Debate Globo em SP: encontro tem discussão de propostas e momentos quentes entre Boulos e Marçal
Participam Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) O debate na TV Globo na noite desta quinta-feira transcorre em tom mais moderado e com maior discussão de propostas em áreas variadas, como saúde, impostos, população de rua, segurança pública, criação de empregos, mobilidade e educação. Nenhum candidato foi advertido. Um cenário bem diferente de eventos anteriores, que ficaram marcados por uma enxurrada de ofensas, agressões e até cenas de violência física. Os momentos mais quentes ocorreram em discussões entre Guilherme Boulos e Pablo Marçal no terceiro e quarto blocos, quando sugiram termos como "lobo em pele de cordeiro" e "esquerdopata maluco". Datafolha: Boulos (29%), Nunes (26%) e Marçal (26%) empatam nos votos válidos em SP O encontro é o último do primeiro turno da eleição pela prefeitura de São Paulo e encerra uma longa maratona de 11 embates realizados até o momento na campanha. Participam os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB). A corrida pela prefeitura ficou marcada por uma intensa troca de ofensas e agressões verbais entre os candidatos, descambando até mesmo para inéditos episódios de violência física. O mais célebre foi a cadeirada desferida ao vivo por Datena em Marçal, durante o debate da TV Cultura. O segundo, nos bastidores, envolveu um soco de um assessor de Marçal ao marqueteiro de Nunes, Duda Lima, após o debate do Flow. Primeiro sorteado a perguntar, Nunes abriu o debate questionando Datena sobre a cobrança de impostos na cidade, posicionando-se à direita ao defender uma economia liberal. Sustentou que não criou “nenhuma taxa” durante o seu mandato como prefeito e atraiu 57 mil empresas. Datena alegou que o prefeito fez pouco pela cidade na discussão sobre a reforma tributária e que a população acabou penalizada. Em vez de endurecer o discurso na tréplica, preferiu abordar a proposta de criar um “território de emprego”, oferecendo benefícios fiscais para empresas se instalarem na periferia e contratarem mão de obra local. População de rua Na sequência, Tabata escolheu Nunes para perguntar se o prefeito está “satisfeito” com indicadores da cidade sob sua gestão como o aumento no número de pessoas em situação de rua, a queda no ranking da alfabetização e o tamanho das filas para exames e consultas nas unidades de saúde. Nunes disse que “trabalha duro”, destacou sua “parceria” com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e alfinetou a deputada federal, afirmando que a parlamentar não apoiou um projeto que sugeria o aumento da pena para criminosos no Congresso. — Não adianta ficar só criticando, é preciso fazer. É com trabalho. Vir aqui, falar, criticar, criticar… vamos falar do que fez. Eu fiz e vou continuar fazendo — rebateu o candidato à reeleição. — Tem muita coisa para fazer? Gente, eu sei que tem. Mas com ajuste financeiro que eu fiz na cidade, a gente vai continuar trabalhando duro, firme — complementou. Tabata ignorou a provocação de Nunes e usou sua réplica para se dirigir ao eleitor: — Você conhece essa São Paulo que o Nunes está descrevendo? Você está satisfeito? Porque eu não estou. Saúde Tabata e Boulos protagonizaram uma dobradinha com críticas a Nunes na área da saúde. A dupla listou propostas para resolver o problema da fila de exames. Boulos listou bairros em que pretende construir o chamado Poupatempo da Saúde e prometeu dezesseis unidades do equipamento em bairros da Zona Sul, Norte e Oeste da cidade, enquanto Tabata afirmou que sua gestão terá um monitoramento da fila dos exames e defendeu mais atenção à saúde mental. — A gente vê o adoecimento, jovens com depressão, apenas 1300 psicólogos. A gente vai olhar para a questão da saúde física e mental, todo posto vai ter uma equipe de saúde mental, toda escola um psicólogo. Trago esse compromisso com vocês — disse Tabata. Criminalidade Marçal não foi beneficiado pelo sorteio e só apareceu na quarta pergunta do primeiro bloco, com pergunta obrigatória de