‘O que se precisa agora é ter mais cidades resilientes’, diz diretor do Columbia Global Centers no Rio de Janeiro
Especialista em integração de ciência climática com planejamento urbano, Thomas Trebat é um dos destaques do U20 Especialista em integração de ciência climática com planejamento urbano e diretor do Columbia Global Centers no Rio de Janeiro, o economista e cientista político americano Thomas Trebat é uma dos destaques do U20, encontro dos prefeitos das maiores cidades do mundo que termina hoje, na Zona Portuária. Falando português com pouco sotaque, ele defende que as cidades priorizem cada vez mais onde investir para minimizar os impactos do clima de maneira eficiente e aposta na parceria com universidades e o setor privado. Copacabana: Rio de Paz e Ação da Cidadania fazem manifestação contra a fome Reduto boêmio: Largo da Prainha atrai público dos shows do G20 Qual é o papel das cidades na busca por soluções para as mudanças climáticas? Temos 70% da população do mundo morando em cidades que enfrentam situações como as que vocês conviveram recentemente: as enchentes no Rio Grande do Sul e os deslizamentos no Estado do Rio. O que se precisa agora é ter mais cidades resilientes. Essa é a solução, as cidades trocarem experiências de como lidam com problemas. Os prefeitos defendem a criação de um fundo internacional para financiar projetos. É uma saída? Se esperar apenas por criar um fundo e depois repartir recursos, o aquecimento global tomará conta de tudo. As cidades sumirão, será tarde demais. As soluções têm que ser locais, priorizando os investimentos que tragam os melhores resultados. E quais investimentos seriam essenciais? Devem ser priorizadas obras de infraestrutura que tornam as cidades mais resilientes. Priorizar áreas onde moram pessoas que correm risco de sofrer com incêndios e deslizamentos, por exemplo. Nesse contexto, as universidades poderão ajudar a definir prioridades. E o setor privado deve ser chamado a colaborar. Ele tem experiência em investimentos em infraestrutura. Nesse contexto, o retorno socioeconômico é alto. Não tem nada de trivial. Mas há empreendimentos que podem não dar retorno financeiro ao setor privado mas são necessários... Se tivermos leis modernas e um bom marco regulatório, o setor privado é capaz de buscar soluções mesmo com recursos escassos. Isso tem sido feito no Brasil com concessões para implantação de infraestrutura de saneamento, ao mesmo tempo em que se criam empregos. Pode citar exemplos de iniciativas de outras cidades que poderiam ser aplicadas com sucesso no Rio? Um lugar que pode ser inspiração é Nova York. O ex-prefeito Michael Bloomberg criou uma autoridade climática local. Claro que cada região tem suas especificidades. Esse modelo para ter sucesso no Rio teria que envolver o governo do estado, para termos uma autoridade metropolitana. Isso poderia agilizar projetos
Especialista em integração de ciência climática com planejamento urbano, Thomas Trebat é um dos destaques do U20 Especialista em integração de ciência climática com planejamento urbano e diretor do Columbia Global Centers no Rio de Janeiro, o economista e cientista político americano Thomas Trebat é uma dos destaques do U20, encontro dos prefeitos das maiores cidades do mundo que termina hoje, na Zona Portuária. Falando português com pouco sotaque, ele defende que as cidades priorizem cada vez mais onde investir para minimizar os impactos do clima de maneira eficiente e aposta na parceria com universidades e o setor privado. Copacabana: Rio de Paz e Ação da Cidadania fazem manifestação contra a fome Reduto boêmio: Largo da Prainha atrai público dos shows do G20 Qual é o papel das cidades na busca por soluções para as mudanças climáticas? Temos 70% da população do mundo morando em cidades que enfrentam situações como as que vocês conviveram recentemente: as enchentes no Rio Grande do Sul e os deslizamentos no Estado do Rio. O que se precisa agora é ter mais cidades resilientes. Essa é a solução, as cidades trocarem experiências de como lidam com problemas. Os prefeitos defendem a criação de um fundo internacional para financiar projetos. É uma saída? Se esperar apenas por criar um fundo e depois repartir recursos, o aquecimento global tomará conta de tudo. As cidades sumirão, será tarde demais. As soluções têm que ser locais, priorizando os investimentos que tragam os melhores resultados. E quais investimentos seriam essenciais? Devem ser priorizadas obras de infraestrutura que tornam as cidades mais resilientes. Priorizar áreas onde moram pessoas que correm risco de sofrer com incêndios e deslizamentos, por exemplo. Nesse contexto, as universidades poderão ajudar a definir prioridades. E o setor privado deve ser chamado a colaborar. Ele tem experiência em investimentos em infraestrutura. Nesse contexto, o retorno socioeconômico é alto. Não tem nada de trivial. Mas há empreendimentos que podem não dar retorno financeiro ao setor privado mas são necessários... Se tivermos leis modernas e um bom marco regulatório, o setor privado é capaz de buscar soluções mesmo com recursos escassos. Isso tem sido feito no Brasil com concessões para implantação de infraestrutura de saneamento, ao mesmo tempo em que se criam empregos. Pode citar exemplos de iniciativas de outras cidades que poderiam ser aplicadas com sucesso no Rio? Um lugar que pode ser inspiração é Nova York. O ex-prefeito Michael Bloomberg criou uma autoridade climática local. Claro que cada região tem suas especificidades. Esse modelo para ter sucesso no Rio teria que envolver o governo do estado, para termos uma autoridade metropolitana. Isso poderia agilizar projetos
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