O que se sabe sobre o ataque contra torcedores de clube israelense na Holanda que autoridades dizem ser antissemita
Onda de violência contra adeptos do Maccabi Tel Aviv em Amsterdã, após jogo da Liga Europa contra o Ajax, foi denunciado por autoridades europeias e israelenses como um caso grave de antissemitismo Torcedores do time de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram agredidos em Amsterdã, entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira, após a derrota da equipe para a equipe do Ajax, válida pela Liga Europa, a segunda competição de clubes mais importante da UEFA — confederação europeia de futebol, por onde a seleção e os clubes israelenses disputam partidas internacionais. Reações: Premier da Holanda classifica ataque a torcedores israelenses como antissemita e se diz 'envergonhado' Entenda: Israel envia aviões para resgatar torcedores de futebol após brigas e vandalismo em Amsterdã; mais de 60 pessoas detidas A onda de violência foi amplamente condenada por autoridades do Estado judeu, da Europa e de organizações internacionais, sendo classificada como um caso grave de antissemitismo — com o presidente de Israel, Isaac Herzog, referindo-se aos acontecimentos como um "pogrom antissemita" — utilizando um termo associado à violência praticada na Europa contra os judeus às vésperas da Segunda Guerra Mundial, no contexto do Holocausto. Initial plugin text Sessenta e duas pessoas foram detidas durante a noite e a madrugada, segundo a polícia holandesa, com dez deles sendo mantidos sob custódia para investigações adicionais. Israel enviou aviões para repatriar os torcedores, com o primeiro deles retornando ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, na tarde desta sexta-feira. Veja o que se sabe sobre a onda de violência até agora. O que foi que aconteceu? Torcedores do Maccabi Tel Aviv foram agredidos com socos e chutes na região central de Amsterdã, entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta, após uma partida da equipe contra o Ajax, time local. O caso foi denunciado por autoridades europeias e israelenses como um caso grave de antissemitismo, com o termo "pogrom", associado à perseguição ao povo judeu na Europa durante o Holocausto, sendo empregado em alguns casos. De acordo com o chefe da polícia local, Peter Holla, a onda de violência na capital durou 36 horas, contadas a partir de um ato de vandalismo em que parte dos torcedores teriam atacado um táxi e queimado uma bandeira palestina. Polícia prende 62 pessoas após distúrbios que envolveram torcedores de time de Israel em Amsterdã Quem está por trás dos ataques? A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, afirmou em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira que "homens em motos" circularam pela região central da cidade após o fim do jogo de futebol, identificando torcedores israelenses e iniciando as agressões, que segundo ela e o chefe da polícia local, seguiram um método de "bater e correr". As agressões aconteceram em diversos pontos, sem que houvesse uma concentração em um único local, dificultando a ação da polícia. Em entrevistas à imprensa israelense, torcedores agredidos fizeram relatos imprecisos sobre agressores com traços "turcos ou árabes". Halsema, na coletiva de imprensa, afirmou que a investigação de momento não permite afirmar nada sobre a etnia ou nacionalidade dos envolvidos, mas em certo momento se referiu a eles como "criminosos". Holla se referiu ao grupo como "manifestantes". Leia também: Amsterdã proíbe manifestações e uso de máscaras após violência com torcedores israelenses Os ataques têm relação com a guerra em Gaza? O procurador-chefe da Promotoria de Amsterdã, Rene de Beukelaer, que também participou da coletiva de imprensa, afirmou que as autoridades estão considerando motivações antissemitas no ataque. Em alguns dos relatos colhidos pela imprensa internacional com torcedores agredidos e vídeos do ataque que foram publicados nas redes sociais, alguns judeus aparecem sendo forçados a dizer frases como "Palestina livre", enquanto são agredidos, ou disseram ter sido perseguidos aos gritos de "FDI, FDI", em um sinal de que o conflito influenciou na ação dos agressores. Além disso, um protesto pró-Palestina havia sido marcado para os arredores do estádio Johann Cruyff, no mesmo horário do jogo, mas que foi realocado pela polícia após os sinais de confusão na quarta e na manhã de quinta. O presidente da principal organização da comunidade judaica na Holanda, Chanan Hertzberger, acusou taxistas de Amsterdã de desempenharem um "papel importante" nos ataques, citando que o "trafego de aplicativos" indicam que eles teriam "preparado meticulosamente" o pogrom. Há algum motivo para a onda de violência? O chefe de polícia holandesa mencionou que torcedores do Maccabi Tel Aviv teriam atacado um táxi e queimado uma bandeira da palestina no centro de Amsterdã, na quarta-feira. Uma gravação também mostrou pessoas vestidas com agasalhos do clube roubando uma bandeira palestina de uma janela. Torcedores organizados também foram acusados de entoarem cânticos racistas e ameaçadores contra árabes e palestinos du
