Novo confronto em prisão no Equador deixa 15 mortos
Outras 14 pessoas ficaram feridas em penitenciária no porto equatoriano de Guayaquil, cenário frequente de massacres Pelo menos 15 pessoas morreram e 14 ficaram feridas em um novo confronto entre detentos ocorrido nesta terça-feira em uma prisão no porto equatoriano de Guayaquil, cenário frequente de massacres, informou o órgão estatal responsável pelas prisões. Segundo publicado pelo portal Ecuavisa, os distúrbios teriam começado às 3h. Comerciantes e moradores da região relataram ter ouvido explosões. Violência: Homens matam a tiros a diretora da penitenciária mais perigosa do Equador Los Choneros e Los Lobos: Conheça as principais facções criminosas do Equador, que disputam o controle de Guayaquil Ambulâncias foram direcionadas para o local, e um helicóptero sobrevoou a prisão. Por volta das 9h30, o Serviço Nacional de Atenção Integral a Privados de Liberdade (SNAI) relatou o número de mortes. A Procuradoria Geral do Estado (FGE), por sua vez, afirmou que nove pessoas morreram e confirmou os 14 feridos. O órgão disse ter iniciado uma investigação sobre o caso. Fontes militares afirmaram à imprensa local que entre os mortos havia pessoas decapitadas. "Na madrugada de hoje, em um pavilhão específico da Penitenciária do Litoral, ocorreram graves incidentes entre Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), resultando em um saldo preliminar de 15 mortos e 14 feridos", disse a entidade em um comunicado. Na última quinta-feira, a diretora da penitenciária foi morta a tiros. Ela foi a segunda chefe de uma unidade prisional a ser assassinada em menos de duas semanas. María Daniela Icaza Resabala, diretora da Penitenciária do Litoral, estava no banco do carona de um carro, nos arredores do complexo prisional, quando foi baleada ao lado do motorista, que sobreviveu. Ela chegou a ser levada com vida para um hospital, mas foi declarada morta pouco depois. Penitenciária do Litoral Lar de integrantes dos principais grupos criminosos que atuam no Equador, envolvidos no tráfico de drogas que está na raiz da crise de segurança do país, a Penitenciária do Litoral foi cenário de alguns dos mais sangrentos massacres no sistema carcerário equatoriano nos últimos anos. Em setembro de 2021, 123 detentos foram mortos durante uma rebelião, e um outro motim, cerca de dois meses depois, deixou outros 68 mortos. Desde 2021, morreram ali mais de 460 detentos. No dia 4 de setembro, um outro diretor de penitenciária foi assassinado: Alex Guevara, que comandava o complexo prisional de Sucumbíos, foi morto a tiros dentro de seu carro — meses antes, em abril, o diretor da prisão de El Rodeo, na cidade costeira de Portoviejo, também foi morto por disparos feitos por desconhecidos, apenas cinco dias após assumir o cargo. Com uma posição geográfica estratégica, o Equador se tornou base de organizações ligadas ao narcotráfico, que veem em seus portos um ponto de partida ideal para mandar seus produtos para outros continentes. A expansão dos grupos criminosos levou a um aumento da violência: a taxa de homicídios, que em 2018, era de 5,7 a cada 100 mil habitantes, passou para 45,1 a cada 100 mil habitantes no ano passado. Durán, que fica nos arredores de Guayaquil, teve a maior taxa de toda a América Latina, com 148 homicídios a cada 100 mil habitantes — em 2017, a cidade aparecia na posição 453 da lista elaborada pelo Instituto Igarapé. Em 2022, o então presidente, Guillermo Lasso, chegou a declarar estado de emergência no Equador, e empregou recursos amplos de forças de segurança para tentar conter a onda de ataques, marcados por ataques a policiais e sequestros em praticamente todas as cidades equatorianas. Mas a estratégia não surtiu tanto efeito, e a campanha presidencial do ano passado foi marcada pelo assassinato de candidatos, incluindo de um postulante à Presidência, Fernando Villavicencio, e a um clima de medo ao redor da nação. No começo do ano, a população aprovou, em referendo, um pacote de medidas apresentadas pelo atual presidente, Daniel Noboa, que inclui a expansão de patrulhas, penas mais longas para crimes como terrorismo e homicídio, e a extradição de criminosos procurados por outros países, como os EUA. No mês seguinte, Noboa declarou um novo estado de emergência, válido para sete das 24 províncias do país, incluindo Guayas, onde fica Guayaquil. Estado de exceção O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou na última segunda-feira estado de exceção para todo o país, incluindo o sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa equatoriana de um presídio em Guayaquil, no sudoeste. A medida inclui toque de recolher das 23h às 5h para a população por 60 dias e autoriza as Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas. — Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir — disse o mandatário em um vídeo publicado em sua conta no Instagram. — Não negociaremos com terroristas, nem descansaremos até devolver a paz aos
