Premier japonês afirma buscar 'relação de sinergia' com Trump, mas faz defesa do multilateralismo
Em coletiva de imprensa depois da cúpula do G20, Shigeru Ishiba afirmou que cenário de segurança na Ásia é complexo e requer fortalecimento de laços O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou nesta terça-feira que deseja manter uma relação de sinergia com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, diante da possibilidade de uma guinada isolacionista na política externa americana. Shigeru, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, após a cúpula do G20, defendeu as instituições multilaterais, e sinalizou o desejo de fortalecer parcerias de segurança na Ásia e Pacífico, diante de um ambiente que considerou ser cada vez mais complexo. O Rio bem na foto: Primeiro-ministro do Japão causa inveja com amanhecer em Copacabana Artigo: Um novo capítulo das relações Japão-Brasil — 130 anos de amizade e cooperação internacional Para Shigeru, no cargo desde o começo de outubro, é necessário manter a cooperação entre Tóquio e Washington, de forma a “proteger os interesses japoneses e os interesses americanos”. — Em termos de estruturas de segurança de EUA e Japão, cada um tem o seu papel a cumprir, e essa é uma aliança única no mundo, não pode ser algo decidido de forma unilateral — disse Shigeru. — Precisamos cumprir várias obrigações e temos um histórico de manutenção de paz na região. Entrevista ao GLOBO: 'Provocações nucleares apenas trarão o fim do regime em Pyongyang', afirma presidente da Coreia do Sul Mesmo antes de sua vitória sobre Kamala Harris no começo do mês, Trump tem demonstrado pouco apreço pelo multilateralismo, que era uma das bases da política externa de seu antecessor, Joe Biden. No poder, o democrata trabalhou para o estabelecimento e o fortalecimento de mecanismos como o Quarteto, formado por Japão, Índia, EUA e Austrália, que tem como principal objetivo informal conter o avanço militar da China, uma ideia resumida no conceito do “Indo-Pacífico livre e aberto”. — Quero obter o entendimento do sr. Trump [sobre os mecanismos multilaterais de defesa] — disse o premier. — Veremos quando o próximo governo começará a lançar suas políticas e entender em que pontos podemos construir nossas relações com o próximo governo. Na reunião do G20 e na cúpula da Apec, em Lima, Shigeru Ishiba ressaltou as dificuldades do atual cenário de segurança enfrentado pelo Japão no Leste da Ásia. Os frequentes lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte, assim como a crescente parceria com a Rússia, foram levantados em reuniões bilaterais com Biden, com o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e com os líderes da Itália, Giorgia Meloni, e do Reino Unido, Keir Starmer, com quem reiterou o projeto conjunto de desenvolver um caça de nova geração. — Eu enfatizei a importância de uma ordem internacional livre e com base no Estado de direito — disse Ishiba, citando seu desejo de ver o fim da guerra na Ucrânia, e defendendo mudanças nas instituições internacionais, como a ONU. — No G20, eu apontei para a incapacidade do atual Conselho de Segurança da ONU para enfrentar esses desafios, e sugeri que o papel da Assembleia Geral da ONU seja examinado. Ao lado de Brasil, Índia e Alemanha, o Japão integra um grupo chamado de G4, que defende a expansão do Conselho de Segurança para incluir os quatro países como membros permanentes do órgão — a iniciativa, contudo, encontra resistência de países como a Itália: nesta terça-feira, Giorgia Meloni voltou a atacar a proposta em entrevista à imprensa italiana. Mudanças na Carta da ONU: Lula diz que ONU passa por 'crise de confiança' e Brasil avalia proposta de ampla reforma nas regras das Nações Unidas O premier destacou ainda sua defesa de algumas das propostas levantadas pela presidência brasileira do G20, como o combate à fome e à pobreza, assim como a redução das emissões de gases estufa, a digitalização da economia e gerenciamento de desastres naturais: sendo um país atingido por frequentes terremotos devastadores e tempestades que causam grandes estragos humanos e materiais, Shigeru ofereceu a experiência japonesa para amparar países que se veem cada vez mais expostos às catástrofes climáticas. — O Japão pretende estabelecer sua liderança nesses assuntos, e vamos estreitar a ligação com o Sul Global — disse o premier. — Temos liderado a promoção do desenvolvimento econômico sustentável e, em um tema que é importante para o Brasil, conbater a fome e a pobreza, manter um suprimento estável de energia e conduzir uma transição energética. Em 2025, a imigração japonesa ao Brasil completará 130 anos, e Shigeru se lembrou de sua primeira viagem ao país, em 1988, em seu primeiro mandato como deputado, quando disse ter ficado impressionado com a maneira como os japoneses e seus descendentes se integraram à sociedade brasileira, e cuja contribuição ao país é admirada. Para o ano que vem, as autoridades japonesas e brasileiras já prometem uma série de eventos para marcar mais um marco histórico nas relações.