Onda de violência contra adeptos do Maccabi Tel Aviv em Amsterdã, após jogo da Liga Europa contra o Ajax, foi denunciado por autoridades europeias e israelenses como um caso grave de antissemitismo Torcedores do time de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram agredidos em Amsterdã, entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta-feira, após a derrota da equipe para a equipe do Ajax, válida pela Liga Europa, a segunda competição de clubes mais importante da UEFA — confederação europeia de futebol, por onde a seleção e os clubes israelenses disputam partidas internacionais. Reações: Premier da Holanda classifica ataque a torcedores israelenses como antissemita e se diz 'envergonhado' Entenda: Israel envia aviões para resgatar torcedores de futebol após brigas e vandalismo em Amsterdã; mais de 60 pessoas detidas A onda de violência foi amplamente condenada por autoridades do Estado judeu, da Europa e de organizações internacionais, sendo classificada como um caso grave de antissemitismo — com o presidente de Israel, Isaac Herzog, referindo-se aos acontecimentos como um "pogrom antissemita" — utilizando um termo associado à violência praticada na Europa contra os judeus às vésperas da Segunda Guerra Mundial, no contexto do Holocausto. Initial plugin text Sessenta e duas pessoas foram detidas durante a noite e a madrugada, segundo a polícia holandesa, com dez deles sendo mantidos sob custódia para investigações adicionais. Israel enviou aviões para repatriar os torcedores, com o primeiro deles retornando ao Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, na tarde desta sexta-feira. Veja o que se sabe sobre a onda de violência até agora. O que foi que aconteceu? Torcedores do Maccabi Tel Aviv foram agredidos com socos e chutes na região central de Amsterdã, entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta, após uma partida da equipe contra o Ajax, time local. O caso foi denunciado por autoridades europeias e israelenses como um caso grave de antissemitismo, com o termo "pogrom", associado à perseguição ao povo judeu na Europa durante o Holocausto, sendo empregado em alguns casos. De acordo com o chefe da polícia local, Peter Holla, a onda de violência na capital durou 36 horas, contadas a partir de um ato de vandalismo em que parte dos torcedores teriam atacado um táxi e queimado uma bandeira palestina. Polícia prende 62 pessoas após distúrbios que envolveram torcedores de time de Israel em Amsterdã Quem está por trás dos ataques? A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, afirmou em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira que "homens em motos" circularam pela região central da cidade após o fim do jogo de futebol, identificando torcedores israelenses e iniciando as agressões, que segundo ela e o chefe da polícia local, seguiram um método de "bater e correr". As agressões aconteceram em diversos pontos, sem que houvesse uma concentração em um único local, dificultando a ação da polícia. Em entrevistas à imprensa israelense, torcedores agredidos fizeram relatos imprecisos sobre agressores com traços "turcos ou árabes". Halsema, na coletiva de imprensa, afirmou que a investigação de momento não permite afirmar nada sobre a etnia ou nacionalidade dos envolvidos, mas em certo momento se referiu a eles como "criminosos". Holla se referiu ao grupo como "manifestantes". Leia também: Amsterdã proíbe manifestações e uso de máscaras após violência com torcedores israelenses Os ataques têm relação com a guerra em Gaza? O procurador-chefe da Promotoria de Amsterdã, Rene de Beukelaer, que também participou da coletiva de imprensa, afirmou que as autoridades estão considerando motivações antissemitas no ataque. Em alguns dos relatos colhidos pela imprensa internacional com torcedores agredidos e vídeos do ataque que foram publicados nas redes sociais, alguns judeus aparecem sendo forçados a dizer frases como "Palestina livre", enquanto são agredidos, ou disseram ter sido perseguidos aos gritos de "FDI, FDI", em um sinal de que o conflito influenciou na ação dos agressores. Além disso, um protesto pró-Palestina havia sido marcado para os arredores do estádio Johann