Lira cobra retratação de CEO do Carrefour e diz que irá pautar 'reciprocidade’ no Congresso
Presidente da Câmara dos Deputados acusa França de protecionismo e defende 'resposta clara' do Brasil para boicote contra carne brasileira O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu nesta segunda-feira que o Congresso irá pautar medidas de “reciprocidade econômica” contra a França, após declaração do CEO do Carrefour, o francês Alexandre Bompard, de que iria deixar de comprar carnes vendidas por países do Mercosul. Depois de fala de CEO: Entenda a briga do Carrefour da França contra a carne do Mercosul Mercosul e União Europeia: A França pode bloquear o acordo? Entenda o que está em jogo Em São Paulo, Lira também disse que o Brasil precisa dar uma “resposta clara” ao protecionismo da União Europeia, em especial da França. — Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França contra o Brasil, que deverá ter por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre países— afirmou o presidente da Câmara, sem detalhar quais medidas poderiam ser adotadas. — Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul. Lira abriu durante a manhã o evento 'Global Voices', promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na capital paulista. Os comentários sobre o tema não estavam programados no discurso do presidente da Câmara, que disse que faria uma “quebra no protocolo” para endereçar o tema. Initial plugin text Ele ressaltou que o protecionismo da França é “injusto” e que os produtores brasileiros trabalham sobre uma “rígida” lei ambiental”: — O Brasil, o Congresso Nacional, os empresários e a população têm que dar uma resposta clara para que esse protecionismo exagerado, sobretudo da França, (para que) não seja motivo de injusto protecionismo contra interesses de quem protege (o meio ambiente) debaixo da lei mais rígida com nosso código brasileiro florestal. Lauro Jardim: Ruralistas pregam boicote ao Carrefour após CEO falar em parar de comprar carne do Mercosul O acirramento das relações comerciais entre produtores brasileiros e o varejo francês teve como estopim texto do CEO do Carrefour publicado nas redes sociais na última quarta-feira em que ele defende um “bloqueio” contra a compra de uma carne que “não respeita suas exigências e padrões”. A declaração de Alexandre Bompard aconteceu em meio à onda crescente de protestos promovidos por agricultores franceses contra o projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Em reação à fala do executivo, os maiores frigoríficos brasileiros decidiram suspender o fornecimento de carne ao grupo no país, que também comanda a rede Atacadão. Na última sexta-feira, foi a vez da varejista Les Mousquetaires, dona das marcas Intermarché e Netto, se comprometer a não vender carne bovina, suína e de aves de países da América do Sul e disse que a decisão visava apoiar a comunidade agrícola da França. Avaliação do governo Lula: Acordo mais próximo com União Europeia explica boicote de empresas francesas Em entrevista à GloboNews, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira, que se sente “feliz” com a reação de frigoríficos brasileiros em suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil. — Não é pelo boicote econômico. O problema é a forma com que o CEO do Carrefour tratou, o primeiro parágrafo da carta, da manifestação dele, que fala com relação à qualidade sanitária das carnes brasileiras, que é inadmissível falar — afirmou o ministro, acrescentando: — A França compra carne do Brasil há quarenta anos, só agora que ele foi detectar isso? Então é um absurdo, ainda mais querer fazer barreira comercial (...) Eu estou feliz com a atitude dos nossos fornecedores, se para o povo francês, o Carrefour não serve para comprar carne brasileira, o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas lojas aqui no Brasil. Dosando forças: França e Alemanha acirram rivalidade nas negociações sobre acordo UE-Mercosul Outro grupo francês, o Tereos, dono do açúcar Guarani no Brasil, também se manifestou contra a aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul nos termos atuais. O CEO Olivier Leducq fez uma publicação contrária ao acordo nas redes sociais, argumentando que a assinatura do texto levaria a uma concorrência desleal entre os produtos agrícolas franceses e os importados do bloco sul-americano. Galerias Relacionadas Durante o G20, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país "não está isolado" em sua oposição ao estado atual do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, cuja negociação começou em 1999. Destaque para projetos ambientais Durante a fala no 'Global Voices', Lira também destacou projetos ambientais aprovados no Congresso nos últimos anos. Entre outros, ele citou a Regulamentação do Mercado de Carbono