Datena ao candidato para todos responderem. O tucano abordou o tema do roubo de celulares em São Paulo, dizendo que este parece um “crime menor”, mas pode resultar em fatalidades. O empresário acenou ao público religioso dizendo já ter ouvido a “Bíblia inteira pela voz do Cid Moreira”. Ele adotou tom moderado, disse que subiria um vídeo com proposta para a segurança nas redes sociais e prometeu usar a tecnologia para atacar a criminalidade, assim como gerar empregos e ampliar a Operação Delegada. Empregos Último a perguntar no primeiro bloco, Marçal foi obrigado a se dirigir ao único candidato que ainda não havia sido questionado, Boulos. O ex-coach disse que São Paulo tem a oportunidade de eleger um “empreendedor raiz” e perguntou ao adversário sua proposta para incentivar a abertura de empresas. Boulos disse que vai estimular a criação de
Participam Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) O debate na TV Globo na noite desta quinta-feira transcorre em tom mais moderado e com maior discussão de propostas em áreas variadas, como saúde, impostos, população de rua, segurança pública, criação de empregos, mobilidade e educação. Nenhum candidato foi advertido. Um cenário bem diferente de eventos anteriores, que ficaram marcados por uma enxurrada de ofensas, agressões e até cenas de violência física. Os momentos mais quentes ocorreram em discussões entre Guilherme Boulos e Pablo Marçal no terceiro e quarto blocos, quando sugiram termos como "lobo em pele de cordeiro" e "esquerdopata maluco". Datafolha: Boulos (29%), Nunes (26%) e Marçal (26%) empatam nos votos válidos em SP O encontro é o último do primeiro turno da eleição pela prefeitura de São Paulo e encerra uma longa maratona de 11 embates realizados até o momento na campanha. Participam os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB). A corrida pela prefeitura ficou marcada por uma intensa troca de ofensas e agressões verbais entre os candidatos, descambando até mesmo para inéditos episódios de violência física. O mais célebre foi a cadeirada desferida ao vivo por Datena em Marçal, durante o debate da TV Cultura. O segundo, nos bastidores, envolveu um soco de um assessor de Marçal ao marqueteiro de Nunes, Duda Lima, após o debate do Flow. Primeiro sorteado a perguntar, Nunes abriu o debate questionando Datena sobre a cobrança de impostos na cidade, posicionando-se à direita ao defender uma economia liberal. Sustentou que não criou “nenhuma taxa” durante o seu mandato como prefeito e atraiu 57 mil empresas. Datena alegou que o prefeito fez pouco pela cidade na discussão sobre a reforma tributária e que a população acabou penalizada. Em vez de endurecer o discurso na tréplica, preferiu abordar a proposta de criar um “território de emprego”, oferecendo benefícios fiscais para empresas se instalarem na periferia e contratarem mão de obra local. População de rua Na sequência, Tabata escolheu Nunes para perguntar se o prefeito está “satisfeito” com indicadores da cidade sob sua gestão como o aumento no número de pessoas em situação de rua, a queda no ranking da alfabetização e o tamanho das filas para exames e consultas nas unidades de saúde. Nunes disse que “trabalha duro”, destacou sua “parceria” com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e alfinetou a deputada federal, afirmando que a parlamentar não apoiou um projeto que sugeria o aumento da pena para criminosos no Congresso. — Não adianta ficar só criticando, é preciso fazer. É com trabalho. Vir aqui, falar, criticar, criticar… vamos falar do que fez. Eu fiz e vou continuar fazendo — rebateu o candidato à reeleição. — Tem muita coisa para fazer? Gente, eu sei que tem. Mas com ajuste financeiro que eu fiz na cidade, a gente vai continuar trabalhando duro, firme — complementou. Tabata ignorou a provocação de Nunes e usou sua réplica para se dirigir ao eleitor: — Você conhece essa São Paulo que o Nunes está descrevendo? Você está satisfeito? Porque eu não estou. Saúde Tabata e Boulos protagonizaram uma dobradinha com críticas a Nunes na área da