Justiça suspende liminar e libera venda de parte de praça na Barra
Terreno de mais de cinco mil metros quadrados em frente ao condomínio Riviera dei Fiori foi licitado pela prefeitura e arrematado por empresa de coleta de lixo A 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro derrubou, na tarde desta terça-feira (5), liminar que suspendia a venda de metade da Praça Gilson Amado, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. Com isso, volta a ter validade a licitação do espaço realizada pela prefeitura em dezembro do ano passado e vencida pela empresa Green Limpeza e Coleta de Lixo Ltda. O processo é alvo de críticas da vizinhança, sobretudo dos moradores do condomínio Riviera dei Fiori, que detém um Termo de Permissão de Uso da área desde 1999. Eles argumentam que a alienação da praça pública, totalmente arborizada, terá impactos irreversíveis em seu aspecto natural e na qualidade de vida da população. Corte de mais de 30 árvores: Medida deixa condomínio da Barra em polvorosa Coco Bambu, Reserva e elevadores no lugar de escadas: Shopping no Recreio passa por reforma sem data para terminar A decisão de cassação foi unânime. Com voto favorável à derrubada da liminar, a relatora, Adriana Ramos de Mello, foi seguida pelos desembargadores André Emílio Ribeiro Von Melentovytch e Mônica Feldman de Mattos. — Sequer leram o memorial feito por nossa advogada sobre o caso, com toda a nossa fundamentação. A doutora Adriana ainda disse que há pouco tempo passou pela praça, não achou de grande importância sua preservação ambiental e que não haveria problema em continuar com a licitação. Isso foi um absurdo. Muitos moradores foram assistir ao julgamento, e foi uma decepção muito grande. Agora, vamos recorrer com embargos de declaração infringentes — reclamou Márcia Batalha Barcellos, membro do conselho de síndicos do Riviera dei Fiori e uma das autoras da ação que solicitou a suspensão do processo de alienação da praça, que esteve presente à sessão. A Procuradoria do Município do Rio informa que, com a decisão, não há qualquer restrição judicial que impeça a conclusão da licitação para a alienação do terreno. A liminar havia sido concedida no dia 13 de dezembro de 2023 pela 6ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital. Na ocasião, foi acolhida a reclamação dos moradores de que não houve o debate adequado com a comunidade local no processo nem estudos de impacto social, ambiental e de vizinhança na localidade. — A desembargadora Adriana alegou que os estudos de impacto podem ser posteriores à licitação. E nosso argumento é que isso não tem cabimento, porque, depois que se vende o terreno, o proprietário faz o que ele quiser. Se ele derrubar as árvores, por exemplo, como é que isso vai ser reparado depois, caso o julgamento definitivo seja a nosso favor? Primeiro vende-se o local para depois saber o que será feito? Por isso, defendemos a suspensão da licitação até o trânsito em julgado do processo — defende Márcia. — A Praça Gilson Amado existe há 45 anos e foi doada pelos moradores do condomínio, que bancaram, durante todos esses anos, a conservação dela. O condomínio Riviera dei Fiori é provido de muitas árvores e áreas verdes no entorno. E queremos preservar isso para toda a comunidade da Barra. O terreno à venda Cerca de 5.200 metros quadrados da Praça Gilson Amado são alvo do processo de licitação conduzido pela prefeitura. Única interessada na concorrência pública, a empresa Green Limpeza e Coleta de Lixo Ltda, de coleta de resíduos não perigosos, apresentou como proposta o valor mínimo, estabelecido em R$ 33,5 milhões. Pelo regulamento, no entanto, o Riviera dei Fiori tem direito à preferência no certame, e, antes da suspensão pela Justiça, a prefeitura havia definido que o residencial poderia manifestar interesse na compra do terreno em outra sessão pública, que seria realizada dias depois, quando o arrematante seria confirmado. Mas os representantes do condomínio já haviam adiantado que o empreendimento não pretendia comprar a área. Há cerca de um ano, o risco de perder metade da Praça Gilson Amado preocupa moradores, que tem se mobilizado para tentar reverter a situação. Além de uma ação popular protocolada na Justiça conta o leilão, a vizinhança realizou dois protestos na praça no ano passado, após a licitação, e fez um abaixo-assinado intitulado "Nos ajudem a salvar as árvores e animais da praça Gilson Amado" na plataforma Change.org, que já conta com mais de seis mil assinaturas.