Outras 14 pessoas ficaram feridas em penitenciária no porto equatoriano de Guayaquil, cenário frequente de massacres Pelo menos 15 pessoas morreram e 14 ficaram feridas em um novo confronto entre detentos ocorrido nesta terça-feira em uma prisão no porto equatoriano de Guayaquil, cenário frequente de massacres, informou o órgão estatal responsável pelas prisões. Segundo publicado pelo portal Ecuavisa, os distúrbios teriam começado às 3h. Comerciantes e moradores da região relataram ter ouvido explosões. Violência: Homens matam a tiros a diretora da penitenciária mais perigosa do Equador Los Choneros e Los Lobos: Conheça as principais facções criminosas do Equador, que disputam o controle de Guayaquil Ambulâncias foram direcionadas para o local, e um helicóptero sobrevoou a prisão. Por volta das 9h30, o Serviço Nacional de Atenção Integral a Privados de Liberdade (SNAI) relatou o número de mortes. A Procuradoria Geral do Estado (FGE), por sua vez, afirmou que nove pessoas morreram e confirmou os 14 feridos. O órgão disse ter iniciado uma investigação sobre o caso. Fontes militares afirmaram à imprensa local que entre os mortos havia pessoas decapitadas. "Na madrugada de hoje, em um pavilhão específico da Penitenciária do Litoral, ocorreram graves incidentes entre Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), resultando em um saldo preliminar de 15 mortos e 14 feridos", disse a entidade em um comunicado. Na última quinta-feira, a diretora da penitenciária foi morta a tiros. Ela foi a segunda chefe de uma unidade prisional a ser assassinada em menos de duas semanas. María Daniela Icaza Resabala, diretora da Penitenciária do Litoral, estava no banco do carona de um carro, nos arredores do complexo prisional, quando foi baleada ao lado do motorista, que sobreviveu. Ela chegou a ser levada com vida para um hospital, mas foi declarada morta pouco depois. Penitenciária do Litoral Lar de integrantes dos principais grupos criminosos que atuam no Equador, envolvidos no tráfico de drogas que está na raiz da crise de segurança do país, a Penitenciária do Litoral foi cenário de alguns dos mais sangrentos massacres no sistema carcerário equatoriano nos últimos anos. Em setembro de 2021, 123 detentos foram mortos durante uma rebelião, e um outro motim, cerca de dois meses depois, deixou outros 68 mortos. Desde 2021, morreram ali mais de 460 detentos. No dia 4 de setembro, um outro diretor de penitenciária foi assassinado: Alex Guevara, que comandava o complexo prisional de Sucumbíos, foi morto a tiros dentro de seu carro — meses antes, em abril, o diretor da prisão de El Rodeo, na cidade costeira de Portoviejo, também foi morto por disparos feitos por desconhecidos, apenas cinco dias após assumir o cargo. Com uma posição geográfica estratégica, o Equador se tornou base de organizações ligadas ao narcotráfico, que veem em seus portos um ponto de partida ideal para mandar seus produtos para outros continentes. A expansão dos grupos criminosos levou a um aumento da violência: a taxa de homicídios, que em 2018, era de 5,7 a cada 100 mil habitantes, passou para 45,1 a cada 100 mil habitantes no ano passado. Durán, que fica nos arredores de Guayaquil, teve a maior taxa de toda a América Latina, com 148 homicídios a cada 100 mil habitantes — em 2017, a cidade aparecia na posição 453 da lista elaborada pelo Instituto Igarapé. Em 2022, o então presidente, Guillermo Lasso, chegou a declarar estado de emergência no Equador, e empregou recursos amplos de forças de segurança para tentar conter a onda de ataques, marcados por ataques a policiais e sequestros em praticamente todas as cidades equatorianas. Mas a estratégia não surtiu tanto efeito, e a campanha presidencial do ano passado foi marcada pelo assassinato de candidatos, incluindo de um postulante à Presidência, Fernando Villavicencio, e a um clima de medo ao redor da nação. No começo do ano, a população aprovou, em referendo, um pacote de medidas apresentadas pelo atual presidente, Daniel Noboa, que inclui a expansão de patrulhas, penas mais longas para crimes como terrorismo e homicídio, e a extradição de criminosos procurados por outros países, como os EUA. No mês seguinte, Noboa declarou um novo estado de emergência, válido para sete das 24 províncias do país, incluindo Guayas, onde fica Guayaquil. Estado de exceção O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou na última segunda-feira estado de exceção para todo o país, incluindo o sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa equatoriana de um presídio em Guayaquil, no sudoeste. A medida inclui toque de recolher das 23h às 5h para a população por 60 dias e autoriza as Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas. — Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir — disse o mandatário em um vídeo publicado em sua conta no Instagram. — Não negociaremos com terroristas, nem descansaremos até devolver a paz aos equatorianos. Com o decreto, as forças de segurança equatorianas estão autorizadas a realizar buscas em residências em todo o território nacional e em automóveis a um raio de 1 km de presídios. Dentro dos centros de detenção, estão suspensos os direitos de inviolabilidade de correspondências e de reunião. As autoridades buscam José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, líder da principal facção criminosa do Equador, a Los Choneros. Ele teria fugido "horas antes" de uma operação de revista no domingo no presídio onde cumpria pena, indicou o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, nesta segunda-feira. Ele é considerado o criminoso mais perigoso do país. Mais de 3 mil homens foram mobilizados para capturar Fito, cujo paradeiro é desconhecido.
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