Em coletiva de imprensa depois da cúpula do G20, Shigeru Ishiba afirmou que cenário de segurança na Ásia é complexo e requer fortalecimento de laços O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou nesta terça-feira que deseja manter uma relação de sinergia com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, diante da possibilidade de uma guinada isolacionista na política externa americana. Shigeru, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, após a cúpula do G20, defendeu as instituições multilaterais, e sinalizou o desejo de fortalecer parcerias de segurança na Ásia e Pacífico, diante de um ambiente que considerou ser cada vez mais complexo. O Rio bem na foto: Primeiro-ministro do Japão causa inveja com amanhecer em Copacabana Artigo: Um novo capítulo das relações Japão-Brasil — 130 anos de amizade e cooperação internacional Para Shigeru, no cargo desde o começo de outubro, é necessário manter a cooperação entre Tóquio e Washington, de forma a “proteger os interesses japoneses e os interesses americanos”. — Em termos de estruturas de segurança de EUA e Japão, cada um tem o seu papel a cumprir, e essa é uma aliança única no mundo, não pode ser algo decidido de forma unilateral — disse Shigeru. — Precisamos cumprir várias obrigações e temos um histórico de manutenção de paz na região. Entrevista ao GLOBO: 'Provocações nucleares apenas trarão o fim do regime em Pyongyang', afirma presidente da Coreia do Sul Mesmo antes de sua vitória sobre Kamala Harris no começo do mês, Trump tem demonstrado pouco apreço pelo multilateralismo, que era uma das bases da política externa de seu antecessor, Joe Biden. No poder, o democrata trabalhou para o estabelecimento e o fortalecimento de mecanismos como o Quarteto, formado por Japão, Índia, EUA e Austrália, que tem como principal objetivo informal conter o avanço militar da China, uma ideia resumida no conceito do “Indo-Pacífico livre e aberto”. — Quero obter o entendimento do sr. Trump [sobre os mecanismos multilaterais de defesa] — disse o premier. — Veremos quando o próximo governo começará a lançar suas políticas e entender em que pontos podemos construir nossas relações com o próximo governo. Na reunião do G20 e na cúpula da Apec, em Lima, Shigeru Ishiba ressaltou as dificuldades do atual cenário de segurança enfrentado pelo Japão no Leste da Ásia. Os frequentes lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte, assim como a crescente parceria com a Rússia, foram levantados em reuniões bilaterais com Biden, com o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e com os líderes da Itália, Giorgia Meloni, e do Reino Unido, Keir Starmer, com quem reiterou o projeto conjunto de desenvolver um caça de nova geração. — Eu enfatizei a importância de uma ordem internacional livre e com base no Estado de direito — disse Ishiba, citando seu desejo de ver o fim da guerra na Ucrânia, e defendendo mudanças nas instituições internacionais, como a ONU. — No G20, eu apontei para a incapacidade do atual Conselho de Segurança da ONU para enfrentar esses desafios, e sugeri que o papel da Assembleia Geral da ONU seja examinado. Ao lado de Brasil, Índia e Alemanha, o Japão integra um grupo chamado de G4, que defende a expansão do Conselho de Segurança para incluir os quatro países como membros permanentes do órgão — a iniciativa, contudo, encontra resistência de países como a Itália: nesta terça-feira, Giorgia Meloni voltou a atacar a proposta em entrevista à imprensa italiana. Mudanças na Carta da ONU: Lula diz que ONU passa por 'crise de confiança' e Brasil avalia proposta de ampla reforma nas regras das Nações Unidas O premier destacou ainda sua defesa de algumas das propostas levantadas pela presidência brasileira do G20, como o combate à fome e à pobreza, assim como a redução das emissões de gases estufa, a digitalização da economia e gerenciamento de desastres naturais: sendo um país atingido por frequentes terremotos devastadores e tempestades que causam grandes estragos humanos e materiais, Shigeru ofereceu a experiência japonesa para amparar países que se veem cada vez mais expostos às catástrofes climáticas. — O Japão pretende estabelecer sua liderança nesses assuntos, e vamos estreitar a ligação com o Sul Global — disse o premier. — Temos liderado a promoção do desenvolvimento econômico sustentável e, em um tema que é importante para o Brasil, conbater a fome e a pobreza, manter um suprimento estável de energia e conduzir uma transição energética. Em 2025, a imigração japonesa ao Brasil completará 130 anos, e Shigeru se lembrou de sua primeira viagem ao país, em 1988, em seu primeiro mandato como deputado, quando disse ter ficado impressionado com a maneira como os japoneses e seus descendentes se integraram à sociedade brasileira, e cuja contribuição ao país é admirada. Para o ano que vem, as autoridades japonesas e brasileiras já prometem uma série de eventos para marcar mais um marco histórico nas relações.
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