Matt Gaetz desiste de indicação para ser o secretário de Justiça de Donald Trump
Ex-deputado está sob pressão por denúncias de má conduta sexual e corria o risco de não ser aprovado pelo Congresso O ex-deputado republicano Matt Gaetz desistiu da indicação para ser o secretário de Justiça dos Estados Unidos no governo do presidente eleito Donald Trump, em meio a denúncias de má conduta sexual e uso de drogas ilícitas, que levaram a uma investigação pelo Conselho de Ética da Câmara. A decisão veio após uma reunião com alguns dos senadores que seriam os responsáveis por sua confirmação no cargo. Análise: Nomeações provocativas de Trump testam lealdade de Partido Republicano em futuro governo Contexto: Trump quebra tradição e ignora verificação de antecedentes criminais ao montar Gabinete "Ontem [quarta-feira], tive excelentes reuniões com senadores. Agradeço o retorno atencioso deles, e o apoio incrível de tantos. Embora o momento tenha sido bom, está claro que minha confirmação estava injustamente se tornando uma distração para o trabalho crítico da transição [de governo]. Não há tempo a perder em uma briga desnecessariamente prolongada em Washington, portanto, retirarei meu nome da consideração para servir como secretário de Justiça", escreveu Gaetz no X. A pessoas próximas, ele explicou que, segundo o New York Times, ao menos quatro senadores republicanos se opunham implacavelmente à sua indicação — Lisa Murkowski, do Alasca, Susan Collins, do Maine, Mitch McConnell, do Kentucky, e John Curtis, de Utah — e que não queria entrar em uma batalha de confirmação prolongada e atrasar a posse do secretário de Justiça de Trump. Initial plugin text No X, concluiu dizendo que seguirá "totalmente comprometido em ver Donald J. Trump como o presidente mais bem-sucedido da história", e que permanecerá "eternamente honrado que o presidente Trump me tenha nomeado para liderar o Departamento de Justiça". Um dos expoentes do trumpismo, Gaetz teve a carreira parlamentar marcada por uma longa série de denúncias incluindo má conduta sexual — na quarta-feira, a rede CNN revelou a existência de "múltiplas fotos" de mulheres que dizem ter sido pagas para fazer sexo com ele —, uso de drogas ilícitas, compartilhamento de imagens inapropriadas no plenário e uso de fundos de campanha para benefício próprio. A Comissão de Ética da Câmara o investigava desde 2021, e entrevistou algumas dezenas de testemunhas, emitiu 25 intimações e revisou milhares de páginas de documentos — o inquérito foi suspenso enquanto o mesmo Departamento de Justiça que ele planejava comandar realizava uma investigação por suposto tráfico sexual e por ter mantido relações sexuais com uma menor de idade, mas o caso foi arquivado, abrindo caminho para a Comissão de Ética prosseguir com o trabalho. Contudo, Gaetz renunciou ao mandato na semana passada, e na noite de quarta-feira os republicanos na Câmara barraram a divulgação pública do relatório do Conselho de Ética, cujo trabalho o ex-deputado havia chamado de "desconfortavelmente intrometido" e reclamado que envolvia perguntas sobre detalhes de sua atividade sexual. "As atividades sexuais legais e consensuais de adultos não são da conta do Congresso", escreveu em uma carta pública divulgada em setembro. Reações positivas Trump respondeu à decisão de Matt Gaetz de desistir da candidatura a secretário de Justiça, dizendo que “aprecio muito” o ex-congressista da Flórida. — Ele estava indo muito bem, mas, ao mesmo tempo, não queria ser uma distração para o governo, pelo qual ele tem muito respeito — disse Trump. Na semana passada, porém, o magnata disse em conversas reservadas, segundo o New York Times, que Gaetz tinha poucas chances de sobreviver ao processo de confirmação, mas que ele estava fazendo ligações em seu nome na esperança de mudar o que o Senado consideraria aceitável. Senadores republicanos também reagiram positivamente à desistência de Gaetz nesta quinta-feira. — Acho que, devido aos relatos que estavam sendo divulgados, provavelmente