saúde. A dupla listou propostas para resolver o problema da fila de exames. Boulos listou bairros em que pretende construir o chamado Poupatempo da Saúde e prometeu dezesseis unidades do equipamento em bairros da Zona Sul, Norte e Oeste da cidade, enquanto Tabata afirmou que sua gestão terá um monitoramento da fila dos exames e defendeu mais atenção à saúde mental. — A gente vê o adoecimento, jovens com depressão, apenas 1300 psicólogos. A gente vai olhar para a questão da saúde física e mental, todo posto vai ter uma equipe de saúde mental, toda escola um psicólogo. Trago esse compromisso com vocês — disse Tabata. Criminalidade Marçal não foi beneficiado pelo sorteio e só apareceu na quarta pergunta do primeiro bloco, com pergunta obrigatória de Datena ao candidato para todos responderem. O tucano abordou o tema do roubo de celulares em São Paulo, dizendo que este parece um “crime menor”, mas pode resultar em fatalidades. O empresário acenou ao público religioso dizendo já ter ouvido a “Bíblia inteira pela voz do Cid Moreira”. Ele adotou tom moderado, disse que subiria um vídeo com proposta para a segurança nas redes sociais e prometeu usar a tecnologia para atacar a criminalidade, assim como gerar empregos e ampliar a Operação Delegada. Empregos Último a perguntar no primeiro bloco, Marçal foi obrigado a se dirigir ao único candidato que ainda não havia sido questionado, Boulos. O ex-coach disse que São Paulo tem a oportunidade de eleger um “empreendedor raiz” e perguntou ao adversário sua proposta para incentivar a abertura de empresas. Boulos disse que vai estimular a criação de empregos na periferia ao conceder a redução no IPTU de empresas que oferecerem vagas nos bairros mais pobres. Afirmou também que é diferente de outros políticos que “só aparecem de quatro em quatro anos fingindo que se importam”. Marçal se declarou como o “único que não deve favor a ninguém”, e disse acreditar numa vitória no primeiro turno. Na réplica, Boulos atacou tanto o candidato do PRTB quanto o atual prefeito: — Olhe no olho do Nunes. Você vê verdade? Olhe no olho do Marçal, você vê alguma coisa que não seja vaidade? Bloco com temas sorteados Para abrir o segundo bloco do debate — com temas sorteados pelo mediador César Tralli —, Tabata questionou as propostas de Marçal para a mobilidade. Citando o tempo de trajeto médio gasto pela população no transporte público na cidade que, segundo a candidata, passa de duas horas, a deputada perguntou quais eram as “propostas concretas” de Marçal para a mobilidade, criticando uma das bandeiras do empresário, os teleféricos. Marçal respondeu que pretende fazer terminais e corredores de ônibus prometidos pelo ex-prefeito Bruno Covas e também defendeu ampliar uma das bandeiras de Nunes, as faixas azul para motociclistas, e defendeu a medida criticada por Tabata. — Teleféricos para abençoar quem mora em comunidade, esse teleférico é para vocês, para que vocês não sofram de verdade como vocês estão sofrendo — disse Marçal. Datena acionou Boulos no tema do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), retomando a proposta do território de emprego citada no primeiro bloco e questionando o psolista se pretende aumentar imposto na cidade. Boulos prometeu não aumentar a carga tributária e declarou que não falta dinheiro para a prefeitura. Na sequência, os candidatos miraram em públicos diferentes. Boulos prometeu melhorar a mobilidade nos bairros do Grajaú e M’Boi Mirim, ambos na Zona Sul, onde disputa votos com Nunes, e tentou afastar a pecha de “radical” dizendo que ajudou famílias a conseguirem moradias no MTST. Datena preferiu abordar os problemas do centro, como a cracolândia e os prédios abandonados. Nunes, em pergunta sobre moradia direcionada a Tabata, exaltou o programa Pode Entrar de sua gestão e prometeu entregar até o fim do ano 72 mil unidades habitacionais. A candidata disse apoiar o programa, segundo ela proposto na gestão de Bruno Covas por Orlando Faria, atual coordenador de sua campanha, e destacou a proposta de criar uma plataforma em que a