Intoxicação alimentar mata 23 crianças pela África do Sul, e país declara emergência
Segundo o governo sul-africano, cerca de 900 pessoas, muitas delas crianças, ficaram doentes desde setembro As seis crianças pequenas tinham acabado de compartilhar lanches comprados em uma loja de esquina quando começaram a ter convulsões. Todas com menos de 8 anos, elas morreram momentos depois, somando-se às demais vítimas de uma onda de intoxicação alimentar que, segundo as autoridades da África do Sul, já matou quase duas dúzias de crianças em poucos meses. O governo sul-africano declarou as intoxicações um desastre nacional na quinta-feira, tomando medidas depois que o presidente Cyril Ramaphosa expôs a escala do perigo. Pelo menos 890 pessoas adoeceram, muitas delas crianças, disse ele em um discurso televisionado na semana passada. Na ocasião, o mandatário acrescentou que a causa provável é um pesticida usado por empresários e vendedores para combater infestações de ratos em bairros negligenciados. Produtos alimentícios vencidos e falsificados também foram responsabilizados por familiares em luto e outros moradores. A dimensão do surto, com mortes relatadas em províncias de todo o país, forçou os líderes sul-africanos a enfrentarem as consequências de departamentos governamentais disfuncionais encarregados de supervisionar a segurança alimentar, o descarte de resíduos e as regulamentações para pequenas empresas. O governo declarou a emergência em uma coletiva de imprensa realizada por meia dúzia de ministros do gabinete, representando pastas que vão desde Saúde e Educação até Agricultura e Comércio. As autoridades também se espalharam para inspecionar as lojas e visitar as famílias enlutadas nos bairros onde os moradores revoltados se voltaram contra os proprietários de lojas, muitos dos quais são imigrantes. — Esses produtos têm a mesma probabilidade de serem vendidos em lojas de propriedade de sul-africanos — defendeu Ramaphosa durante seu discurso, tentando conter a raiva em um país onde, no passado, a violência explodiu entre sul-africanos e imigrantes de outros países do continente e do Sul da Ásia. Após as mortes mais recentes das seis crianças em Johanesburgo no mês passado, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul encontrou traços de terbufos, um pesticida perigoso usado na agricultura, no conteúdo e na embalagem de um lanche encontrado com uma das crianças, disse Ramaphosa. O terbufos, um líquido incolor ou amarelo claro usado em plantações, pode ser fatal se ingerido ou inalado, ou se entrar em contato com seres humanos, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Em outros casos, as autoridades de saúde da África do Sul encontraram evidências de aldicarb, um pesticida agrícola altamente tóxico para os seres humanos. O pesticida foi proibido no país desde 2016, disse Ramaphosa. Esses produtos químicos altamente tóxicos foram adotados como um “pesticida de rua”, continuou ele, para combater uma infestação crescente de ratos nos antigos municípios segregados da África do Sul e nas favelas em expansão. Nas comunidades pobres, onde as prefeituras não fazem a coleta regular de lixo, os proprietários de empresas recorreram às toxinas para manter os vermes afastados. Em outros casos, produtos alimentícios vencidos foram apontados como a causa da morte. Alguns moradores e famílias indignadas de crianças que morreram, motivados por sentimentos anti-imigração de longa data, culparam os proprietários estrangeiros de lojas de esquina pelos envenenamentos. Os proprietários, segundo eles, usam pesticidas para matar ratos e vendem alimentos vencidos ou marcas falsificadas de produtos processados para comunidades pobres, onde as pessoas não têm condições de fazer compras em supermercados. As lojas, conhecidas como spaza shops, geralmente são construídas em um quintal e operadas por imigrantes. Em resposta, o governo agora registrará essas lojas, disse Ramaphosa. É provável que as medidas ofereçam pouco conforto às famílias de todo o país que enterraram crianças pequenas. Em Kimberley, uma cidade na Província do Cabo Setentrional da África do Sul, uma menina de 4 anos morreu depois de comer pão no mês passado. Em outra província, Eastern Cape, uma menina de 9 anos morreu após supostamente ter comido um pacote de batatas fritas. Em Johanesburgo, nesta semana, um menino de 5 anos teria morrido apenas 20 minutos depois de comer um lanche. Sua casa, no bairro de Soweto, não ficava longe de onde os seis amigos perderam suas vidas semanas antes. — Como essas crianças são amigas, elas compartilham tudo — disse Triphina Msimango, que perdeu seu neto, à South African Broadcasting Corporation no mês passado: — Elas compartilhavam os lanches entre si, sem saber que estavam comendo veneno.
