Saiba quais são as duas linhas de investigação do assassinato de Gritzbach
A morte pode ter sido encomendada ou pelo PCC ou por policiais civis, segundo integrante da força-tarefa que investiga o caso Até o momento, são duas as principais linhas de investigação do assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira. A primeira é que a morte tenha sido encomendada por alguma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC). A segunda, por policiais civis. Ambos eram objetos de delação premiada de Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo. Ao GLOBO, um integrante da força-tarefa anunciada pelo governo de São Paulo para investigar o crime afirmou que as duas teses são igualmente prováveis. Nenhuma se sobressai à outra. — A única coisa que dá para saber pela imagem é que o cara que executa sabe manipular armas de fogo de grosso calibre. Isso não exclui nenhuma linha — opinou. — Antigamente, eu poderia dizer que não seria um policial, porque ele manuseia fuzil. Mas hoje sabemos o que os caras [criminosos] fazem durante o domínio de cidades [modalidade conhecida como Novo Cangaço]. O cara vai treinar na Bolívia. No sábado, um dia depois do crime, a Polícia Militar de São Paulo localizou armas, munições e carregadores em um terreno na Vila Nossa Senhora de Fátima, perto do Aeroporto de Guarulhos. O material ainda passará por perícia, mas a suspeita é de que foi empregado na execução de Gritzbach. Segundo o integrante da força-tarefa, “não há dúvidas” de que o exame de balística dará positivo em relação às armas. — As armas estão com a numeração íntegra, mas não constam da base de dados nacionais. Isso não significa que elas não existem em bases de dados de outros países — explicou. Delação premiada Em abril, Gritzbach assinou uma proposta de acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para entregar integrantes da facção por lavagem de dinheiro, além de policiais civis. No documento, ao qual o GLOBO teve acesso em sua íntegra, o empresário afirma ter informações que comprometem três membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. Dentre eles, o único integrante do PCC vivo é Cebola. Em sua denúncia, o empresário acusa ainda agentes ligados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo) e ao 30º DP (Tatuapé). Ainda segundo a proposta de delação, o 30º e o 24º DP teriam se envolvido no caso após a equipe de um distrito ser transferida para outra delegacia, levando consigo os esquemas criminosos. Os promotores do caso apontam que as condutas dos policiais podem configurar os crimes de concussão (extorsão cometida por agentes públicos), corrupção passiva e associação criminosa. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que policiais civis denunciados e PMs que faziam a escolta do empresários são alvos de inquérito policiais.
A morte pode ter sido encomendada ou pelo PCC ou por policiais civis, segundo integrante da força-tarefa que investiga o caso Até o momento, são duas as principais linhas de investigação do assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira. A primeira é que a morte tenha sido encomendada por alguma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC). A segunda, por policiais civis. Ambos eram objetos de delação premiada de Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo. Ao GLOBO, um integrante da força-tarefa anunciada pelo governo de São Paulo para investigar o crime afirmou que as duas teses são igualmente prováveis. Nenhuma se sobressai à outra. — A única coisa que dá para saber pela imagem é que o cara que executa sabe manipular armas de fogo de grosso calibre. Isso não exclui nenhuma linha — opinou. — Antigamente, eu poderia dizer que não seria um policial, porque ele manuseia fuzil. Mas hoje sabemos o que os caras [criminosos] fazem durante o domínio de cidades [modalidade conhecida como Novo Cangaço]. O cara vai treinar na Bolívia. No sábado, um dia depois do crime, a Polícia Militar de São Paulo localizou armas, munições e carregadores em um terreno na Vila Nossa Senhora de Fátima, perto do Aeroporto de Guarulhos. O material ainda passará por perícia, mas a suspeita é de que foi empregado na execução de Gritzbach. Segundo o integrante da força-tarefa, “não há dúvidas” de que o exame de balística dará positivo em relação às armas. — As armas estão com a numeração íntegra, mas não constam da base de dados nacionais. Isso não significa que elas não existem em bases de dados de outros países — explicou. Delação premiada Em abril, Gritzbach assinou uma proposta de acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para entregar integrantes da facção por lavagem de dinheiro, além de policiais civis. No documento, ao qual o GLOBO teve acesso em sua íntegra, o empresário afirma ter informações que comprometem três membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta; Cláudio Marcos de Almeida, o Django; e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola. Dentre eles, o único integrante do PCC vivo é Cebola. Em sua denúncia, o empresário acusa ainda agentes ligados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo) e ao 30º DP (Tatuapé). Ainda segundo a proposta de delação, o 30º e o 24º DP teriam se envolvido no caso após a equipe de um distrito ser transferida para outra delegacia, levando consigo os esquemas criminosos. Os promotores do caso apontam que as condutas dos policiais podem configurar os crimes de concussão (extorsão cometida por agentes públicos), corrupção passiva e associação criminosa. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que policiais civis denunciados e PMs que faziam a escolta do empresários são alvos de inquérito policiais.
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