prefeitura atua como fiadora no processo de aluguel social. Na réplica, o prefeito aproveitou o tempo para responder a críticas feitas anteriormente por outros adversários, e disse que algumas das propostas apresentadas pelos demais já estão sendo executadas em sua gestão. — Eu estou feliz, porque estão propondo ideias daquilo que eu já tô fazendo — afirmou. Tabata disse que Nunes tenta exibir uma cidade “cor-de-rosa”, e afirmou que o emedebista espalhou a cracolândia pela capital paulista. — Vários prefeitos tentaram enfrentar a cracolândia. Não conseguiram. Mas o Nunes foi além: ele recebeu uma cracolândia, está entregando 72 cracolândias. Marçal, na hora de escolher entre Datena e Nunes, os dois que ainda não tinham respondido no bloco, elegeu o atual prefeito, tecendo críticas na área da educação e citando estatísticas sobre o nível de alfabetização de crianças na cidade e o desempenho da capital no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Nunes respondeu defendendo que universalizou as vagas de creche na cidade, a distribuição de tablets e o aumento no piso dos professores, vitrines da gestão na área da educação. Marçal devolveu dizendo que pretende implementar educação financeira, ensinar empreendedorismo e “transformar a escola municipal em uma escola olímpica”. O empresário terminou a resposta citando nomes que apoiam Nunes e pedindo renovação política — Por favor, no final de semana, vamos tirar esse governo do Doria, Kassab, Michel Temer, Rodrigo Garcia, de Milton Leite, não queremos mais esse governo. Como Eça de Queiroz dizia, "políticos e fraldas devem ser trocados pelo mesmo motivo" — disse. O prefeito então protagonizou a primeira crítica mais contundente a um adversário no debate até então, citando um projeto social que Marçal participou na África. — O candidato Pablo em 2019 foi à Camizungo, na África, em uma vila que faria 300 casas, só fez 26 casas. Se não conseguiu fazer na África, até pode ter tido a boa intenção de fazer, lá na África, como vai colocar algo de concreto na nossa cidade. Não tem atalho, é um caminho reto e correto — disse Nunes. Boulos voltou a debater com Datena no final do bloco, com o tema de cultura e lazer, novamente oferecendo caminho livre para propostas e evitando rusgas. O psolista prometeu elevar o orçamento da pasta de Cultura para 3%, colocar um psicólogo em cada escola da rede pública municipal e ampliar a oferta de ensino integral com aulas de música, teatro e esporte no contraturno. Datena defendeu a descentralização de equipamentos públicos como bibliotecas e o estímulo a polos audiovisuais e startups na periferia. Aproveitou para criticar a “canalha divisão de renda” e mencionou que existem pessoas “invisíveis” à prefeitura nos extremos da cidade. O tucano encerrou a rodada de perguntas direcionadas relatando a vez que fez uma reportagem em Heliópolis sobre a participação de um menino em uma orquestra. Terceiro bloco Tabata abriu o terceiro bloco escolhendo Boulos, com quem disputa espaço junto aos eleitores que rejeitam Marçal e Nunes. A deputada elencou supostas “mudanças de posicionamento” de seu adversário, dizendo existir um “Boulos dos marqueteiros” e um “Boulos do PSOL”. O psolista disse “lamentar” o questionamento, e negou que tenha sido incoerente durante a campanha: — Eu tenho coerência com a minha história. Pra mim, política não é vale-tudo, não é atacar a qualquer custo. Tabata afirmou que todos seus adversários estão “muito fofinhos, se comportando nesse debate”, mas fez um apelo para que os eleitores se recordem das cenas de agressividade dos encontros anteriores. Afirmou ser uma candidata que não muda de ideias “por pressão nem por cancelamento” e disse ser preciso unir boas propostas da esquerda e da direita. Boulos respondeu que quem quer governar “tem que ter capacidade de diálogo”, e afirmou que será capaz de falar com o presidente Lula (PT), seu apoiador, e que também chamará o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia Nunes. Na sua vez, Datena direcionou a pergunta a Nunes citando as