Investigados na máfia das cantinas de presídios do Estado do RJ são alvo em ação do MPRJ

Operação cumpre mandados de busca e apreensão nesta terça-feira. O prejuízo foi de mais de R$ 25 milhões O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, cumpre quatro mandados de busca e apreensão contra investigados no caso de funcionamento de cantinas nos presídios e casas de custódia no Estado do Rio de Janeiro. A operação Snack Time, deflagrada nesta terça-feira, decorre de um procedimento investigatório criminal (PIC) do GAECO/MPRJ que apura a máfia das cantinas. O prejuízo, destaca o órgão, foi de mais de R$ 25 milhões. Os alvos são investigados por organização criminosa, cartel e fraude à licitação. Equipes estão nos endereços nesta manhã. 'Cantinas vêm sendo utilizadas pelas organizações criminosas', diz Senappen, pelo fim do comércio em presídios STF começa a julgar nesta quarta ADPF das Favelas; veja os impactos no Rio da medida, em vigor desde 2020 Entre os alvos estão dois advogados. O esquema investigado envolveria ao menos 30 empresas e agentes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ligados direta ou indiretamente ao grupo criminoso. De acordo com o Gaeco, a organização criminosa causou prejuízo ao Estado do Rio de Janeiro, com um valor de R$ 25.246.970,71 em locações devidas pelas empresas para a SEAP. As investigações tiveram início a partir de um relatório da Subsecretaria de Inteligência do Sistema Penitenciário (SSISPEN). Na casa de um dos alvos, no bairro de Piedade, Zona Norte do Rio, os agentes apreenderam uma grande quantia de dinheiro em espécie. O valor ainda não foi contabilizado. Dinheiro apreendido na casa de um dos alvos, em Piedade Reprodução Os mandados foram obtidos junto à 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas e estão sendo cumpridos nos bairros de Copacabana, na Zona Sul do Rio, em Barra da Tijuca, Sepetiba e Bangu, estes na Zona Oeste. A secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa ali Duca Nebel, afirmou nos últimos anos, por a pasta, por meio da Subsecretaria de Inteligência (Ssispen), passou a monitorar as ações das empresas que exploravam esse serviço de forma irregular há décadas e repassar as informações para o Ministério Público. — A Seap, trabalhando de forma alinhada com o Ministério Público, vive um momento de moralização de todo o sistema prisional fluminense e o encerramento das atividades das cantinas, obedecendo determinação do Conselho Nacional de Polícia Criminal e Penitenciária. A operação de hoje é mais uma medida neste sentido. A secretaria seguirá à disposição do órgão para que se apurem todas as responsabilidades na atuação dessas empresas — declarou a secretária. Advogados investigados Segundo o Gaeco, o esquema ocorre desde 2019, tendo sido estruturado dentro da Seap para manter um cartel que controla o serviço de cantinas. Para tentar a reabertura das cantinas, a organização passou a utilizar pessoas presas para abrir ações contra o Estado. As investigações apontaram que um grupo de advogados ingressou com ações judiciais em nome dos presos para induzir o Judiciário ao erro, dando a aparência de que as pessoas em reclusão estavam buscando a retomada do serviço. Ainda segundo o GaecoJ, em depoimento, os presos afirmaram que não tinham conhecimento do objeto da ação quando assinaram as procurações. De acordo com os promotores de Justiça, os advogados tinham como objetivo garantir a continuidade de uma prática que prejudica tanto o Estado quanto os internos do sistema prisional, devido aos altos preços dos produtos vendidos.

Nov 12, 2024 - 08:25
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Investigados na máfia das cantinas de presídios do Estado do RJ são alvo em ação do MPRJ

Operação cumpre mandados de busca e apreensão nesta terça-feira. O prejuízo foi de mais de R$ 25 milhões O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, cumpre quatro mandados de busca e apreensão contra investigados no caso de funcionamento de cantinas nos presídios e casas de custódia no Estado do Rio de Janeiro. A operação Snack Time, deflagrada nesta terça-feira, decorre de um procedimento investigatório criminal (PIC) do GAECO/MPRJ que apura a máfia das cantinas. O prejuízo, destaca o órgão, foi de mais de R$ 25 milhões. Os alvos são investigados por organização criminosa, cartel e fraude à licitação. Equipes estão nos endereços nesta manhã. 'Cantinas vêm sendo utilizadas pelas organizações criminosas', diz Senappen, pelo fim do comércio em presídios STF começa a julgar nesta quarta ADPF das Favelas; veja os impactos no Rio da medida, em vigor desde 2020 Entre os alvos estão dois advogados. O esquema investigado envolveria ao menos 30 empresas e agentes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ligados direta ou indiretamente ao grupo criminoso. De acordo com o Gaeco, a organização criminosa causou prejuízo ao Estado do Rio de Janeiro, com um valor de R$ 25.246.970,71 em locações devidas pelas empresas para a SEAP. As investigações tiveram início a partir de um relatório da Subsecretaria de Inteligência do Sistema Penitenciário (SSISPEN). Na casa de um dos alvos, no bairro de Piedade, Zona Norte do Rio, os agentes apreenderam uma grande quantia de dinheiro em espécie. O valor ainda não foi contabilizado. Dinheiro apreendido na casa de um dos alvos, em Piedade Reprodução Os mandados foram obtidos junto à 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas e estão sendo cumpridos nos bairros de Copacabana, na Zona Sul do Rio, em Barra da Tijuca, Sepetiba e Bangu, estes na Zona Oeste. A secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa ali Duca Nebel, afirmou nos últimos anos, por a pasta, por meio da Subsecretaria de Inteligência (Ssispen), passou a monitorar as ações das empresas que exploravam esse serviço de forma irregular há décadas e repassar as informações para o Ministério Público. — A Seap, trabalhando de forma alinhada com o Ministério Público, vive um momento de moralização de todo o sistema prisional fluminense e o encerramento das atividades das cantinas, obedecendo determinação do Conselho Nacional de Polícia Criminal e Penitenciária. A operação de hoje é mais uma medida neste sentido. A secretaria seguirá à disposição do órgão para que se apurem todas as responsabilidades na atuação dessas empresas — declarou a secretária. Advogados investigados Segundo o Gaeco, o esquema ocorre desde 2019, tendo sido estruturado dentro da Seap para manter um cartel que controla o serviço de cantinas. Para tentar a reabertura das cantinas, a organização passou a utilizar pessoas presas para abrir ações contra o Estado. As investigações apontaram que um grupo de advogados ingressou com ações judiciais em nome dos presos para induzir o Judiciário ao erro, dando a aparência de que as pessoas em reclusão estavam buscando a retomada do serviço. Ainda segundo o GaecoJ, em depoimento, os presos afirmaram que não tinham conhecimento do objeto da ação quando assinaram as procurações. De acordo com os promotores de Justiça, os advogados tinham como objetivo garantir a continuidade de uma prática que prejudica tanto o Estado quanto os internos do sistema prisional, devido aos altos preços dos produtos vendidos.

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