Haddad diz que Lula pediu inclusão de mais um ministério em pacote de corte de gastos antes de anúncio
Ministro negou desidratação nas propostas O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para incluir mais um ministério, até agora ausente, nas medidas que o governo discute há semanas para cortar gastos. O ministro não detalhou qual ministério foi alvo do pedio de Lula. Décimo terceiro salário: calculadora do GLOBO mostra quanto trabalhador ainda tem a receber no fim do ano Entrevista: Herdeiro do Magalu completa dez anos à frente da empresa e traça plano para consolidar volta ao lucro: 'Já temos números para mostrar' — As reuniões com ministros de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, elas já se completaram. O presidente pediu para incluir um ministério nesse esforço, uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira. Eu não vou adiantar, porque não sei se vai haver tempo hábil de incorporar o pedido. Mas acredito que vai haver boa vontade — afirmou. O ministro disse que o debate já foi "concluído" com os ministérios que vinham se reunindo com a área econômica e com Lula na última semana e negou ter havido desidratação nas propostas. — Houve ajustes incorporados ao pacote de gastos, mas não chamaria de desidratação — afirmou. — Queremos crescer, com baixa inflação e crescimento do salário. O chefe da área econômica evitou dar prazo de anúncio e disse que esse calendário é de Lula e disse que a proposta é boa para os trabalhadores, quando questionado sobre críticas do PT às propostas. — Etamos muito seguros em relação ao que estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores, controlar a inflação. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho, é equilibrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros. É manter a sustentabilidade da economia brasileira. Haddad ainda que vai discutir com Lula sobre a apresentação das medidas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). — Amanhã (terça-feira) tenho reunião com Lula à tarde para tratar do encaminhamento do pacote de gastos ao Congresso. O presidente voltou a se reunir com o ministro na tarde desta segunda-feira para discutr o pacote prometido pela equipe econômica há semanas e aguardado ansiosamente pelo mercado financeiro. O tema entra na terceira semana de reuniões no governo. A reunião desta segunda não estava na agenda de nenhum dos dois e durou cerca de uma hora. O encontro a sós não tem sido comum nesse debate, que vem ocorrendo em reniões ampliadas com diversos ministros do governo. As discussões sobre as medidas, que visam dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal e à dívida pública, se intensificaram depois do segundo turno das eleições municipais, mas o presidente ainda não bateu o martelo. Entre as mudanças avaliadas pelo governo estão o seguro-desemprego e o abono salarial, gastos que mais crescem depois da Previdência Social e do Benefício da Prestação continuada (BPC). O petista usou o sábado e o domingo para analisar as propostas que estão sobre a mesa e ouvir outros conselheiros. Segundo integrantes do governo que participam das conversas, não há um ponto específico que está dificultando um desfecho para o anúncio dos cortes, mas a complexidade do pacote em si e suas implicações — políticas e econômicas. Initial plugin text Na semana passada, foram horas de debate entre Lula, a equipe econômica e os ministros das áreas sociais, que devem ser afetados. Houve, inclusive, alguns embates, como entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o ministro da Fazenda. Marinho já chegou a dizer que deixaria o cargo se o governo mexesse no abono salarial e no seguro-desemprego. No caso do seguro-desemprego, uma das ideias é apertar um pouco mais as regras de acesso, limitar o número de parcelas, — que variam entre três e cinco pagamentos —, deacordo com o tempo de serviço e ainda fixar como critério de elegibilidade renda de até dois salários mínimos. Essa política tem um custo previsto de R$ 57 bilhões no ano que vem. Fim da escala 6x1: proposta de Erika Hilton quer viabilizar semana de 4 dias de trabalho. Veja o que diz o texto Para o abono, que é uma espécie de 14º salário pago a quem recebe até dois salários mínimos, a proposta com mais força neste momento é reduzir o critério de elegibilidade para um salário mínimo e meio. Também faz parte dessa proposta a extinção do abono salarial ao longo do tempo, mas com o prazo bastante alongado. Um dos argumentos é que essa política é mal focalizada por beneficiar trabalhadores com carteira assinada, sendo que metade da mão de obra é de informais. O abono custará cerca de R$ 30 bilhões no ano que vem. Resistência de Lula Um dos pontos para o qual ainda não há decisão é se haverá mudança nos pisos de saúde e educação. Hoje, eles estão indexados às receitas, e a possibilidade em debate é limitar o crescimento dessas despesas aos mesmos índices do arcabouço fiscal — ou seja, no máximo 2,5% acima da inflação. Se essa medida for adotada, o discurso que o governo prepa
