Web Summit começa em Lisboa com retorno de fundador e de gigantes da tecnologia

Edição de 2023 foi marcada por boicotes e renúncia de Paddy Cosgrave O Web Summit 2024 começa nesta segunda-feira em Lisboa com uma edição marcada por retornos: do seu fundador e das grandes empresas de tecnologia. Maior evento de tecnologia na Europa, o festival irá ocorrer na capital portuguesa entre os dias 11 e 14 de novembro. Ponto de encontro do mundo da tecnologia e inovação, o evento, que também conta com uma edição realizada anualmente no Rio, tenta se recuperar após polêmicas marcarem a edição do ano passado, com mudanças no comando e boicote de gigantes do ramo. A expectativa é que mais de 70 mil pessoas circulem pelos pavilhões da MEO Arena, em Lisboa, nos quatro dias de eventos. Com a presença de mais de 1000 investidores, o Web Summit costuma ser um dos locais em que startups tentam investimentos para seus projetos. Fundador do WebSummit, o irlandês Paddy Cosgrave voltou a liderar o evento neste ano após se afastar no ano passado. A saída ocorreu após Cosgrave publicar em suas redes sociais uma declaração sobre o conflito entre Israel e Hamas na Palestina. Na ocasião, o executivo disse que "crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados", em referência aos ataques de Israel na Faixa de Gaza, levando a uma onda de desistências, principalmente das grandes empresas de tecnologia. Após ser substituído por Katherine Maher na última edição, Cosgrave voltou ao comando do WebSummit em abril deste ano. — Tirei tempo para voltar a me conectar a antigos amigos da Web Summit e ouvi o que tinham a dizer e o que querem da Web Summit. Avanços tecnológicos incríveis, relações, parcerias e empresas nasceram dos nossos eventos e quero continuar a construir isso — disse em seu anúncio de retorno. Com o retorno do irlandês, o evento conseguiu novamente atrair representantes das "big techs". Irão marcar presença no evento o presidente da Microsoft, Brad Smith, além de artistas como Pharrell Williams, que irá ser um dos palestrantes na noite de abertura nesta segunda-feira. Outros destaques são Lidiane Jones, CEO do Bumble, aplicativo de relacionamento, e Kuo Zhang, do site de comércio chinês Alibaba. A organização espera a presença de um número recorde de startups para superar em 15% o total de 2608 que participaram no ano passado. Entre elas, algumas startups brasileiras irão marcar presença no evento. No ano passado, a brasileira Inspira venceu a competição realizada no evento. A companhia brasileira usa IA para melhorar análise de documentos judiciais. Em abril de 2025, será a vez do Rio de Janeiro receber sua edição do Web Summit. Na semana passada, a prefeitura do Rio assinou um acordo com a prefeitura de Lisboa, sede do Web Summit, para trazer startups "unicórnio" (avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) para o Brasil no ano que vem. Inteligência Artificial e política devem marcar evento O crescimento da utilização de IA de e dominar boa parte das principais discussões no Web Summit, não apenas do ponto de vista das novas tendências da área mas também as implicações crescentes na tecnologia do ponto de vista ético e econômico, bem como as discussões sobre sua regulação. São esperados anúncios da VISA e da Qualcomm no evento. Esta última empresa é comandada pelo brasileiro Cristiano Amon. A IBM também deve revelar novidades no campo da inteligência artificial. A proximidade das eleições nos Estados Unidos também deverá permear o clima do encontro. A vitória de Donald Trump foi recebida com animação por entusiastas de criptomoedas: dois dos principais apoiadores de Trump são defensores da tecnologia, Elon Musk e Peter Thiel. Ex-chefe do Web Summit, Katherine Maher, agora no comando da NPR (rádio pública dos EUA) participará de uma discussão sobre "a nova era Trump".