Projeto em Niterói concilia construção de robôs e história da arte

Engenhoka, desenvolvido em seis escolas do Brasil, tem como resultado esculturas em 3D inspiradas em artistas como Da Vinci e Lygia Clark O Instituto Burburinho Cultural está lançando o projeto Engenhoka, que une robótica e artes visuais com o objetivo de estimular o aprendizado científico. O Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, na Ilha da Conceição, é uma das seis escolas no Brasil a participar da iniciativa, que teve início em agosto e será encerrada em dezembro com uma exposição dos trabalhos realizados pelos alunos. Diversão garantida: Floresta da Tijuca ganha pista de mountain bike para crianças; vídeo Ônibus: Trajetos de 23 linhas que passam pelo Centro de Niterói são alterados; confira Para a presidente do Instituto Burburinho Cultural, Priscila Seixas, a inclusão da robótica educacional e da história da arte forma um instrumento capaz de permitir o desenvolvimento de habilidades no mundo atual. A robótica, explica, vai muito além do uso de máquinas. O campo do saber também ensina pensamento crítico, trabalho em equipe e resolução de problemas de forma prática. — A educação formal não acompanha a velocidade das transformações do mundo cotidiano. Em um cenário onde as mudanças tecnológicas e sociais são rápidas e constantes, precisamos de abordagens que ajudem os alunos a desenvolverem a capacidade de adaptação e inovação. Chamamos isso de criatividade. Essas disciplinas não são apenas técnicas ou teóricas; elas representam uma tecnologia social — afirma Priscila, destacando que a metodologia adotada coloca o aprendizado em contato direto com o mundo real, criando oportunidades de reflexão e transformação. O projeto é realizado pelo instituto e pelo Ministério da Cultura, com patrocínio de Fundação Siemens, Simpress, Digix, Wilson Sons e Google, além de ter sido beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura. Cinco módulos Cerca de 400 alunos das seis escolas participam das atividades, desenvolvendo conhecimentos em robótica e artes visuais. O curso utiliza conceitos de mecânica e eletrônica para explorar referências de artistas visuais como Leonardo da Vinci, Alexander Calder, Marcel Duchamp e brasileiros como Abraham Palatnik e Lygia Clark. O Engenhoka foi idealizado por Thiago Ramires, diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, e conta com a curadoria de Fabiana Moraes, especialista em políticas culturais e gerente de projetos culturais na França. A edtech Picode foi responsável por elaborar a linha do tempo do curso, que aborda as conexões entre arte e ciência, com foco na arte cinética. Segundo Ramires, o objetivo do projeto é mostrar que ciência e arte podem ser aprendidas juntas e de forma interligada. — Os alunos vêm sendo estimulados pelas disciplinas que dão base ao projeto, como ciências, tecnologia, engenharias, artes e matemática, de forma concreta e aplicada aos trabalhos que estão produzindo. A presença dos estúdios makers nos colégios transformou a rotina dos alunos e vem tornando a presença na escola pública mais estimulante — afirma Ramires. Ainda de acordo com o diretor, o método, descrito num kit para cada aluno, parte da premissa de apresentar artistas desde o século XV, seguindo o preceito de apresentar um momento da história da arte, sugerindo exercícios e em sequência a materialização de um objeto. Cinco módulos compõem o Engenhoka. O primeiro é de iniciação e aborda um processo experimental com todos os temas envolvidos no projeto. No segundo, entra em prática o Pássaro Autômato, em que obras de artistas servem de referência para reflexão dos alunos. — Por exemplo, Calder e seus móbiles, aludindo a questões de mecânica e movimento. Na sequência, os alunos desenvolveram uma luminária criativa. Cumulativo, o processo agrega novos elementos, como o planejamento de uma escultura usando eletrônica, movimentos, interações com programação e automação para, finalmente, planejar um trabalho em grupo em consonância com o conteúdo apresentado. O resultado é uma escultura em 3D — explica. Apenas alunos da escola podem participar do projeto. Os interessados devem procurar a secretaria para obter todas as informações.

