No G20, chanceler russo diz que lançamento de mísseis de longo alcance pela Ucrânia marca 'nova fase da guerra'
Declaração do chanceler de Putin ocorre no mesmo dia em que o Kremlin atualiza doutrina nuclear do país No mesmo dia em que o governo do presidente russo, Vladimir Putin, atualizou a doutrina nuclear do país, o ministro das Relações Exteriores de seu governo, Serguei Lavrov, afirmou, em coletiva no Rio, que “estamos fortemente a favor de fazer tudo para não permitir que uma guerra nuclear ocorra”. No entanto, também fez a ressalva de que a autorização dos EUA ao lançamento de mísseis de longo alcance pela Ucrânia contra a Rússia "marca um nova fase da guerra" — segundo o Kremlin, os primeiros foram disparados nesta terça-feira. As declarações de Lavrov ocorreram em paralelo ao último dia da cúpula de chefes de Estado e governo do G20, evento no qual o ministro representa Putin. Entrevista: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz, defende líder diplomático dos EUA para o Ocidente Novo ataque: Ucrânia dispara pela primeira vez mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia, afirma Kremlin A nova doutrina russa foi publicada dias depois de o presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, ter autorizado a Ucrânia a atacar alvos em território russo com mísseis de longo alcance fabricados nos EUA. Com a nova doutrina, o Kremlin passou a considerar qualquer agressão de um Estado não nuclear — mas com participação de um país com armas nucleares — como um ataque conjunto contra a Rússia. — Se mísseis de longo alcance são usados contra o território russo, isso significa que eles são operados por especialistas militares americanos — declarou Lavrov, e acrescentou: — Para nós, isso implica uma nova fase da guerra ocidental contra a Rússia. Kremlin: Ucrânia dispara pela primeira vez mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia Lavrov afirmou, ainda, que "a atualização da doutrina militar [russa] não adiciona nada que o Ocidente não saiba. E não adiciona nada que seria diferente da doutrina militar americana”. — Nós estamos na linha de frente da Assembleia Geral [da ONU], defendendo um mundo que não seja ameaçado pelas armas nucleares. A declaração da Assembleia Geral claramente diz que nós queremos ir em direção a um mundo livre das armas nucleares. Essa é a nossa posição — frisou o chanceler russo, que evitou dar detalhes sobre o ataque da Ucrânia nesta terça-feira contra o território russo. Líder diplomático dos EUA para o Ocidente: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz Numa coletiva na qual a maioria eram jornalistas russos, e durante a qual o chanceler de Putin falou a maior parte do tempo em russo, Lavrov falou sobre a participação de seu país na cúpula do G20, propostas do governo brasileiro como a Aliança Global contra Fome e a declaração final de chefes de Estado e de governo, que menciona a guerra entre Rússia e Ucrânia. Perguntado sobre trechos da declaração presidencial que mencionam o conflito, e especificamente sobre a incorporação, na reta final das negociações, da palavra “infraestrutura" — em clara referência aos ataques russos do último fim de semana a centrais elétricas ucranianas —, Lavrov fez uma interpretação diferente do texto, que obteve o consenso de todos os países do grupo. — A infraestrutura, neste contexto, significa que condenamos a destruição, a eliminação da infraestrutura social, incluindo escolas, hospitais etc. A infraestrutura social em Gaza não existe. E, é claro, além da infraestrutura social, existem outras formas de infraestrutura civil, incluindo a infraestrutura energética —comentou o chanceler russo. Mudanças climáticas: No último dia da cúpula do G20, Lula propõe que países antecipem suas metas para o clima Lavrov disse, também, que seu governo usará este trecho da declaração presidencial do G20 para pedir uma investigação “transparente” sobre o ataque ao gasoduto de Nord Stream, que se estendia da Rússia até a Alemanha, em setembro de 2022. — Até agora, os alemães e outros países do Ocidente iniciaram uma investigação, cujo resultado não foi compartilhado. Então, sim, a questão da infraestrutura é importante — enfatizou Lavrov, sem fazer qualquer menção ao ataque a centrais elétricas ucranianas no último fim de semana. A incorporação da palavra “infraestrutura” foi fundamental para que fosse alcançando o consenso sobre a declaração final do G20. As pressões de países do G7 para adotar um tom mais forte contra a Rússia de Putin se intensificaram no fim de semana após o ataque a centrais elétricas ucranianas. Finalmente, o ponto 7 do documento afirma que "em relação aos conflitos e guerras em andamento, reiteramos as nossas posições nacionais e as resoluções adotadas na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança das Nações Unidas e ressaltamos que todos os Estados devem agir de maneira consistente com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU em sua totalidade. Em consonância com a Carta da ONU, todos os Estados devem se abster da ameaça ou uso da força para buscar aquisição territorial