críticas feitas anteriormente por Boulos sobre as concessões dos cemitérios de São Paulo. O prefeito, por sua vez, voltou a defender que fez um “governo liberal”, como bateu na tecla em diversas respostas, e enfileirou outras concessões da gestão, como a do Parque do Ibirapuera e do Anhembi. — Esse modelo de PPPs (parcerias público privadas) que dá certo a gente tem que continuar — defendeu Nunes. Nunes e Tabata tiveram um embate sobre mudanças climáticas, em que a candidata reclamou das ações da prefeitura para evitar enchentes e disse que a atual gestão falha em “coisas óbvias”. O prefeito disse ter “orgulho” das ações adotadas e que sua gestão encara com seriedade o tema, tendo criado uma Secretaria de Mudanças Climáticas. Na sequência, podendo escolher entre Tabata ou Datena, Marçal escolheu o tucano. Investiu na tese de que todos os outros candidatos são de esquerda, elogiou pergunta anterior da candidata do PSB a Boulos sobre mudanças de opinião e perguntou se um político extremista poderia governar São Paulo. — De jeito nenhum. O que está nos extremos é horrível — respondeu Datena, ignorando o comentário do ex-coach sobre a sua orientação ideológica. Em seguida, disse que não é contra a esquerda que Lula defende, nem a direita de Bolsonaro. O extremismo estaria em ditaduras comunistas de Josef Stálin e Mao Tsé Tung e na direita fascista de Adolf Hitler e Benito Mussolini. Marçal comparou a ida de Marta Suplicy, que era secretária de Nunes, para a chapa de Boulos como um corintiano convidando um palmeirense para participar da torcida organizada. O ex-coach lembrou o episódio da execução do Hino Nacional com linguagem neutra no palanque do psolista como um exemplo de “extremismo”. Momento mais quente No embate mais tenso do debate até então, no final do terceiro bloco, Boulos cutucou Marçal diversas vezes, tentando associá-lo a João Doria e perguntou porque ele “odeia as mulheres”. — O Marçal acusar alguém de extremista é igual à Suzane Richthofen acusar alguém de assassinato — disse Boulos. O chefe de campanha de Marçal, Filipe Sabará, já fez parte da gestão de Doria na prefeitura de São Paulo. — Por acaso ele é filho do Doria? O Doria pariu ele? [...] Você é um socialista de iPhone que recebeu 30 milhões do fundo eleitoral. Valdemar Costa Neto é o maior doador da campanha de Nunes, alvo do mensalão — disse Marçal, pedindo, ao fim, que a população vote em “alguém novo”. Boulos aproveitou que Marçal subiu o tom e ironizou. — Agora o lobo está aparecendo na pele de cordeiro. Ele junto o time do Doria com ele. [...] Outra coisa que queria te perguntar. Ficou claro seu desprezo pelas mulheres. Eu vi um vídeo seu dizendo que as mulheres teriam o crânio menor que o dos homens [...] Porque você odeia tanto as mulheres? — devolveu Boulos. Marçal então subiu o tom contra o candidato do PSOL. — Isso é um papinho de esquerdopata maluco. Sou casado com uma mulher. Quem não gosta de mulher é alguém aqui que tem B.O por agressão de violência doméstica, quer colocar na minha conta? [...] Não caia nessas falácias de Guilherme Boulos. Ele já foi preso — disse o empresário. Dobradinha de Datena e Tabata Datena e Tabata fizeram uma dobradinha ao discutir propostas para a segurança. O tucano afirmou que o crime organizado está “entrando cada vez mais na política”, e Tabata alertou os eleitores para tomarem cuidado com candidatos que dizem não ter recebido dinheiro público, já que há investigações que indicam aportes bilionários de facções nas eleições municipais. Datena defendeu que a inteligência da Guarda Civil Metropolitana (GCM) atue junto com a Polícia Civil, e Tabata falou em ampliar o monitoramento e o emprego de tecnologia nessa área. dsdsadsdsadsa Boulos acionou Nunes no quarto bloco com o tema das concessões para a iniciativa privada, mas focou em outro assunto, a quantidade de obras emergenciais, realizadas sem licitação pela prefeitura, em mais de R$ 5 bilhões entre 2021 e 2023. Boulos criticou o prefeito alegando que o modelo “favoreceu amigos”. — O problema da sua gestão é a falta