Presidente da Câmara dos Deputados acusa França de protecionismo e defende 'resposta clara' do Brasil para boicote contra carne brasileira O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu nesta segunda-feira que o Congresso irá pautar medidas de “reciprocidade econômica” contra a França, após declaração do CEO do Carrefour, o francês Alexandre Bompard, de que iria deixar de comprar carnes vendidas por países do Mercosul. Depois de fala de CEO: Entenda a briga do Carrefour da França contra a carne do Mercosul Mercosul e União Europeia: A França pode bloquear o acordo? Entenda o que está em jogo Em São Paulo, Lira também disse que o Brasil precisa dar uma “resposta clara” ao protecionismo da União Europeia, em especial da França. — Nos incomoda muito o protecionismo europeu, principalmente da França contra o Brasil, que deverá ter por parte do Congresso Nacional, em sua pauta, a lei da reciprocidade econômica entre países— afirmou o presidente da Câmara, sem detalhar quais medidas poderiam ser adotadas. — Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul. Lira abriu durante a manhã o evento 'Global Voices', promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na capital paulista. Os comentários sobre o tema não estavam programados no discurso do presidente da Câmara, que disse que faria uma “quebra no protocolo” para endereçar o tema. Initial plugin text Ele ressaltou que o protecionismo da França é “injusto” e que os produtores brasileiros trabalham sobre uma “rígida” lei ambiental”: — O Brasil, o Congresso Nacional, os empresários e a população têm que dar uma resposta clara para que esse protecionismo exagerado, sobretudo da França, (para que) não seja motivo de injusto protecionismo contra interesses de quem protege (o meio ambiente) debaixo da lei mais rígida com nosso código brasileiro florestal. Lauro Jardim: Ruralistas pregam boicote ao Carrefour após CEO falar em parar de comprar carne do Mercosul O acirramento das relações comerciais entre produtores brasileiros e o varejo francês teve como estopim texto do CEO do Carrefour publicado nas redes sociais na última quarta-feira em que ele defende um “bloqueio” contra a compra de uma carne que “não respeita suas exigências e padrões”. A declaração de Alexandre Bompard aconteceu em meio à onda crescente de protestos promovidos por agricultores franceses contra o projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Em reação à fala do executivo, os maiores frigoríficos brasileiros decidiram suspender o fornecimento de carne ao grupo no país, que também comanda a rede Atacadão. Na última sexta-feira, foi a vez da varejista Les Mousquetaires, dona das marcas Intermarché e Netto, se comprometer a não vender carne bovina, suína e de aves de países da América do Sul e disse que a decisão visava apoiar a comunidade agrícola da França. Avaliação do governo Lula: Acordo mais próximo com União Europeia explica boicote de empresas francesas Em entrevista à GloboNews, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira, que se sente “feliz” com a reação de frigoríficos brasileiros em suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil. — Não é pelo boicote econômico. O problema é a forma com que o CEO do Carrefour tratou, o primeiro parágrafo da carta, da manifestação dele, que fala com relação à qualidade sanitária das carnes brasileiras, que é inadmissível falar — afirmou o ministro, acrescentando: — A França compra carne do Brasil há quarenta anos, só agora que ele foi detectar isso? Então é um absurdo, ainda mais querer fazer barreira comercial (...) Eu estou feliz com a atitude dos nossos fornecedores, se para o povo francês, o Carrefour não serve para comprar carne brasileira, o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas lojas aqui no Brasil. Dosando forças: França e Alemanha acirram rivalidade nas negociações sobre acordo UE-Mercosul Outro grupo francês, o Tereos, dono do açúcar Guarani no Brasil, também se manifestou contra a aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul nos termos atuais. O CEO Olivier Leducq fez uma publicação contrária ao acordo nas redes sociais, argumentando que a assinatura do texto levaria a uma concorrência desleal entre os produtos agrícolas franceses e os importados do bloco sul-americano. Galerias Relacionadas Durante o G20, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país "não está isolado" em sua oposição ao estado atual do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, cuja negociação começou em 1999. Destaque para projetos ambientais Durante a fala no 'Global Voices', Lira também destacou projetos ambientais aprovados no Congresso nos últimos anos. Entre outros, ele citou a Regulamentação do Mercado de Carbono e o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover). De acordo com o parlamentar, as medidas tornaram o Brasil "mais integrado" à economia global. O presidente da Câmara também exaltou a aprovação da Reforma Tributária durante o tempo em que foi presidente da Casa e disse que essa foi uma "vitória política" fruto da capacidade da sociedade brasileira dialogar: — É um orgulho ter contribuído para isso — pontuou o presidente da Câmara, que acrescentou que a reforma aguarda regulamentações, que devem ser aprovadas nas próximas semanas. O presidente do sistema CNC, Sesc, Senac, José Roberto Tadros, abriu o evento lembrando que o 'Global Voices' é uma oportunidade de promover discussões únicas no dia a dia dos empresários. Ele lembrou que esta é a primeira edição do evento. — Os empresários devem participar das decisões que vão moldar o futuro do Brasil e da economia global. Conectamos o Brasil aos principais temas de economia e política globais. Queremos buscar soluções inovadoras para sempre estar à frente dos desafios que o setor enfrenta — afirmou.
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