Por que Warren Buffett, o 'oráculo de Omaha', está vendendo suas ações da Apple?

Megainvestidor já reduziu em 60% sua participação na fabricante do iPhone, mas empresa ainda é a principal de sua carteira. Analistas lembram que ele nunca foi um entusiasta de papéis de tecnologia Warren Buffett se desfez, de novo, de uma fatia importante que sua empresa de investimentos Berkshire Hathaway detém na Apple no último trimestre. Mas, por que, afinal, o megainvestidor de 94 anos, que é um guru dos mercados e conhecido como alguém que fez apostas certeiras em décadas de investimentos em ações, está vendendo seus papéis na Apple? Após sua morte: Buffett revela o que será feito com sua fortuna Para competir com a Meta: Apple deve entrar no mercado de óculos inteligentes e lança pesquisa sob codinome Atlas Depois de cortar sua participação na Apple à metade no segundo trimestre, Buffett reduziu em mais 25% sua fatia na big tech nos últimos três meses, mostram documentos apresentados pela Berkshire Hathaway a órgãos regulatórios. A Berkshire agora detém cerca de US$ 69,9 bilhões em ações da Apple, contra US$ 174,3 bilhões no final do ano passado, uma queda de quase 60%. E as vendas ocorreram num momento em que os papéis da Apple estão em alta. As ações da fabricante do iPhone subiram 10,6% no último trimestre. Então o que está motivando as vendas pelo "oráculo de Omaha", como é conhecido Warren Buffett. Initial plugin text Buffett sugeriu na reunião anual da Berkshire, em maio, que as vendas de ações da Apple no primeiro trimestre foram parcialmente motivadas por implicações fiscais e que a gigante de tecnologia permaneceria o maior investimento para o conglomerado baseado em Omaha, Nebraska. A gigante de tecnologia segue sendo a principal empresa no portfólio da Berkshire, apesar das vendas no último trimestre. Buffet não divulgou suas opiniões sobre a Apple desde a reunião anual da Berkshire. — Eu não acho que Warren Buffett jamais tenha se sentido realmente confortável com tecnologia — disse Jim Shanahan, analista da Edward Jones. — As vendas de ações começaram certamente após a morte de Charlie Munger — disse Shanahan, referindo-se ao parceiro de negócios de longa data de Buffett, que faleceu em 2023 aos 99 anos. — Pode ser que Munger sempre tenha sido muito mais confortável com a Apple do que Warren Buffett — completou Shanahan. Saiba: O que Warren Buffet, 93 anos, disse a Bernard Arnault quando ele subiu a idade de se aposentar para 80 A Apple enfrenta uma série de desafios, incluindo a falta de crescimento significativo para seu iPhone. Na semana passada, a empresa informou aos investidores que projeta um crescimento de vendas na faixa de "um dígito baixo a médio" em dezembro, abaixo das estimativas para a temporada crucial de festas de fim de ano. As vendas na China caíram, enquanto concorrentes locais ganharam terreno. Reguladores em ambos os lados do Atlântico estão intensificando o escrutínio relacionado a temores antitruste e de competição. E a Apple ficou atrás de seus concorrentes em inteligência artificial (IA). Na semana passada, a empresa lançou atualizações de IA para seus iPhone, iPad e computadores Mac, mas informou que os recursos mais esperados estarão disponíveis apenas em dezembro. Pais x herdeiros: Na esteira de Warren Buffet e Jeff Bezos, morrer sem deixar herança vira tendência entre super ricos Outros observadores sugerem que as vendas da Apple de Buffett podem ser explicadas a um simples reequilíbrio de carteira. Cathy Seifert, analista de pesquisa da CFRA, disse que a participação da Berkshire na Apple estava “começando a se tornar uma porcentagem desproporcional” de seu portfólio geral. — Acho que fazia sentido reduzir um pouco essa exposição. Buffett tem US$ 325 bilhões em caixa Os números divulgados pela Berkshire mostram que a reserva de caixa da empresa atingiu patamares recordes, com o investidor mais famoso do mundo ainda tentando para encontrar maneiras de gastá-la. A empresa tinha US$ 325,2 bilhões em caixa no final do terceiro trimestre. Buffett disse na reunião anual que a empresa não tem pressa em usar suas reservas “a menos que acreditemos que estamos fazendo algo com muito pouco risco e que pode nos render muito dinheiro.”