foi uma boa decisão — disse o senador Markwayne Mullin, republicano de Oklahoma que já havia discutido com Gaetz anteriormente, mas não disse se planejava votar nele. Para a senadora Cynthia Lummis, é bom que Gaetz tenha reconhecido que era uma distração e que isso permitirá que Trump indique alguém “igualmente tenaz” para chefiar o Departamento de Justiça. — Ele deve ter recebido alguns sinais ontem, durante as conversas que estava tendo com os senadores, de que isso seria uma distração — comentou. Susan Collins, por sua vez, disse que ficou “surpresa”, mas “satisfeita” com a decisão. A senadora do Maine já havia expressado sérias preocupações sobre a escolha de Trump e disse que queria ver o relatório de ética. — Acho que ele colocou o país em primeiro lugar, e estou satisfeita com sua decisão — afirmou Collins. O novo líder da maioria no Senado, John Thune, também se manifestou e disse que respeita a decisão de Gaetz, mas não respondeu se a escolha foi certa: — Acho que todo mundo tem que tomar uma decisão que seja boa para si e para su
Ex-deputado está sob pressão por denúncias de má conduta sexual e corria o risco de não ser aprovado pelo Congresso O ex-deputado republicano Matt Gaetz desistiu da indicação para ser o secretário de Justiça dos Estados Unidos no governo do presidente eleito Donald Trump, em meio a denúncias de má conduta sexual e uso de drogas ilícitas, que levaram a uma investigação pelo Conselho de Ética da Câmara. A decisão veio após uma reunião com alguns dos senadores que seriam os responsáveis por sua confirmação no cargo. Análise: Nomeações provocativas de Trump testam lealdade de Partido Republicano em futuro governo Contexto: Trump quebra tradição e ignora verificação de antecedentes criminais ao montar Gabinete "Ontem [quarta-feira], tive excelentes reuniões com senadores. Agradeço o retorno atencioso deles, e o apoio incrível de tantos. Embora o momento tenha sido bom, está claro que minha confirmação estava injustamente se tornando uma distração para o trabalho crítico da transição [de governo]. Não há tempo a perder em uma briga desnecessariamente prolongada em Washington, portanto, retirarei meu nome da consideração para servir como secretário de Justiça", escreveu Gaetz no X. A pessoas próximas, ele explicou que, segundo o New York Times, ao menos quatro senadores republicanos se opunham implacavelmente à sua indicação — Lisa Murkowski, do Alasca, Susan Collins, do Maine, Mitch McConnell, do Kentucky, e John Curtis, de Utah — e que não queria entrar em uma batalha de confirmação prolongada e atrasar a posse do secretário de Justiça de Trump. Initial plugin text No X, concluiu dizendo que seguirá "totalmente comprometido em ver Donald J. Trump como o presidente mais bem-sucedido da história", e que permanecerá "eternamente honrado que o presidente Trump me tenha nomeado para liderar o Departamento de Justiça". Um dos expoentes do trumpismo, Gaetz teve a carreira parlamentar marcada por uma longa série de denúncias incluindo má conduta sexual — na quarta-feira, a rede CNN revelou a existência de "múltiplas fotos" de mulheres que dizem ter sido pagas para fazer sexo com ele —, uso de drogas ilícitas, compartilhamento de imagens inapropriadas no plenário e uso de fundos de campanha para benefício próprio. A Comissão de Ética da Câmara o investigava desde 2021, e entrevistou algumas dezenas de testemunhas, emitiu 25 intimações e revisou milhares de páginas de documentos — o inquérito foi suspenso enquanto o mesmo Departamento de Justiça que ele planejava comandar realizava uma investigação por suposto tráfico sexual e por ter mantido relações sexuais com uma menor de idade, mas o caso foi arquivado, abrindo caminho para a Comissão de Ética prosseguir com o trabalho. Contudo, Gaetz renunciou ao mandato na semana passada, e na noite de quarta-feira os republicanos na Câmara barraram a divulgação pública do relatório do Conselho de Ética, cujo trabalho o ex-deputado havia chamado de "desconfortavelmente intrometido" e