Secretário-geral da Otan quer conversa com Trump sobre aliança entre Rússia e Coreia do Norte

Em viagem a Budapeste, Mark Rutte afirmou que cooperação entre Moscou e Pyongyang ameaça o futuro, os Estados Unidos, a Europa continental, e também os parceiros da aliança no Indo-Pacífico O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou nesta quinta-feira que espera falar com Donald Trump, presidente eleito dos EUA, sobre a ameaça da aliança entre Rússia e Coreia do Norte — que em meio à campanha presidencial americana reforçou laços, com o envio de tropas norte-coreanas para territórios russos e a assinatura de um tratado de defesa mútua. Crônica de uma revanche: Trump capitalizou insatisfação com os democratas e virou o jogo Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa do pleito nos EUA — Estou ansioso para me sentar com o presidente Trump e discutir como podemos garantir coletivamente que enfrentaremos esta ameaça e manteremos a nossa parte do mundo segura — disse Rutte, durante agenda em Budapeste. Initial plugin text Enquanto Washington se concentrava na disputa pela Casa Branca, Moscou e Pyongyang aumentaram o nível da cooperação militar entre os países. O Congresso russo russo aprovou um tratado de defesa mútua que garante que um dos sócios defenderá o aliado com todos os meios possíveis em caso de agressão externa. Além disso, Coreia do Sul e Ucrânia denunciaram repetidamente sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, com estimativas de setores de inteligência falando em 10 mil soldados enviados. A preocupação é de que eles sejam empregados na linha de frente da guerra da Ucrânia, o que já foi desaconselhado pelo Gabinete do presidente americano, Joe Biden, que disse que qualquer um combatendo seria considerado um alvo legítimo. Entenda: 'Ex-primeira-filha', Ivanka vive 'mudança radical' e não voltará à Casa Branca com Trump Ainda em sua agenda em Budapeste, Rutte deu novos detalhes sobre a cooperação russo-norte-coreana. De acordo com o secretário, Moscou está transferindo "tecnologia para a Coreia do Norte", o que, na análise do holandês, permite que Pyongyang ameace "o futuro, os Estados Unidos, a Europa continental, e também os nossos parceiros no Indo-Pacífico". — Estes são desenvolvimentos realmente perigosos e devemos discuti-los hoje — disse Rutte, acrescentando que China e Irã também estariam cooperando para o esforço contra a Ucrânia. Trump de volta: "A América nos deu um mandato sem precedentes e poderoso" Do lado europeu da aliança atlântica, o retorno de Trump ao poder era visto com preocupação por boa parte dos sócios, uma vez que, durante seu primeiro mandato, o republicano fez jogo-duro para que todos aumentassem as contribuições para a defesa coletiva. Em fevereiro, ele chegou a ameaçar não cumprir com as obrigações de defesa coletiva assinadas por Washington em caso de inadimplência por parte dos aliados — um contraste com o governo Biden, que recuperou os vínculos com os parceiros e aumentou a cooperação, inclusive com o desatar da guerra no Leste Europeu. Quando Trump subiu o tom contra os parceiros, contudo, não havia um conflito ativo que envolvesse mais imediatamente a aliança. Em Budapeste, Rutte não fez nenhuma crítica ou demonstrou preocupação com a volta de Trump, embora tenha tido vários atritos com o republicano quando era premier da Holanda. Ele reiterou felicitações a Trump pela vitória nas eleições presidenciais, destacando o caráter democrático da eleição vencida pelo republicano e afirmando que “o povo dos Estados Unidos o elegeu". — Trabalhei muito bem com ele durante quatro anos. Ele é muito claro sobre o que quer. Ele entende que é preciso chegar a acordos para chegar a posições conjuntas e acredito que podemos fazê-lo — acrescentou. Camille Grand, ex-funcionário da Otan e pesquisador do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR), apontou que há duas teorias sobre como serão as relações da Aliança com Trump. A primeira, disse, será a de um cenário "como durante a primeira vez", descrito por ele como "desagradável, mas não catastrófico". A segunda, acrescentou, será marcada pela constatação de que "agora estamos em um mundo diferente". Para Grand, o grande elemento de diferença com a primeira gestão de Trump e as tensões com a Otan é que naquele momento "não havia uma guerra na Europa". EUA de Trump: A vitória do retorno sinaliza um país diferente Futuro na Ucrânia Para além das dúvidas sobre o papel dos EUA na aliança, permanecem os questionamentos sobre a continuidade do apoio americano à Ucrânia. Trump já criticou em várias ocasiões a aprovação de bilhões de dólares em ajuda para a Ucrânia e garantiu que poderia pôr fim ao conflito em 24 horas — um cenário que já foi questionado pelo próprio Rutte. Outro ex-funcionário da Otan afirmou que, "se Trump iniciar negociações com a Rússia, serão negociações que não serão baseadas em valores e princípios, o que poderia levar a um resultado catastrófico para a Ucrânia e a Europa". Na linha de frente da guerra na Ucrânia Um diplomata da aliança, por sua vez, assinalou que, se os EUA decidirem

Nov 7, 2024 - 10:02
 0  0
Secretário-geral da Otan quer conversa com Trump sobre aliança entre Rússia e Coreia do Norte

