Israel emite mais de 1.100 mandados de prisão para recrutas ultraortodoxos que não se alistaram

Governo enviou 3 mil ordens de alistamento e planeja enviar mais 7 mil, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, Israel Katz O Exército de Israel emitiu mais de 1.100 mandados de prisão para recrutas ultraortodoxos que não responderam às ordens de alistamento, após uma decisão em junho da Suprema Corte que determinou o fim de sua isenção de serviço militar, informou a CNN nesta quarta-feira. Segundo o general de brigada Shay Tayeb, os recrutas seriam chamados inicialmente para serem lembrados de seu dever, mas os que continuassem a ignorar as ordens seriam considerados desertores, com restrições de viagem e risco de prisão. Questão sensível: Por que judeus ultraortodoxos não eram convocados para alistamento militar em Israel? Entenda Veja vídeo: Judeus ultraortodoxos contrários ao serviço militar invadem base em Israel A decisão de recrutar judeus ultraortodoxos para o serviço militar israelense surgiu após mais de um ano de guerra em Gaza e uma operação em curso no Líbano, duas frentes que sobrecarregaram as Forças Armadas israelenses. Desde então, o governo enviou 3 mil ordens de alistamento e planeja enviar mais 7 mil, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, Israel Katz. Tayeb, entretanto, alertou que o número de recrutas, mesmo com os 10 mil totais planejados, pode não ser suficiente devido às baixas militares sofridas por Israel ao longo dos meses. 'Temente a Deus' A medida, entretanto, é bastante impopular entre os membros da comunidade ultraortodoxa, crucial para o apoio da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os ultraortodoxos representam cerca de 14% da população judaica de Israel, o equivalente a cerca de 1,3 milhão de pessoas. Quase 66 mil homens em idade militar se beneficiavam de uma isenção para se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo, de acordo com uma regra introduzida em 1948, data da criação de Israel. As dispensas pretendiam permitir que um grupo de 400 jovens estudasse textos sagrados do judaísmo para preservar tradições, que corriam o risco de serem perdidas devido ao Holocausto. Apesar de a isenção concedida aos ultraortodoxos ser há muito tempo uma fonte de insatisfação para os israelenses seculares, o descontentamento com o tratamento especial dado ao grupo aumentou com a continuidade da guerra em Gaza. Em junho, o Supremo Tribunal ordenou o alistamento de estudantes das escolas talmúdicas, decidindo que o governo não poderia isentá-los "na ausência de um quadro jurídico adequado".

Nov 20, 2024 - 11:03
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Israel emite mais de 1.100 mandados de prisão para recrutas ultraortodoxos que não se alistaram

Governo enviou 3 mil ordens de alistamento e planeja enviar mais 7 mil, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, Israel Katz O Exército de Israel emitiu mais de 1.100 mandados de prisão para recrutas ultraortodoxos que não responderam às ordens de alistamento, após uma decisão em junho da Suprema Corte que determinou o fim de sua isenção de serviço militar, informou a CNN nesta quarta-feira. Segundo o general de brigada Shay Tayeb, os recrutas seriam chamados inicialmente para serem lembrados de seu dever, mas os que continuassem a ignorar as ordens seriam considerados desertores, com restrições de viagem e risco de prisão. Questão sensível: Por que judeus ultraortodoxos não eram convocados para alistamento militar em Israel? Entenda Veja vídeo: Judeus ultraortodoxos contrários ao serviço militar invadem base em Israel A decisão de recrutar judeus ultraortodoxos para o serviço militar israelense surgiu após mais de um ano de guerra em Gaza e uma operação em curso no Líbano, duas frentes que sobrecarregaram as Forças Armadas israelenses. Desde então, o governo enviou 3 mil ordens de alistamento e planeja enviar mais 7 mil, conforme anunciado pelo ministro da Defesa, Israel Katz. Tayeb, entretanto, alertou que o número de recrutas, mesmo com os 10 mil totais planejados, pode não ser suficiente devido às baixas militares sofridas por Israel ao longo dos meses. 'Temente a Deus' A medida, entretanto, é bastante impopular entre os membros da comunidade ultraortodoxa, crucial para o apoio da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os ultraortodoxos representam cerca de 14% da população judaica de Israel, o equivalente a cerca de 1,3 milhão de pessoas. Quase 66 mil homens em idade militar se beneficiavam de uma isenção para se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo, de acordo com uma regra introduzida em 1948, data da criação de Israel. As dispensas pretendiam permitir que um grupo de 400 jovens estudasse textos sagrados do judaísmo para preservar tradições, que corriam o risco de serem perdidas devido ao Holocausto. Apesar de a isenção concedida aos ultraortodoxos ser há muito tempo uma fonte de insatisfação para os israelenses seculares, o descontentamento com o tratamento especial dado ao grupo aumentou com a continuidade da guerra em Gaza. Em junho, o Supremo Tribunal ordenou o alistamento de estudantes das escolas talmúdicas, decidindo que o governo não poderia isentá-los "na ausência de um quadro jurídico adequado".

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