de transparência — disse Boulos. Nunes desviou do ataque mencionando o parecer do deputado pelo arquivamento do processo contra André Janones, acusado de “rachadinha” no gabinete, no Conselho de Ética da Câmara. Falou ainda que o adversário seria a favor da liberação das drogas e da desmilitarização das polícias. — Quem tem a digital, a caneta, quem apoia qualquer tipo de corrupção é você — rebateu Nunes. Na réplica, Boulos acusou o prefeito de mentir, disse que considera rachadinha crime “independente de ser o Janones ou o Flávio Bolsonaro” e retomou a questão das obras, citando uma reportagem do site UOL que mostrou que Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), é ex-cunhado do traficante Marcola. — O rapaz é funcionário de carreira, entrou por concurso em 1988, na gestão da Erundina (a ex-prefeita Luiza Erundina, eleita pelo PT). A irmã era casada com… Como é o nome do cara aí, o da criminalidade — respondeu Nunes. — Tenho tolerância zero com qualquer corrupção. Ele é chefe de gabinete, não mexe com nada em questão de licitação. Regras Os candidatos ficarão posicionados lado a lado no estúdio. Os debates terão quatro blocos: o primeiro e o terceiro com temas livres. O candidato (sorteado anteriormente) escolhe para quem direciona sua pergunta, entre os que ainda não tiverem respondido naquele bloco. Todos deverão fazer uma pergunta e responder a uma pergunta. O segundo e o quarto blocos serão com temas determinados. A mecânica é a mesma, com o mediador sorteando em uma urna o tema que deverá ser abordado. Os candidatos terão 40 (quarenta) segundos para fazer as perguntas, um minuto e 40 (quarenta) segundos para a resposta, um minuto e 15 (quinze) segundos para a réplica e um minuto para a tréplica. Ao final do quarto bloco, cada candidato terá dois minutos para fazer suas considerações finais. Provocações Antes do debate, partidários de Marçal e Boulos se aglomeraram em frente aos estúdios da TV Globo. Os times trocaram provocações e gesticularam uns para os outros. Do lado de Marçal, bandeiras do candidato, balões infláveis do ‘M’ e carros de som ocupam a rua. Bonés do ‘M’ são vendidos a preços que variam de R$ 25 a R$ 40. No flanco de Boulos, manifestantes do Unidade Popular (UP) engrossam as fileiras da esquerda. Uma conversa entre membros da UP e da equipe do Marçal, junto a um policial militar, selou um “pacto de não agressão”. A chegada dos candidatos ocorreu sem atritos. Marçal foi o único a fazer uma cena ao desembarcar. Enquanto Boulos, Nunes e Datena chegaram discretamente, o empresário subiu pelo teto solar do carro para saudar as pessoas em frente à emissora. Ele compareceu ao debate acompanhado da esposa, Ana Carolina, fato incomum durante a campanha. Outro que apareceu com a mulher foi Nunes, mesmo com a previsão de que seja lembrado no debate por um boletim de ocorrência por ameaça feito por Regina, em 2011; ela depois afirmou que nunca sofreu agressões. Pesquisa Pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira mostra um empate técnico entre Boulos, Nunes e Marçal nos votos válidos — que desconsideram brancos, nulos e indecisos, como faz a Justiça Eleitoral na apuração oficial dos resultados. O psolista atinge 29% das intenções por esse cálculo, contra 26% do atual prefeito e 26% do ex-coach. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos. Na pesquisa estimulada, Boulos oscilou de 25% para 26%. Nunes variou três pontos para baixo em uma semana, de 27% para 24%. E Marçal avançou três pontos para cima, passando de 21% para os mesmos 24% de Nunes. No levantamento divulgado pela Quaest na segunda-feira, os três também apareciam em situação de empate técnico. A pesquisa estimulada mostra uma variação positiva nas intenções de voto de Tabata, que agora encabeça sozinha o segundo pelotão, com 11% (eram 9% há uma semana). Datena variou de 6% para 4%, enquanto Marina Helena (Novo) tem 2%. Brancos e nulos somam 6% dos eleitores de São Paulo, e outros 3% dizem ainda não saber quem apoiarão.
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