MST volta a pressionar o governo, cobra reunião com Lula e diz que meta de assentamentos é ‘fraca’
Movimento social envia recado sobre mobilizações em março e abril O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) voltou a pressionar o governo federal por causa do ritmo de assentamentos para reforma agrária proposto pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é que a meta apresentada para 2025 “é fraca”. Nas urnas: MST elege 43 militantes e 90 políticos comprometidos com o movimento Elmar faz o L: Atrás de apoio para a sucessão de Lira, deputado busca MST e sindicatos De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o objetivo é assentar 20.490 famílias no próximo ano. O movimento quer 60 mil. Diante da divergência, João Paulo Rodrigues, da coordenação do MST, diz que pedirá uma “reunião urgente” com Lula. — O MST continua muito preocupado com a lentidão do tema agrário. Temos um compromisso com a nossa base e nós não vamos descansar enquanto não assentarmos as famílias acampadas. São 60 mil famílias. O governo está propondo uma meta muito fraca para o ano que vem, de menos de 30 mil famílias. O MST não vai aceitar isso — afirma Rodrigues, em um vídeo gravado. Integrantes do movimento dizem que caso as reivindicações não sejam atendidas estão sendo programadas mobilizações para os meses de março e abril, período em que o MST costuma promover ocupações para marcar o seu aniversário de fundação. O caráter das mobilizações ainda não está definido. Em abril de 2023, no quarto mês do terceiro mandato de Lula, o MST iniciou uma série de invasões, que deixaram o governo exposto a críticas, inclusive de partidos de centro no Congresso. O movimento ocupou até uma área da Embrapa, empresa pública de pesquisa agrícolas, no estado de Pernambuco. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, diz que o movimento está querendo mudar metas que já haviam sido pactuadas. Ele admite a possibilidade de abrir um debate sobre a revisão dos números, mas não da forma que o MST tem colocado. — Querer abrir assim de uma maneira precipitada não é aconselhável. Teixeira argumenta que a alteração das metas depende, em primeiro lugar, da finalização da proposta formulada por sua pasta de transformar terras de proprietários que se recusam a pagar dívidas de financiamentos e impostos em assentamentos. Em segundo lugar, a revisão dos números teria que ter o aval de Lula. — Querer mudar a meta envolve o presidente da República. Eu não posso fazer uma mudança de meta sozinho, de maneira voluntarista. Eu tenho que pactuar com o governo. O ministro ainda acrescenta que a meta para este ano de assentar 15.605 famílias está próxima de ser alcançada. Movimento historicamente ligado ao PT, o MST vive uma relação tensa com o governo no atual mandato de Lula. Logo no começo da gestão, houve descontentamento por causa da demora para indicação do novo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O movimento também avaliou que o governo não se empenhou para conter a instalação da CPI na Câmara, em maio do ano passado. O receio era que a atuação de parlamentares bolsonaristas na comissão pudesse desgastar o movimento. A CPI terminou, porém, sem que o relatório final fosse sequer votado por seus integrantes. Além disso, o movimento também se mobilizou contra a permanência de um primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no comando da Superintendência de Alagoas do Incra. Nomeado na gestão de Michel Temer, César de Lira só foi demitido em abril deste ano. Em agosto, Lula se reuniu com a coordenação nacional do MST na Granja do Torto. Um mês antes, o presidente havia se reunido com representantes de mais de 70 movimentos sociais, em São Paulo. No encontro, realizado no Armazém do Campo, estabelecimento administrado pelo MST, Lula ouviu um apelo para que seu governo tenha mais diálogo com os movimentos.
Movimento social envia recado sobre mobilizações em março e abril O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) voltou a pressionar o governo federal por causa do ritmo de assentamentos para reforma agrária proposto pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação é que a meta apresentada para 2025 “é fraca”. Nas urnas: MST elege 43 militantes e 90 políticos comprometidos com o movimento Elmar faz o L: Atrás de apoio para a sucessão de Lira, deputado busca MST e sindicatos De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o objetivo é assentar 20.490 famílias no próximo ano. O movimento quer 60 mil. Diante da divergência, João Paulo Rodrigues, da coordenação do MST, diz que pedirá uma “reunião urgente” com Lula. — O MST continua muito preocupado com a lentidão do tema agrário. Temos um compromisso com a nossa base e nós não vamos descansar enquanto não assentarmos as famílias acampadas. São 60 mil famílias. O governo está propondo uma meta muito fraca para o ano que vem, de menos de 30 mil famílias. O MST não vai aceitar isso — afirma Rodrigues, em um vídeo gravado. Integrantes do movimento dizem que caso as reivindicações não sejam atendidas estão sendo programadas mobilizações para os meses de março e abril, período em que o MST costuma promover ocupações para marcar o seu aniversário de fundação. O caráter das mobilizações ainda não está definido. Em abril de 2023, no quarto mês do terceiro mandato de Lula, o MST iniciou uma série de invasões, que deixaram o governo exposto a críticas, inclusive de partidos de centro no Congresso. O movimento ocupou até uma área da Embrapa, empresa pública de pesquisa agrícolas, no estado de Pernambuco. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, diz que o movimento está querendo mudar metas que já haviam sido pactuadas. Ele admite a possibilidade de abrir um debate sobre a revisão dos números, mas não da forma que o MST tem colocado. — Querer abrir assim de uma maneira precipitada não é aconselhável. Teixeira argumenta que a alteração das metas depende, em primeiro lugar, da finalização da proposta formulada por sua pasta de transformar terras de proprietários que se recusam a pagar dívidas de financiamentos e impostos em assentamentos. Em segundo lugar, a revisão dos números teria que ter o aval de Lula. — Querer mudar a meta envolve o presidente da República. Eu não posso fazer uma mudança de meta sozinho, de maneira voluntarista. Eu tenho que pactuar com o governo. O ministro ainda acrescenta que a meta para este ano de assentar 15.605 famílias está próxima de ser alcançada. Movimento historicamente ligado ao PT, o MST vive uma relação tensa com o governo no atual mandato de Lula. Logo no começo da gestão, houve descontentamento por causa da demora para indicação do novo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O movimento também avaliou que o governo não se empenhou para conter a instalação da CPI na Câmara, em maio do ano passado. O receio era que a atuação de parlamentares bolsonaristas na comissão pudesse desgastar o movimento. A CPI terminou, porém, sem que o relatório final fosse sequer votado por seus integrantes. Além disso, o movimento também se mobilizou contra a permanência de um primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no comando da Superintendência de Alagoas do Incra. Nomeado na gestão de Michel Temer, César de Lira só foi demitido em abril deste ano. Em agosto, Lula se reuniu com a coordenação nacional do MST na Granja do Torto. Um mês antes, o presidente havia se reunido com representantes de mais de 70 movimentos sociais, em São Paulo. No encontro, realizado no Armazém do Campo, estabelecimento administrado pelo MST, Lula ouviu um apelo para que seu governo tenha mais diálogo com os movimentos.
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