Ministro negou desidratação nas propostas O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para incluir mais um ministério, até agora ausente, nas medidas que o governo discute há semanas para cortar gastos. O ministro não detalhou qual ministério foi alvo do pedio de Lula. Décimo terceiro salário: calculadora do GLOBO mostra quanto trabalhador ainda tem a receber no fim do ano Entrevista: Herdeiro do Magalu completa dez anos à frente da empresa e traça plano para consolidar volta ao lucro: 'Já temos números para mostrar' — As reuniões com ministros de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, elas já se completaram. O presidente pediu para incluir um ministério nesse esforço, uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira. Eu não vou adiantar, porque não sei se vai haver tempo hábil de incorporar o pedido. Mas acredito que vai haver boa vontade — afirmou. O ministro disse que o debate já foi "concluído" com os ministérios que vinham se reunindo com a área econômica e com Lula na última semana e negou ter havido desidratação nas propostas. — Houve ajustes incorporados ao pacote de gastos, mas não chamaria de desidratação — afirmou. — Queremos crescer, com baixa inflação e crescimento do salário. O chefe da área econômica evitou dar prazo de anúncio e disse que esse calendário é de Lula e disse que a proposta é boa para os trabalhadores, quando questionado sobre críticas do PT às propostas. — Etamos muito seguros em relação ao que estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores, controlar a inflação. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho, é equilibrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros. É manter a sustentabilidade da economia brasileira. Haddad ainda que vai discutir com Lula sobre a apresentação das medidas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). — Amanhã (terça-feira) tenho reunião com Lula à tarde para tratar do encaminhamento do pacote de gastos ao Congresso. O presidente voltou a se reunir com o ministro na tarde desta segunda-feira para discutr o pacote prometido pela equipe econômica há semanas e aguardado ansiosamente pelo mercado financeiro. O tema entra na terceira semana de reuniões no governo. A reunião desta segunda não estava na agenda de nenhum dos dois e durou cerca de uma hora. O encontro a sós não tem sido comum nesse debate, que vem ocorrendo em reniões ampliadas com diversos ministros do governo. As discussões sobre as medidas, que visam dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal e à dívida pública, se intensificaram depois do segundo turno das eleições municipais, mas o presidente ainda não bateu o martelo. Entre as mudanças avaliadas pelo governo estão o seguro-desemprego e o abono salarial, gastos que mais crescem depois da Previdência Social e do Benefício da Prestação continuada (BPC). O petista usou o sábado e o domingo para analisar as propostas que estão sobre a mesa e ouvir outros conselheiros. Segundo integrantes do governo que participam das conversas, não há um ponto específico que está dificultando um desfecho para o anúncio dos cortes, mas a complexidade do pacote em si e suas implicações — políticas e econômicas. Initial plugin text Na semana passada, foram horas de debate entre Lula, a equipe econômica e os ministros das áreas sociais, que devem ser afetados. Houve, inclusive, alguns embates, como entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o ministro da Fazenda. Marinho já chegou a dizer que deixaria o cargo se o governo mexesse no abono salarial e no seguro-desemprego. No caso do seguro-desemprego, uma das ideias é apertar um pouco mais as regras de acesso, limitar o número de parcelas, — que variam entre três e cinco pagamentos —, deacordo com o tempo de serviço e ainda fixar como critério de elegibilidade renda de até dois salários mínimos. Essa política tem um custo previsto de R$ 57 bilhões no ano que vem. Fim da escala 6x1: proposta de Erika Hilton quer viabilizar semana de 4 dias de trabalho. Veja o que diz o texto Para o abono, que é uma espécie de 14º salário pago a quem recebe até dois salários mínimos, a proposta com mais força neste momento é reduzir o critério de elegibilidade para um salário mínimo e meio. Também faz parte dessa proposta a extinção do abono salarial ao longo do tempo, mas com o prazo bastante alongado. Um dos argumentos é que essa política é mal focalizada por beneficiar trabalhadores com carteira assinada, sendo que metade da mão de obra é de informais. O abono custará cerca de R$ 30 bilhões no ano que vem. Resistência de Lula Um dos pontos para o qual ainda não há decisão é se haverá mudança nos pisos de saúde e educação. Hoje, eles estão indexados às receitas, e a possibilidade em debate é limitar o crescimento dessas despesas aos mesmos índices do arcabouço fiscal — ou seja, no máximo 2,5% acima da inflação. Se essa medida for adotada, o discurso que o governo prepara é que não se trata de cortes, mas de uma adequação das despesas ao arcabouço. Vale muito, custa pouco: Brasil deixa de cobrar R$ 12 bi por ano de empresas pelo uso da água dos rios Há maior resistência de Lula em relação à desindexação dos benefícios previdenciários ao valor do salário mínimo. Uma limitação para o crescimento do salário mínimo ao arcabouço fiscal, até 2,5% acima da inflação, também foi discutida nas reuniões. Além disso, o presidente também foi aconselhado a anunciar junto algumas medidas de corte de subsídios, que aumentariam a receita. Antes de anunciar as medidas, há a intenção de apresentar o pacote aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O plano é aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei para conter o crescimento das despesas e cumprir o arcabouço fiscal. Initial plugin text
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