Demência: estudo da USP aponta que 54% dos casos poderiam não existir se 12 fatores de risco fossem evitados; saiba quais
Pesquisa analisou mais de 107 mil pacientes na América Latina Estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e publicado na revista The Lancet Global Health revelou que 54% dos casos de demência na América Latina são evitáveis, ou seja, que tem fatores de risco modificáveis. ‘Blue mind’: por que viver perto da água aumenta a chance de sermos felizes? Toma creatina? Nova análise mostra as marcas aprovadas e reprovadas vendidas no Brasil; veja a lista completa Isso quer dizer que são condições que podem ser alteradas no estilo de vida ou com acesso a tratamentos médicos e que podem ser prevenidas. A pesquisa foi liderada pela Dra. Claudia Kimie Suemoto, professora da disciplina de Geriatria da FMUSP. O estudo analisou medições de 12 fatores: baixa educação, perda auditiva, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, poluição do ar e lesão cerebral traumática, em países como: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Honduras, México e Peru. Coletadas entre 2015 e 2021, as amostras variaram de 5.995 a 107.907 participantes, com idades a partir dos 18 anos. — Essa é a primeira vez que uma região inteira tem um estudo tão robusto. Não existe nada parecido na Europa nem na Ásia, que também são conjunções de países, como é a América Latina — explicou Claudia Suemoto. Na América Latina, a pesquisa revelou que os principais fatores de risco são a obesidade, a inatividade física e a depressão. Esses achados têm implicações significativas para estratégias de saúde pública e prevenção de demência direcionadas individualmente. Analisando cada país, o Brasil tem uma das menores taxas com 48.2% dos casos. O Chile (61.8%) tem a maior taxa, seguida por Argentina (59.6%) e México (55.8%). Fertilização ROPA: conheça o método escolhido por Ludmilla e Brunna para gerar o primeiro filho — A partir disso, o Ministério da Saúde está desenvolvendo uma série de campanhas para informar sobre as demências no Brasil, incluindo uma campanha de prevenção. É muito importante que a população entenda que a prevenção de demência começa cedo e quais são os principais fatores de risco. E, também, o que pode ser feito hoje para prevenir a longo prazo — explicou a pesquisadora. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas têm demência, com grande parte dos casos ainda não diagnosticados, e a maioria depende do cuidado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente 55 milhões de pessoas têm demência ao redor do mundo e mais de 60% dos casos se concentram em países em desenvolvimento. A Agência ainda estima que, em 2050, esse número aumentará para mais de 150 milhões. — Esses são fatores relacionados ao estilo de vida e a ideia da análise é isolar cada um para identificar o potencial de prevenção de demência. Por exemplo, quando a atividade física é realizada de forma regular, melhora a saúde vascular, que promoverá uma melhor nutrição e oxigenação cerebral. A obesidade pode estar relacionada às demências através da promoção de neuroinflamação — explicou a pesquisadora. Variação dos fatores de risco Na Bolívia, a prevalência de baixa escolaridade atingiu 63,5%, enquanto no Brasil foi 46,7% e em Honduras 41,8%. A hipertensão foi menos comum na Bolívia (3%) e mais prevalente no Brasil (46,4%). O consumo excessivo de álcool foi menor no Brasil (4,3%) e maior na Argentina (32,8%). O Brasil também apresentou o índice mais baixo no fator isolamento social (1,6%) e a Bolívia o mais alto (64,2%). Honduras teve a maior taxa de tabagismo (86,9%) e Peru a menor (58,3%). Já a poluição do ar foi menos prevalente no Peru (47,6%) e mais comum no Chile (86,2%). Obesidade, depressão e inatividade física foram mais consistentes, exceto no Peru e México, onde a depressão (4,4%) e a inatividade física (17,7%) foram mais baixas. Mais músculos: confira dicas de especialistas em treino e nutrição para alcançar um corpo definido — As demências possuem um potencial alto de prevenção. Se a gente pensar em termos de porcentagem e de saúde pública, temos exemplos positivos de políticas públicas relacionadas à diminuição da prevalência dos fatores de risco. Na Argentina, a baixa educação não é prevalente, por políticas públicas que diminuíram esse índice no passado. Outro ponto importante está relacionado ao tabagismo. Praticamente em nenhum país da América Latina apresenta relação atribuível muito alta porque existem políticas há muito tempo inibindo o uso de cigarro, proibindo consumo em ambientes fechados ou com a taxação sobre o produto — afirmou Suemoto. A demência resulta de uma variedade de doenças e lesões que afetam o cérebro. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e pode contribuir para 60–70% dos casos. A demência não afeta exclusivamente pessoas mais velhas. OMS estima que até 9% dos casos tiveram início precoce (antes dos 65 anos).
Pesquisa analisou mais de 107 mil pacientes na América Latina Estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e publicado na revista The Lancet Global Health revelou que 54% dos casos de demência na América Latina são evitáveis, ou seja, que tem fatores de risco modificáveis. ‘Blue mind’: por que viver perto da água aumenta a chance de sermos felizes? Toma creatina? Nova análise mostra as marcas aprovadas e reprovadas vendidas no Brasil; veja a lista completa Isso quer dizer que são condições que podem ser alteradas no estilo de vida ou com acesso a tratamentos médicos e que podem ser prevenidas. A pesquisa foi liderada pela Dra. Claudia Kimie Suemoto, professora da disciplina de Geriatria da FMUSP. O estudo analisou medições de 12 fatores: baixa educação, perda auditiva, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, poluição do ar e lesão cerebral traumática, em países como: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Honduras, México e Peru. Coletadas entre 2015 e 2021, as amostras variaram de 5.995 a 107.907 participantes, com idades a partir dos 18 anos. — Essa é a primeira vez que uma região inteira tem um estudo tão robusto. Não existe nada parecido na Europa nem na Ásia, que também são conjunções de países, como é a América Latina — explicou Claudia Suemoto. Na América Latina, a pesquisa revelou que os principais fatores de risco são a obesidade, a inatividade física e a depressão. Esses achados têm implicações significativas para estratégias de saúde pública e prevenção de demência direcionadas individualmente. Analisando cada país, o Brasil tem uma das menores taxas com 48.2% dos casos. O Chile (61.8%) tem a maior taxa, seguida por Argentina (59.6%) e México (55.8%). Fertilização ROPA: conheça o método escolhido por Ludmilla e Brunna para gerar o primeiro filho — A partir disso, o Ministério da Saúde está desenvolvendo uma série de campanhas para informar sobre as demências no Brasil, incluindo uma campanha de prevenção. É muito importante que a população entenda que a prevenção de demência começa cedo e quais são os principais fatores de risco. E, também, o que pode ser feito hoje para prevenir a longo prazo — explicou a pesquisadora. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas têm demência, com grande parte dos casos ainda não diagnosticados, e a maioria depende do cuidado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente 55 milhões de pessoas têm demência ao redor do mundo e mais de 60% dos casos se concentram em países em desenvolvimento. A Agência ainda estima que, em 2050, esse número aumentará para mais de 150 milhões. — Esses são fatores relacionados ao estilo de vida e a ideia da análise é isolar cada um para identificar o potencial de prevenção de demência. Por exemplo, quando a atividade física é realizada de forma regular, melhora a saúde vascular, que promoverá uma melhor nutrição e oxigenação cerebral. A obesidade pode estar relacionada às demências através da promoção de neuroinflamação — explicou a pesquisadora. Variação dos fatores de risco Na Bolívia, a prevalência de baixa escolaridade atingiu 63,5%, enquanto no Brasil foi 46,7% e em Honduras 41,8%. A hipertensão foi menos comum na Bolívia (3%) e mais prevalente no Brasil (46,4%). O consumo excessivo de álcool foi menor no Brasil (4,3%) e maior na Argentina (32,8%). O Brasil também apresentou o índice mais baixo no fator isolamento social (1,6%) e a Bolívia o mais alto (64,2%). Honduras teve a maior taxa de tabagismo (86,9%) e Peru a menor (58,3%). Já a poluição do ar foi menos prevalente no Peru (47,6%) e mais comum no Chile (86,2%). Obesidade, depressão e inatividade física foram mais consistentes, exceto no Peru e México, onde a depressão (4,4%) e a inatividade física (17,7%) foram mais baixas. Mais músculos: confira dicas de especialistas em treino e nutrição para alcançar um corpo definido — As demências possuem um potencial alto de prevenção. Se a gente pensar em termos de porcentagem e de saúde pública, temos exemplos positivos de políticas públicas relacionadas à diminuição da prevalência dos fatores de risco. Na Argentina, a baixa educação não é prevalente, por políticas públicas que diminuíram esse índice no passado. Outro ponto importante está relacionado ao tabagismo. Praticamente em nenhum país da América Latina apresenta relação atribuível muito alta porque existem políticas há muito tempo inibindo o uso de cigarro, proibindo consumo em ambientes fechados ou com a taxação sobre o produto — afirmou Suemoto. A demência resulta de uma variedade de doenças e lesões que afetam o cérebro. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e pode contribuir para 60–70% dos casos. A demência não afeta exclusivamente pessoas mais velhas. OMS estima que até 9% dos casos tiveram início precoce (antes dos 65 anos).
Qual é a sua reação?