No Rio, debate da TV Globo tem Paes no alvo, dobradinha de bolsonaristas e menções a Lula e Freixo
Líder das pesquisas, prefeito foi criticado tanto por bolsonaristas como por Tarcísio Motta e Marcelo Queiroz O debate da TV Globo com os candidatos à prefeitura do Rio, nesta quinta-feira (3), teve o prefeito Eduardo Paes (PSD) no alvo dos adversários. A fim de explorar a nacionalização da campanha, os bolsonaristas Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União), que fizeram várias "dobradinhas", evocaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT) em confrontos diretos com o candidato à reeleição. Também participam do encontro Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP). Acompanhe em tempo real: Colunistas comentam ao vivo o debate na Globo Datafolha RJ: Paes tem 63% dos votos válidos, contra 25% de Ramagem Enquanto os aliados de Bolsonaro procuraram nacionalizar, os personagens que Paes colocou no centro do debate foram o governador Cláudio Castro, o ex-governador Wilson Witzel e o ex-prefeito Marcelo Crivella. O objetivo é passar ao eleitor a ideia de que, quando o Rio fez escolhas "aventureiras", deu errado. Logo no início do primeiro bloco, o mais quente da noite, Amorim partiu para cima de Paes. Mencionou a Farra dos Guardanapos, episódio envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral em Paris, e a Operação Lava-Jato. Em resposta, o prefeito lembrou que adversários que o associaram a Cabral no passado acabaram presos. — Me lembro de 2018. Disputei nesse mesmo estúdio a eleição contra quatro candidatos: (Wilson) Witzel, Garotinho, Pedro Fernandes e Índio da Costa. Todos eles me acusaram de ser sócio do Cabral, parceiro do Cabral, que eu ia ser preso, isso e aquilo. Sabe o que aconteceu? Todos eles, inclusive o Witzel, com quem ele (Amorim) andava coladinho, foram presos. — Aliás, isso também aconteceu em 2020, contra o ex-prefeito (Marcelo Crivella) que também dizia que eu seria preso, e quem acabou sendo preso foi ele. Na sequência, Paes direcionou pergunta a Ramagem. Escolheu a segurança, tema que tem dominado a eleição carioca, e perguntou se o adversário não se sente "constrangido" de defender a resolução do problema da segurança pública ao mesmo tempo em que é "apadrinhado" pelo governador Cláudio Castro (PL). Pela primeira vez, Ramagem foi duro com o companheiro de partido, cuja gestão chamou de "medíocre". — Não tenho nenhum padrinho Cláudio Castro, minha liderança política se chama Jair Messias Bolsonaro — respondeu o bolsonarista. — Segurança é sim responsabilidade também da prefeitura. Quando a gente olha para a gestão Cláudio Castro, é uma gestão medíocre, tem sim muito o que fazer. Mas, quando olha para a sua, é nota zero. Em mais de um momento, mesmo no embate com Marcelo Queiroz, Ramagem voltou a falar de segurança e criticar a gestão Paes. Lula O presidente Lula (PT) apareceu no debate pela primeira vez com a reprodução, por Amorim, da fake news de que o petista teria defendido a atuação de ladrões para "comprar uma cervejinha". E voltou quando Ramagem procurou associá-lo a Paes com o objetivo de explorar o antipetismo de parcelas do eleitorado. — Sou aliado do Lula, mas não somos iguais. A gente trabalha junto. O estádio do Flamengo é fruto de parceria, o Galeão é fruto de parceria. Vou continuar aliado do presidente — disse Paes. Ramagem insistiu em diferentes momentos que o prefeito estaria "escondendo" Lula na eleição. Tarcísio manteve discurso parecido ao dizer que Paes seria um "vira-casaca" no espectro político. — Uns me acusam de ser de direita, outros de esquerda. Eu sou do Rio — afirmou o candidato à reeleição. Freixo Marcelo Freixo (PT), presidente da Embratur, foi outro personagem do debate. Tanto Ramagem como Amorim mencionaram o ex-deputado: o candidato do PL, para levar rejeição a Paes, que é apoiado por ele; o do União, para provocar Tarcísio. — Nem ele te aguenta — afirmou Amorim, ao evocar o pedido de “voto útil” em Paes feito por Freixo nesta semana. Com ataques baixos e atuando como linha auxiliar de Ramagem, o postulante do União disse ainda que Tarcísio vivia “cheirando o rabo” do ex-aliado e, ao alegar que o grupo do psolista defende "aborto, droga e o Hamas", fez uma insinuação homofóbica sobre os adversários. — Se o Hamas estivesse no Brasil, um dos dois candidatos da esquerda estaria assassinado pelo Hamas, que não tolera homossexuais. Na leitura de Amorim, Paes é de esquerda, assim como Tarcísio. O quadro do PSOL precisou responder sobre Freixo em outro momento, perguntado por Queiroz. Crítico do "voto útil" assim como o psolista, o candidato do PP perguntou o que ele achava do pedido feito pelo presidente da Embratur. — Ele se aliou à direita. Esse é o tipo de proposta que eu não aceito — afirmou Tarcísio. Crivella como antídoto Como tem sido habitual, Paes usou a gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella para pintar o cenário desfavorável da cidade quando assumiu o atual mandato, em 2021. Marcelo Queiroz brincou até que o candidato à reeleição teria um "amor infinito" por Crivella. — Você fala da fila de espera (na Saúde), m