Cruyff, no mesmo horário do jogo, mas que foi realocado pela polícia após os sinais de confusão na quarta e na manhã de quinta. O presidente da principal organização da comunidade judaica na Holanda, Chanan Hertzberger, acusou taxistas de Amsterdã de desempenharem um "papel importante" nos ataques, citando que o "trafego de aplicativos" indicam que eles teriam "preparado meticulosamente" o pogrom. Há algum motivo para a onda de violência? O chefe de polícia holandesa mencionou que torcedores do Maccabi Tel Aviv teriam atacado um táxi e queimado uma bandeira da palestina no centro de Amsterdã, na quarta-feira. Uma gravação também mostrou pessoas vestidas com agasalhos do clube roubando uma bandeira palestina de uma janela. Torcedores organizados também foram acusados de entoarem cânticos racistas e ameaçadores contra árabes e palestinos durante a passagem pela cidade. Contudo, a prefeita de Amsterdã afirmou não haver qualquer tipo de "desculpa" pelos os ataques do dia anterior, acrescentando que os atos criminosos não podiam ser confundidos com qualquer tipo de protesto. Torcedores do Maccabi Tel Aviv erguem bandeiras de Israel durante partida contra o Ajax pela Liga Europa Robin van Lonkhuijsen / ANP / AFP Por outro lado, autoridades israelenses sugeriram que as ações entre a noite de quinta e a manhã de sexta seriam parte de uma ação premeditada. Em uma resposta enviada ao primeiro-ministro da Holanda, Dick Schoof, que se desculpou pelo incidente com os torcedores, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, disse que viu um "ataque antissemita premeditado contra cidadãos israelenses com a maior seriedade". O ex-premier Naftali Bennett também disse que o caso parecia ser um "pogrom planejado e organizado em Amsterdã". Na coletiva desta manhã, Halsema disse que os serviços de antiterrorismo holandês foi consultado semanas antes da partida da Liga Europa, mas não identificou sinal de nenhum ato planejado. Qual foi o resultado da onda de violência? O balanço divulgado pelas autoridades holandesas dá conta de entre 20 e 30 pessoas com ferimentos considerados leves, enquanto cinco precisaram de hospitalização. Entre os presos, a polícia holandesa conseguiu deter 62 pessoas entre à noite e a madrugada, incluindo acusações de porte de armas brancas e disparos com fogos de artifício. Dez permaneciam sob custódia nesta sexta, para apurações adicionais. Há preocupação de que a situação se repita? As medidas tomadas pelas autoridades israelenses indicam que ainda há um grau de preocupação elevado com possíveis incidentes de violência na Europa após os ataques em Amsterdã. As Forças de Defesa de Israel proibiram que seus soldados viagem para a Holanda, enquanto o governo anunciou que aviões civis seriam enviados para Amsterdã para repatriar os torcedores do Maccabi — com o primeiro deles retornando ao Aeroporto Internacional Ben Gurion na tarde desta sexta. O Conselho de Segurança Nacional do país também expediu uma recomendação para que a torcida do Maccabi Tel Aviv não comparecesse a uma partida da equipe de basquete do time na Itália, agendada para esta sexta-feira. Autoridades israelenses também demonstraram temor de que em outras partes da Europa, grupos extremistas pudessem se inspirar na onda de violência holandesa e no aniversário de 86 anos da Noite dos Cristais, o mais simbólico ato de perseguição aos judeus no pré-Segunda Guerra Mundial. Torcedor do Maccabi Tel Aviv desembarca no Aeroporto Internacional Ben Gurion Jack Guez/AFP Como a comunidade internacional reagiu? Líderes europeus, israelenses e organizações internacionais condenaram imediatamente as cenas de violência na capital holandesa, relacionando as agressões à violência indiscriminada contra o povo judeu durante o Holocausto. O rei da Holanda, Willem-Alexander, afirmou que a História "nos ensinou como a intimidação vai de mal a pior, com consequências horríveis", enquanto o premier holandês se disse "envergonhado". A prefeita de Amsterdã proibiu manifestações e o uso de máscaras na cidade e determinou reforço do efetivo policial, além de dizer que a cidade havia passado por "uma noite negra e uma manhã obscura". O presidente de Israel chamou as cenas gravadas de "chocantes" e as definiu como um "pogrom". Também afirmou se tratar de uma reminiscência do ataque terrorista lançado pelo Hamas contra Israel no ano passado. O Ministério das Relações Exteriores da Palestina condenou "cantos antiárabes" e um "ataque à bandeira palestina" em Amsterdã, pedindo que o governo holandês que investigue o incidente e "proteja palestinos e árabes" que vivem na Holanda. (Com AFP e NYT)
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