbolizou o que a seleção fez de melhor em Maturín: a arrancada em que deixou venezuelanos pelo caminho, a triangulação com Raphinha e Savinho que terminou com um chute na trave. O melhor em campo mais uma vez foi Raphinha, que voltou a jogar como meia, não mais como ponta, e agora com a 10 às costas, número que não deveria mais deixar de usar. Graças a Raphinha, a seleção voltou a fazer um gol de falta após seis jogos. O anterior havia sido contra a Colômbia, em julho, pela Copa América — do mesmo autor. Antes disso, o Brasil atravessou 48 partidas, quase quatro anos e meio, sem um gol de falta. Sua atuação na Venezuela não se resumiu a isso: o jogador do Barcelona voltou a se provar mais apto ao papel de meia central por trás de três atacantes do que Lucas Paquetá e Rodrygo, os outros que Dorival Júnior tentou por ali antes dele. O grande defeito da seleção, que ficou escancarado no segundo tempo, já estava presente desde o começo: a transição defensiva desorganizada, desequilibrada. Tendo muito menos posse de bola, a Venezuela conseguiu sete finalizações só no primeiro tempo (contra oito do Brasil). O gol sofrido aos 40 segundos da segunda etapa é uma radiografia perfeita do problema. Quando Savarino recebe a bola dentro da área e rola para Segovia vencer Ederson, há seis jogadores do Brasil defendendo – e quatro desconectados. O time está partido. Bruno Guimarães e Gerson estão afundados dentro da área e não há ninguém protegendo a meia-lua. A seleção brasileira experimentou de tudo em 2024. Da euforia (exagerada) depois da vitória em Wembley na estreia de Dorival à depressão (exagerada) após a eliminação na Copa América. O momento é de evolução e oscilações normais para o trabalho de um técnico que tem menos de um ano no cargo — período que já deveria ser maior, se a CBF não tivesse perdido tanto tempo com a ficção Ancelotti e os interinos de 2023.
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