Líder das pesquisas, prefeito foi criticado tanto por bolsonaristas como por Tarcísio Motta e Marcelo Queiroz O debate da TV Globo com os candidatos à prefeitura do Rio, nesta quinta-feira (3), teve o prefeito Eduardo Paes (PSD) no alvo dos adversários. A fim de explorar a nacionalização da campanha, os bolsonaristas Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União), que fizeram várias "dobradinhas", evocaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT) em confrontos diretos com o candidato à reeleição. Também participam do encontro Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP). Acompanhe em tempo real: Colunistas comentam ao vivo o debate na Globo Datafolha RJ: Paes tem 63% dos votos válidos, contra 25% de Ramagem Enquanto os aliados de Bolsonaro procuraram nacionalizar, os personagens que Paes colocou no centro do debate foram o governador Cláudio Castro, o ex-governador Wilson Witzel e o ex-prefeito Marcelo Crivella. O objetivo é passar ao eleitor a ideia de que, quando o Rio fez escolhas "aventureiras", deu errado. Logo no início do primeiro bloco, o mais quente da noite, Amorim partiu para cima de Paes. Mencionou a Farra dos Guardanapos, episódio envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral em Paris, e a Operação Lava-Jato. Em resposta, o prefeito lembrou que adversários que o associaram a Cabral no passado acabaram presos. — Me lembro de 2018. Disputei nesse mesmo estúdio a eleição contra quatro candidatos: (Wilson) Witzel, Garotinho, Pedro Fernandes e Índio da Costa. Todos eles me acusaram de ser sócio do Cabral, parceiro do Cabral, que eu ia ser preso, isso e aquilo. Sabe o que aconteceu? Todos eles, inclusive o Witzel, com quem ele (Amorim) andava coladinho, foram presos. — Aliás, isso também aconteceu em 2020, contra o ex-prefeito (Marcelo Crivella) que também dizia que eu seria preso, e quem acabou sendo preso foi ele. Na sequência, Paes direcionou pergunta a Ramagem. Escolheu a segurança, tema que tem dominado a eleição carioca, e perguntou se o adversário não se sente "constrangido" de defender a resolução do problema da segurança pública ao mesmo tempo em que é "apadrinhado" pelo governador Cláudio Castro (PL). Pela primeira vez, Ramagem foi duro com o companheiro de partido, cuja gestão chamou de "medíocre". — Não tenho nenhum padrinho Cláudio Castro, minha liderança política se chama Jair Messias Bolsonaro — respondeu o bolsonarista. — Segurança é sim responsabilidade também da prefeitura. Quando a gente olha para a gestão Cláudio Castro, é uma gestão medíocre, tem sim muito o que fazer. Mas, quando olha para a sua, é nota zero. Em mais de um momento, mesmo no embate com Marcelo Queiroz, Ramagem voltou a falar de segurança e criticar a gestão Paes. Lula O presidente Lula (PT) apareceu no debate pela primeira vez com a reprodução, por Amorim, da fake news de que o petista teria defendido a atuação de ladrões para "comprar uma cervejinha". E voltou quando Ramagem procurou associá-lo a Paes com o objetivo de explorar o antipetismo de parcelas do eleitorado. — Sou aliado do Lula, mas não somos iguais. A gente trabalha junto. O estádio do Flamengo é fruto de parceria, o Galeão é fruto de parceria. Vou continuar aliado do presidente — disse Paes. Ramagem insistiu em diferentes momentos que o prefeito estaria "escondendo" Lula na eleição. Tarcísio manteve discurso parecido ao dizer que Paes seria um "vira-casaca" no espectro político. — Uns me acusam de ser de direita, outros de esquerda. Eu sou do Rio — afirmou o candidato à reeleição. Freixo Marcelo Freixo (PT), presidente da Embratur, foi outro personagem do debate. Tanto Ramagem como Amorim mencionaram o ex-deputado: o candidato do PL, para levar rejeição a Paes, que é apoiado por ele; o do União, para provocar Tarcísio. — Nem ele te aguenta — afirmou Amorim, ao evocar o pedido de “voto útil” em Paes feito por Freixo nesta semana. Com ataques baixos e atuando como linha auxiliar de Ramagem, o postulante do União disse ainda que Tarcísio vivia “cheirando o rabo” do ex-aliado e, ao alegar que o grupo do psolista defende "aborto, droga e o Hamas", fez uma insinuação homofóbica sobre os adversários. — Se o Hamas estivesse no Brasil, um dos dois candidatos da esquerda estaria assassinado pelo Hamas, que não tolera homossexuais. Na leitura de Amorim, Paes é de esquerda, assim como Tarcísio. O quadro do PSOL precisou responder sobre Freixo em outro momento, perguntado por Queiroz. Crítico do "voto útil" assim como o psolista, o candidato do PP perguntou o que ele achava do pedido feito pelo presidente da Embratur. — Ele se aliou à direita. Esse é o tipo de proposta que eu não aceito — afirmou Tarcísio. Crivella como antídoto Como tem sido habitual, Paes usou a gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella para pintar o cenário desfavorável da cidade quando assumiu o atual mandato, em 2021. Marcelo Queiroz brincou até que o candidato à reeleição teria um "amor infinito" por Crivella. — Você fala da fila de espera (na Saúde), mas a do seu aliado Crivella era o dobro. É claro que tem problemas na rede, como o abastecimento de medicamentos — disse Paes em um dos momentos de contraponto ao antecessor. Pesquisa Mais cedo, o Datafolha divulgou a nova pesquisa sobre a eleição carioca. Paes tem 63% dos votos válidos, contra 25% de Ramagem e 5% de Tarcísio. O cenário, hoje, aponta para vitória do prefeito no primeiro turno.
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