Declaração do chanceler de Putin ocorre no mesmo dia em que o Kremlin atualiza doutrina nuclear do país No mesmo dia em que o governo do presidente russo, Vladimir Putin, atualizou a doutrina nuclear do país, o ministro das Relações Exteriores de seu governo, Serguei Lavrov, afirmou, em coletiva no Rio, que “estamos fortemente a favor de fazer tudo para não permitir que uma guerra nuclear ocorra”. No entanto, também fez a ressalva de que a autorização dos EUA ao lançamento de mísseis de longo alcance pela Ucrânia contra a Rússia "marca um nova fase da guerra" — segundo o Kremlin, os primeiros foram disparados nesta terça-feira. As declarações de Lavrov ocorreram em paralelo ao último dia da cúpula de chefes de Estado e governo do G20, evento no qual o ministro representa Putin. Entrevista: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz, defende líder diplomático dos EUA para o Ocidente Novo ataque: Ucrânia dispara pela primeira vez mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia, afirma Kremlin A nova doutrina russa foi publicada dias depois de o presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, ter autorizado a Ucrânia a atacar alvos em território russo com mísseis de longo alcance fabricados nos EUA. Com a nova doutrina, o Kremlin passou a considerar qualquer agressão de um Estado não nuclear — mas com participação de um país com armas nucleares — como um ataque conjunto contra a Rússia. — Se mísseis de longo alcance são usados contra o território russo, isso significa que eles são operados por especialistas militares americanos — declarou Lavrov, e acrescentou: — Para nós, isso implica uma nova fase da guerra ocidental contra a Rússia. Kremlin: Ucrânia dispara pela primeira vez mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia Lavrov afirmou, ainda, que "a atualização da doutrina militar [russa] não adiciona nada que o Ocidente não saiba. E não adiciona nada que seria diferente da doutrina militar americana”. — Nós estamos na linha de frente da Assembleia Geral [da ONU], defendendo um mundo que não seja ameaçado pelas armas nucleares. A declaração da Assembleia Geral claramente diz que nós queremos ir em direção a um mundo livre das armas nucleares. Essa é a nossa posição — frisou o chanceler russo, que evitou dar detalhes sobre o ataque da Ucrânia nesta terça-feira contra o território russo. Líder diplomático dos EUA para o Ocidente: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz Numa coletiva na qual a maioria eram jornalistas russos, e durante a qual o chanceler de Putin falou a maior parte do tempo em russo, Lavrov falou sobre a participação de seu país na cúpula do G20, propostas do governo brasileiro como a Aliança Global contra Fome e a declaração final de chefes de Estado e de governo, que menciona a guerra entre Rússia e Ucrânia. Perguntado sobre trechos da declaração presidencial que mencionam o conflito, e especificamente sobre a incorporação, na reta final das negociações, da palavra “infraestrutura" — em clara referência aos ataques russos do último fim de semana a centrais elétricas ucranianas —, Lavrov fez uma interpretação diferente do texto, que obteve o consenso de todos os países do grupo. — A infraestrutura, neste contexto, significa que condenamos a destruição, a eliminação da infraestrutura social, incluindo escolas, hospitais etc. A infraestrutura social em Gaza não existe. E, é claro, além da infraestrutura social, existem outras formas de infraestrutura civil, incluindo a infraestrutura energética —comentou o chanceler russo. Mudanças climáticas: No último dia da cúpula do G20, Lula propõe que países antecipem suas metas para o clima Lavrov disse, também, que seu governo usará este trecho da declaração presidencial do G20 para pedir uma investigação “transparente” sobre o ataque ao gasoduto de Nord Stream, que se estendia da Rússia até a Alemanha, em setembro de 2022. — Até agora, os alemães e outros países do Ocidente iniciaram uma investigação, cujo resultado não foi compartilhado. Então, sim, a questão da infraestrutura é importante — enfatizou Lavrov, sem fazer qualquer menção ao ataque a centrais elétricas ucranianas no último fim de semana. A incorporação da palavra “infraestrutura” foi fundamental para que fosse alcançando o consenso sobre a declaração final do G20. As pressões de países do G7 para adotar um tom mais forte contra a Rússia de Putin se intensificaram no fim de semana após o ataque a centrais elétricas ucranianas. Finalmente, o ponto 7 do documento afirma que "em relação aos conflitos e guerras em andamento, reiteramos as nossas posições nacionais e as resoluções adotadas na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança das Nações Unidas e ressaltamos que todos os Estados devem agir de maneira consistente com os Propósitos e Princípios da Carta da ONU em sua totalidade. Em consonância com a Carta da ONU, todos os Estados devem se abster da ameaça ou uso da força para buscar aquisição territorial contra a integridade territorial e soberania ou independência política de qualquer Estado. Afirmamos que todas as partes devem cumprir com suas obrigações sob o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos, e a este respeito condenamos todos os ataques contra civis e infraestrutura".
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