Terreno de mais de cinco mil metros quadrados em frente ao condomínio Riviera dei Fiori foi licitado pela prefeitura e arrematado por empresa de coleta de lixo A 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro derrubou, na tarde desta terça-feira (5), liminar que suspendia a venda de metade da Praça Gilson Amado, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. Com isso, volta a ter validade a licitação do espaço realizada pela prefeitura em dezembro do ano passado e vencida pela empresa Green Limpeza e Coleta de Lixo Ltda. O processo é alvo de críticas da vizinhança, sobretudo dos moradores do condomínio Riviera dei Fiori, que detém um Termo de Permissão de Uso da área desde 1999. Eles argumentam que a alienação da praça pública, totalmente arborizada, terá impactos irreversíveis em seu aspecto natural e na qualidade de vida da população. Corte de mais de 30 árvores: Medida deixa condomínio da Barra em polvorosa Coco Bambu, Reserva e elevadores no lugar de escadas: Shopping no Recreio passa por reforma sem data para terminar A decisão de cassação foi unânime. Com voto favorável à derrubada da liminar, a relatora, Adriana Ramos de Mello, foi seguida pelos desembargadores André Emílio Ribeiro Von Melentovytch e Mônica Feldman de Mattos. — Sequer leram o memorial feito por nossa advogada sobre o caso, com toda a nossa fundamentação. A doutora Adriana ainda disse que há pouco tempo passou pela praça, não achou de grande importância sua preservação ambiental e que não haveria problema em continuar com a licitação. Isso foi um absurdo. Muitos moradores foram assistir ao julgamento, e foi uma decepção muito grande. Agora, vamos recorrer com embargos de declaração infringentes — reclamou Márcia Batalha Barcellos, membro do conselho de síndicos do Riviera dei Fiori e uma das autoras da ação que solicitou a suspensão do processo de alienação da praça, que esteve presente à sessão. A Procuradoria do Município do Rio informa que, com a decisão, não há qualquer restrição judicial que impeça a conclusão da licitação para a alienação do terreno. A liminar havia sido concedida no dia 13 de dezembro de 2023 pela 6ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital. Na ocasião, foi acolhida a reclamação dos moradores de que não houve o debate adequado com a comunidade local no processo nem estudos de impacto social, ambiental e de vizinhança na localidade. — A desembargadora Adriana alegou que os estudos de impacto podem ser posteriores à licitação. E nosso argumento é que isso não tem cabimento, porque, depois que se vende o terreno, o proprietário faz o que ele quiser. Se ele derrubar as árvores, por exemplo, como é que isso vai ser reparado depois, caso o julgamento definitivo seja a nosso favor? Primeiro vende-se o local para depois saber o que será feito? Por isso, defendemos a suspensão da licitação até o trânsito em julgado do processo — defende Márcia. — A Praça Gilson Amado existe há 45 anos e foi doada pelos moradores do condomínio, que bancaram, durante todos esses anos, a conservação dela. O condomínio Riviera dei Fiori é provido de muitas árvores e áreas verdes no entorno. E queremos preservar isso para toda a comunidade da Barra. O terreno à venda Cerca de 5.200 metros quadrados da Praça Gilson Amado são alvo do processo de licitação conduzido pela prefeitura. Única interessada na concorrência pública, a empresa Green Limpeza e Coleta de Lixo Ltda, de coleta de resíduos não perigosos, apresentou como proposta o valor mínimo, estabelecido em R$ 33,5 milhões. Pelo regulamento, no entanto, o Riviera dei Fiori tem direito à preferência no certame, e, antes da suspensão pela Justiça, a prefeitura havia definido que o residencial poderia manifestar interesse na compra do terreno em outra sessão pública, que seria realizada dias depois, quando o arrematante seria confirmado. Mas os representantes do condomínio já haviam adiantado que o empreendimento não pretendia comprar a área. Há cerca de um ano, o risco de perder metade da Praça Gilson Amado preocupa moradores, que tem se mobilizado para tentar reverter a situação. Além de uma ação popular protocolada na Justiça conta o leilão, a vizinhança realizou dois protestos na praça no ano passado, após a licitação, e fez um abaixo-assinado intitulado "Nos ajudem a salvar as árvores e animais da praça Gilson Amado" na plataforma Change.org, que já conta com mais de seis mil assinaturas.
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