Segundo o governo sul-africano, cerca de 900 pessoas, muitas delas crianças, ficaram doentes desde setembro As seis crianças pequenas tinham acabado de compartilhar lanches comprados em uma loja de esquina quando começaram a ter convulsões. Todas com menos de 8 anos, elas morreram momentos depois, somando-se às demais vítimas de uma onda de intoxicação alimentar que, segundo as autoridades da África do Sul, já matou quase duas dúzias de crianças em poucos meses. O governo sul-africano declarou as intoxicações um desastre nacional na quinta-feira, tomando medidas depois que o presidente Cyril Ramaphosa expôs a escala do perigo. Pelo menos 890 pessoas adoeceram, muitas delas crianças, disse ele em um discurso televisionado na semana passada. Na ocasião, o mandatário acrescentou que a causa provável é um pesticida usado por empresários e vendedores para combater infestações de ratos em bairros negligenciados. Produtos alimentícios vencidos e falsificados também foram responsabilizados por familiares em luto e outros moradores. A dimensão do surto, com mortes relatadas em províncias de todo o país, forçou os líderes sul-africanos a enfrentarem as consequências de departamentos governamentais disfuncionais encarregados de supervisionar a segurança alimentar, o descarte de resíduos e as regulamentações para pequenas empresas. O governo declarou a emergência em uma coletiva de imprensa realizada por meia dúzia de ministros do gabinete, representando pastas que vão desde Saúde e Educação até Agricultura e Comércio. As autoridades também se espalharam para inspecionar as lojas e visitar as famílias enlutadas nos bairros onde os moradores revoltados se voltaram contra os proprietários de lojas, muitos dos quais são imigrantes. — Esses produtos têm a mesma probabilidade de serem vendidos em lojas de propriedade de sul-africanos — defendeu Ramaphosa durante seu discurso, tentando conter a raiva em um país onde, no passado, a violência explodiu entre sul-africanos e imigrantes de outros países do continente e do Sul da Ásia. Após as mortes mais recentes das seis crianças em Johanesburgo no mês passado, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul encontrou traços de terbufos, um pesticida perigoso usado na agricultura, no conteúdo e na embalagem de um lanche encontrado com uma das crianças, disse Ramaphosa. O terbufos, um líquido incolor ou amarelo claro usado em plantações, pode ser fatal se ingerido ou inalado, ou se entrar em contato com seres humanos, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Em outros casos, as autoridades de saúde da África do Sul encontraram evidências de aldicarb, um pesticida agrícola altamente tóxico para os seres humanos. O pesticida foi proibido no país desde 2016, disse Ramaphosa. Esses produtos químicos altamente tóxicos foram adotados como um “pesticida de rua”, continuou ele, para combater uma infestação crescente de ratos nos antigos municípios segregados da África do Sul e nas favelas em expansão. Nas comunidades pobres, onde as prefeituras não fazem a coleta regular de lixo, os proprietários de empresas recorreram às toxinas para manter os vermes afastados. Em outros casos, produtos alimentícios vencidos foram apontados como a causa da morte. Alguns moradores e famílias indignadas de crianças que morreram, motivados por sentimentos anti-imigração de longa data, culparam os proprietários estrangeiros de lojas de esquina pelos envenenamentos. Os proprietários, segundo eles, usam pesticidas para matar ratos e vendem alimentos vencidos ou marcas falsificadas de produtos processados para comunidades pobres, onde as pessoas não têm condições de fazer compras em supermercados. As lojas, conhecidas como spaza shops, geralmente são construídas em um quintal e operadas por imigrantes. Em resposta, o governo agora registrará essas lojas, disse Ramaphosa. É provável que as medidas ofereçam pouco conforto às famílias de todo o país que enterraram crianças pequenas. Em Kimberley, uma cidade na Província do Cabo Setentrional da África do Sul, uma menina de 4 anos morreu depois de comer pão no mês passado. Em outra província, Eastern Cape, uma menina de 9 anos morreu após supostamente ter comido um pacote de batatas fritas. Em Johanesburgo, nesta semana, um menino de 5 anos teria morrido apenas 20 minutos depois de comer um lanche. Sua casa, no bairro de Soweto, não ficava longe de onde os seis amigos perderam suas vidas semanas antes. — Como essas crianças são amigas, elas compartilham tudo — disse Triphina Msimango, que perdeu seu neto, à South African Broadcasting Corporation no mês passado: — Elas compartilhavam os lanches entre si, sem saber que estavam comendo veneno.
Qual é a sua reação?