Nov 12, 2024 - 11:34
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Projeto em Niterói concilia construção de robôs e história da arte

Engenhoka, desenvolvido em seis escolas do Brasil, tem como resultado esculturas em 3D inspiradas em artistas como Da Vinci e Lygia Clark O Instituto Burburinho Cultural está lançando o projeto Engenhoka, que une robótica e artes visuais com o objetivo de estimular o aprendizado científico. O Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, na Ilha da Conceição, é uma das seis escolas no Brasil a participar da iniciativa, que teve início em agosto e será encerrada em dezembro com uma exposição dos trabalhos realizados pelos alunos. Diversão garantida: Floresta da Tijuca ganha pista de mountain bike para crianças; vídeo Ônibus: Trajetos de 23 linhas que passam pelo Centro de Niterói são alterados; confira Para a presidente do Instituto Burburinho Cultural, Priscila Seixas, a inclusão da robótica educacional e da história da arte forma um instrumento capaz de permitir o desenvolvimento de habilidades no mundo atual. A robótica, explica, vai muito além do uso de máquinas. O campo do saber também ensina pensamento crítico, trabalho em equipe e resolução de problemas de forma prática. — A educação formal não acompanha a velocidade das transformações do mundo cotidiano. Em um cenário onde as mudanças tecnológicas e sociais são rápidas e constantes, precisamos de abordagens que ajudem os alunos a desenvolverem a capacidade de adaptação e inovação. Chamamos isso de criatividade. Essas disciplinas não são apenas técnicas ou teóricas; elas representam uma tecnologia social — afirma Priscila, destacando que a metodologia adotada coloca o aprendizado em contato direto com o mundo real, criando oportunidades de reflexão e transformação. O projeto é realizado pelo instituto e pelo Ministério da Cultura, com patrocínio de Fundação Siemens, Simpress, Digix, Wilson Sons e Google, além de ter sido beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura. Cinco módulos Cerca de 400 alunos das seis escolas participam das atividades, desenvolvendo conhecimentos em robótica e artes visuais. O curso utiliza conceitos de mecânica e eletrônica para explorar referências de artistas visuais como Leonardo da Vinci, Alexander Calder, Marcel Duchamp e brasileiros como Abraham Palatnik e Lygia Clark. O Engenhoka foi idealizado por Thiago Ramires, diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, e conta com a curadoria de Fabiana Moraes, especialista em políticas culturais e gerente de projetos culturais na França. A edtech Picode foi responsável por elaborar a linha do tempo do curso, que aborda as conexões entre arte e ciência, com foco na arte cinética. Segundo Ramires, o objetivo do projeto é mostrar que ciência e arte podem ser aprendidas juntas e de forma interligada. — Os alunos vêm sendo estimulados pelas disciplinas que dão base ao projeto, como ciências, tecnologia, engenharias, artes e matemática, de forma concreta e aplicada aos trabalhos que estão produzindo. A presença dos estúdios makers nos colégios transformou a rotina dos alunos e vem tornando a presença na escola pública mais estimulante — afirma Ramires. Ainda de acordo com o diretor, o método, descrito num kit para cada aluno, parte da premissa de apresentar artistas desde o século XV, seguindo o preceito de apresentar um momento da história da arte, sugerindo exercícios e em sequência a materialização de um objeto. Cinco módulos compõem o Engenhoka. O primeiro é de iniciação e aborda um processo experimental com todos os temas envolvidos no projeto. No segundo, entra em prática o Pássaro Autômato, em que obras de artistas servem de referência para reflexão dos alunos. — Por exemplo, Calder e seus móbiles, aludindo a questões de mecânica e movimento. Na sequência, os alunos desenvolveram uma luminária criativa. Cumulativo, o processo agrega novos elementos, como o planejamento de uma escultura usando eletrônica, movimentos, interações com programação e automação para, finalmente, planejar um trabalho em grupo em consonância com o conteúdo apresentado. O resultado é uma escultura em 3D — explica. Apenas alunos da escola podem participar do projeto. Os interessados devem procurar a secretaria para obter todas as informações.

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