Em viagem a Budapeste, Mark Rutte afirmou que cooperação entre Moscou e Pyongyang ameaça o futuro, os Estados Unidos, a Europa continental, e também os parceiros da aliança no Indo-Pacífico O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou nesta quinta-feira que espera falar com Donald Trump, presidente eleito dos EUA, sobre a ameaça da aliança entre Rússia e Coreia do Norte — que em meio à campanha presidencial americana reforçou laços, com o envio de tropas norte-coreanas para territórios russos e a assinatura de um tratado de defesa mútua. Crônica de uma revanche: Trump capitalizou insatisfação com os democratas e virou o jogo Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa do pleito nos EUA — Estou ansioso para me sentar com o presidente Trump e discutir como podemos garantir coletivamente que enfrentaremos esta ameaça e manteremos a nossa parte do mundo segura — disse Rutte, durante agenda em Budapeste. Initial plugin text Enquanto Washington se concentrava na disputa pela Casa Branca, Moscou e Pyongyang aumentaram o nível da cooperação militar entre os países. O Congresso russo russo aprovou um tratado de defesa mútua que garante que um dos sócios defenderá o aliado com todos os meios possíveis em caso de agressão externa. Além disso, Coreia do Sul e Ucrânia denunciaram repetidamente sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, com estimativas de setores de inteligência falando em 10 mil soldados enviados. A preocupação é de que eles sejam empregados na linha de frente da guerra da Ucrânia, o que já foi desaconselhado pelo Gabinete do presidente americano, Joe Biden, que disse que qualquer um combatendo seria considerado um alvo legítimo. Entenda: 'Ex-primeira-filha', Ivanka vive 'mudança radical' e não voltará à Casa Branca com Trump Ainda em sua agenda em Budapeste, Rutte deu novos detalhes sobre a cooperação russo-norte-coreana. De acordo com o secretário, Moscou está transferindo "tecnologia para a Coreia do Norte", o que, na análise do holandês, permite que Pyongyang ameace "o futuro, os Estados Unidos, a Europa continental, e também os nossos parceiros no Indo-Pacífico". — Estes são desenvolvimentos realmente perigosos e devemos discuti-los hoje — disse Rutte, acrescentando que China e Irã também estariam cooperando para o esforço contra a Ucrânia. Trump de volta: "A América nos deu um mandato sem precedentes e poderoso" Do lado europeu da aliança atlântica, o retorno de Trump ao poder era visto com preocupação por boa parte dos sócios, uma vez que, durante seu primeiro mandato, o republicano fez jogo-duro para que todos aumentassem as contribuições para a defesa coletiva. Em fevereiro, ele chegou a ameaçar não cumprir com as obrigações de defesa coletiva assinadas por Washington em caso de inadimplência por parte dos aliados — um contraste com o governo Biden, que recuperou os vínculos com os parceiros e aumentou a cooperação, inclusive com o desatar da guerra no Leste Europeu. Quando Trump subiu o tom contra os parceiros, contudo, não havia um conflito ativo que envolvesse mais imediatamente a aliança. Em Budapeste, Rutte não fez nenhuma crítica ou demonstrou preocupação com a volta de Trump, embora tenha tido vários atritos com o republicano quando era premier da Holanda. Ele reiterou felicitações a Trump pela vitória nas eleições presidenciais, destacando o caráter democrático da eleição vencida pelo republicano e afirmando que “o povo dos Estados Unidos o elegeu". — Trabalhei muito bem com ele durante quatro anos. Ele é muito claro sobre o que quer. Ele entende que é preciso chegar a acordos para chegar a posições conjuntas e acredito que podemos fazê-lo — acrescentou. Camille Grand, ex-funcionário da Otan e pesquisador do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR), apontou que há duas teorias sobre como serão as relações da Aliança com Trump. A primeira, disse, será a de um cenário "como durante a primeira vez", descrito por ele como "desagradável, mas não catastrófico". A segunda, acrescentou, será marcada pela constatação de que "agora estamos em um mundo diferente". Para Grand, o grande elemento de diferença com a primeira gestão de Trump e as tensões com a Otan é que naquele momento "não havia uma guerra na Europa". EUA de Trump: A vitória do retorno sinaliza um país diferente Futuro na Ucrânia Para além das dúvidas sobre o papel dos EUA na aliança, permanecem os questionamentos sobre a continuidade do apoio americano à Ucrânia. Trump já criticou em várias ocasiões a aprovação de bilhões de dólares em ajuda para a Ucrânia e garantiu que poderia pôr fim ao conflito em 24 horas — um cenário que já foi questionado pelo próprio Rutte. Outro ex-funcionário da Otan afirmou que, "se Trump iniciar negociações com a Rússia, serão negociações que não serão baseadas em valores e princípios, o que poderia levar a um resultado catastrófico para a Ucrânia e a Europa". Na linha de frente da guerra na Ucrânia Um diplomata da aliança, por sua vez, assinalou que, se os EUA decidirem retirar a ajuda à Ucrânia, "a Europa não poderá substituí-la imediatamente". Diante deste cenário, alguns aliados insistem na urgência de reforçar a unidade e se concentrar em uma definição estratégica. — Teremos que encontrar formas de trabalhar em torno dos nossos interesses comuns, mas fundamentalmente a resposta está em nós — disse o ministro francês de Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, na quarta-feira. (Com AFP)

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow