Premier britânico anuncia lançamento de Aliança Global pela Energia Limpa em parceria com o Brasil e outros países

Último dia da cúpula dos chefes de Estado ficou reservado para discussões sobre o desenvolvimento sustentável e a transição energética, um dos pilares da presidência brasileira no G20 O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, durante a Cúpula do G20, o lançamento da Aliança Global de Energia Limpa, uma parceria com o governo brasileiro e outros países para acelerar os esforços de transição energética em nível global. O último dia da cúpula dos chefes de Estado ficou reservado para discussões sobre o desenvolvimento sustentável e a transição para uma energia mais limpa, um dos pilares da presidência do Brasil no G20. — Nesta tarde, vamos lançar nossa Aliança Global de Energia Limpa, juntamente com o Brasil e outros parceiros, para acelerar a transição para a energia limpa, reduzir as contas de energia, aumentar a segurança energética e reduzir as emissões ao redor do mundo — disse o premier. Além do Brasil, Austrália, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, França, Alemanha, Marrocos, Noruega, Tanzânia, a União Africana são os primeiros países a integrarem a aliança. Os Estados Unidos e a União Europeia também farão parceria com o Reino Unido na iniciativa, segundo o governo britânico. O premier terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta terça-feira. Esta é a primeira visita do chefe de Estado do Reino Unido ao Brasil em 12 anos. — Com o presidente Lula, falamos sobre nossa paixão compartilhada, mas também sobre os direitos dos trabalhadores e o nosso desejo comum de expandir a relação comercial de 11 bilhões de libras entre nossos três países — disse o premier, acrescentando que houve progresso significativo nas discussões do governo britânico com o Brasil. Na declaração final do G20, aprovada nesta segunda-feira, o capítulo sobre "Desenvolvimento Sustentável, Transições Energéticas e Ação Climática" foi um dos mais detalhados, apesar das objeções iniciais da Argentina. O documento reafirma compromissos para alcançar emissões líquidas zero até 2050 e aumentar significativamente as energias renováveis e a eficiência energética até 2030. Também destaca o empenho dos países em mobilizar financiamento adicional para florestas, especialmente para países em desenvolvimento, e em apoiar mecanismos inovadores para financiar serviços ecossistêmicos. Além disso, o G20 se comprometeu a reduzir a degradação do solo em 50% até 2040 e a adotar medidas para lidar com os impactos de secas e incêndios florestais extremos. Os países do G20 também pediram que os negociadores da COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, cheguem a um acordo sobre uma nova meta financeira, determinando quanto os países ricos devem financiar nações mais pobres para ações climáticas, um dos principais pontos de discórdia nas negociações. As discussões estão previstas para terminar nesta sexta-feira. O Brasil é parceiro do Reino Unido no combate às mudanças climáticas desde a assinatura do Pacto para o Crescimento Verde e Inclusivo, em 2023. O Reino Unido também já comprometeu 115 milhões de libras (cerca de R$ 800 milhões) para o Fundo da Amazônia e mantém estreito contato com o governo brasileiro para conectar a COP26, em Glasgow, à COP30, em Belém, em 2025. Redução de emissões no Reino Unido Na última semana, o premier, que busca liderança na diplomacia climática, apresentou metas ambiciosas para a redução das emissões de gases de efeito estufa durante a COP29. O país se comprometeu a diminuir suas emissões em "pelo menos 81%" até 2035, tomando como base os níveis de 1990. A nova meta aprimora a promessa de 2021 de reduzir as emissões em 78%. Desde julho, o novo governo trabalhista tem adotado uma série de iniciativas, como o lançamento de projetos de energia eólica e solar, além de se comprometer a não conceder mais licenças para a exploração de hidrocarbonetos no Mar do Norte. Outra iniciativa recente foi a proibição da exploração de novas minas de carvão no Reino Unido. A medida foi anunciada dois meses após a Justiça britânica anular um projeto do governo conservador, e ao qual os trabalhistas já se opunham, para abrir uma nova mina em Whitehaven, no noroeste da Inglaterra. Além disso, em setembro, o Reino Unido encerrou sua última central elétrica a carvão, marcando o fim do uso desse combustível para a geração de eletricidade, uma medida inédita entre os países do G7. *Em atualização

Nov 19, 2024 - 15:42
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Premier britânico anuncia lançamento de Aliança Global pela Energia Limpa em parceria com o Brasil e outros países

Último dia da cúpula dos chefes de Estado ficou reservado para discussões sobre o desenvolvimento sustentável e a transição energética, um dos pilares da presidência brasileira no G20 O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou nesta terça-feira em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, durante a Cúpula do G20, o lançamento da Aliança Global de Energia Limpa, uma parceria com o governo brasileiro e outros países para acelerar os esforços de transição energética em nível global. O último dia da cúpula dos chefes de Estado ficou reservado para discussões sobre o desenvolvimento sustentável e a transição para uma energia mais limpa, um dos pilares da presidência do Brasil no G20. — Nesta tarde, vamos lançar nossa Aliança Global de Energia Limpa, juntamente com o Brasil e outros parceiros, para acelerar a transição para a energia limpa, reduzir as contas de energia, aumentar a segurança energética e reduzir as emissões ao redor do mundo — disse o premier. Além do Brasil, Austrália, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, França, Alemanha, Marrocos, Noruega, Tanzânia, a União Africana são os primeiros países a integrarem a aliança. Os Estados Unidos e a União Europeia também farão parceria com o Reino Unido na iniciativa, segundo o governo britânico. O premier terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta terça-feira. Esta é a primeira visita do chefe de Estado do Reino Unido ao Brasil em 12 anos. — Com o presidente Lula, falamos sobre nossa paixão compartilhada, mas também sobre os direitos dos trabalhadores e o nosso desejo comum de expandir a relação comercial de 11 bilhões de libras entre nossos três países — disse o premier, acrescentando que houve progresso significativo nas discussões do governo britânico com o Brasil. Na declaração final do G20, aprovada nesta segunda-feira, o capítulo sobre "Desenvolvimento Sustentável, Transições Energéticas e Ação Climática" foi um dos mais detalhados, apesar das objeções iniciais da Argentina. O documento reafirma compromissos para alcançar emissões líquidas zero até 2050 e aumentar significativamente as energias renováveis e a eficiência energética até 2030. Também destaca o empenho dos países em mobilizar financiamento adicional para florestas, especialmente para países em desenvolvimento, e em apoiar mecanismos inovadores para financiar serviços ecossistêmicos. Além disso, o G20 se comprometeu a reduzir a degradação do solo em 50% até 2040 e a adotar medidas para lidar com os impactos de secas e incêndios florestais extremos. Os países do G20 também pediram que os negociadores da COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, cheguem a um acordo sobre uma nova meta financeira, determinando quanto os países ricos devem financiar nações mais pobres para ações climáticas, um dos principais pontos de discórdia nas negociações. As discussões estão previstas para terminar nesta sexta-feira. O Brasil é parceiro do Reino Unido no combate às mudanças climáticas desde a assinatura do Pacto para o Crescimento Verde e Inclusivo, em 2023. O Reino Unido também já comprometeu 115 milhões de libras (cerca de R$ 800 milhões) para o Fundo da Amazônia e mantém estreito contato com o governo brasileiro para conectar a COP26, em Glasgow, à COP30, em Belém, em 2025. Redução de emissões no Reino Unido Na última semana, o premier, que busca liderança na diplomacia climática, apresentou metas ambiciosas para a redução das emissões de gases de efeito estufa durante a COP29. O país se comprometeu a diminuir suas emissões em "pelo menos 81%" até 2035, tomando como base os níveis de 1990. A nova meta aprimora a promessa de 2021 de reduzir as emissões em 78%. Desde julho, o novo governo trabalhista tem adotado uma série de iniciativas, como o lançamento de projetos de energia eólica e solar, além de se comprometer a não conceder mais licenças para a exploração de hidrocarbonetos no Mar do Norte. Outra iniciativa recente foi a proibição da exploração de novas minas de carvão no Reino Unido. A medida foi anunciada dois meses após a Justiça britânica anular um projeto do governo conservador, e ao qual os trabalhistas já se opunham, para abrir uma nova mina em Whitehaven, no noroeste da Inglaterra. Além disso, em setembro, o Reino Unido encerrou sua última central elétrica a carvão, marcando o fim do uso desse combustível para a geração de eletricidade, uma medida inédita entre os países do G7. *Em atualização

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