reclamado que envolvia perguntas sobre detalhes de sua atividade sexual. "As atividades sexuais legais e consensuais de adultos não são da conta do Congresso", escreveu em uma carta pública divulgada em setembro. Reações positivas Trump respondeu à decisão de Matt Gaetz de desistir da candidatura a secretário de Justiça, dizendo que “aprecio muito” o ex-congressista da Flórida. — Ele estava indo muito bem, mas, ao mesmo tempo, não queria ser uma distração para o governo, pelo qual ele tem muito respeito — disse Trump. Na semana passada, porém, o magnata disse em conversas reservadas, segundo o New York Times, que Gaetz tinha poucas chances de sobreviver ao processo de confirmação, mas que ele estava fazendo ligações em seu nome na esperança de mudar o que o Senado consideraria aceitável. Senadores republicanos também reagiram positivamente à desistência de Gaetz nesta quinta-feira. — Acho que, devido aos relatos que estavam sendo divulgados, provavelmente foi uma boa decisão — disse o senador Markwayne Mullin, republicano de Oklahoma que já havia discutido com Gaetz anteriormente, mas não disse se planejava votar nele. Para a senadora Cynthia Lummis, é bom que Gaetz tenha reconhecido que era uma distração e que isso permitirá que Trump indique alguém “igualmente tenaz” para chefiar o Departamento de Justiça. — Ele deve ter recebido alguns sinais ontem, durante as conversas que estava tendo com os senadores, de que isso seria uma distração — comentou. Susan Collins, por sua vez, disse que ficou “surpresa”, mas “satisfeita” com a decisão. A senadora do Maine já havia expressado sérias preocupações sobre a escolha de Trump e disse que queria ver o relatório de ética. — Acho que ele colocou o país em primeiro lugar, e estou satisfeita com sua decisão — afirmou Collins. O novo líder da maioria no Senado, John Thune, também se manifestou e disse que respeita a decisão de Gaetz, mas não respondeu se a escolha foi certa: — Acho que todo mundo tem que tomar uma decisão que seja boa para si e para sua família — afirmou Thune. — E, por algum motivo, ele decidiu não prosseguir, então respeitamos a decisão. Indicações controversas Trump não tem um novo nome em mente para o cargo de secretário de Justiça, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram à CNN. O procurador-geral do Missouri, Andrew Bailey, e o advogado da Sullivan & Cromwell, Robert Giuffra, foram dois dos últimos nomes que ele estava analisando na semana passada. Mas Trump nao estava convencido de nenhum deles. Segundo a imprensa americana, um possível substituto de Gaetz poderia ser Todd Blanche, advogado pessoal do presidente eleito e sua escolha para vice-secretário de Justiça. Não está claro também se Gaetz poderá retornar à Câmara no próximo ano, já que abdicou do cargo de secretário de Justiça. Considerando a maneira como ele elaborou cuidadosamente sua carta de renúncia no início do mês, várias fontes disseram à CNN que talvez não haja nada que o impeça de tomar posse no início do próximo Congresso. No entanto, Gaetz disse na carta que "não pretende fazer o juramento de posse" em janeiro. Gaetz foi uma das várias indicações controversas de Trump, incluindo o apresentador da Fox News Pete Hegseth como secretário de Defesa, o antivacinas Robert Kennedy Jr. como secretário de Saúde, e o bilionário Elon Musk para chefiar uma unidade de corte de custos do governo. A última turbulência na transição de governo ocorreu quando surgiram novos detalhes sombrios sobre o indicado para a Defesa, Hegseth. Ele foi investigado por agressão sexual após a queixa de uma mulher não identificada em uma conferência de 2017 na Califórnia. O New York Times relatou detalhes da investigação policial, que foi encerrada sem que Hegseth fosse acusado. A mulher casada disse aos policiais que sofreu perda de memória e achava que sua bebida poderia ter sido adulterada, enquanto Hegseth disse que o encontro foi consensual. (Com AFP e The New York Times)
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