Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula
Ministro afirmou que comandantes militares colocaram técnicos à disposição do Tesouro para discutir ações fiscais O ministro Fernando Haddad disse que a pasta da Fazenda está pronta para anunciar as medidas de corte de gastos assim que o presidente Lula autorizar. — Nao sei se há tempo hábil para anunciar essa semana. Mas assim que ele der autorização, estamos prontos para anunciar — afirmou. O ministro disse que comandantes militares colocaram técnicos à disposição do Tesouro, em conversa mais cedo com a equipe econômica para discutir o pacote de corte de gastos. — Comandantes colocaram as equipes técnicas à disposição do Tesouro — afirmou. — Vamos ver se conseguimos em tempo hábil incluir mais medidas dentro daquelas que já estão pactuadas com os outros ministérios. Haddad também se reuniu mais cedo com o presdiente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para conversar sobre a proposta de corte de despesas do governo. O ministro disse que o objetivo das medidas é reforçar o arcabouço fiscal. — Não quero adiantar números, mais importante do que isso é o conceito que usamos para prevalecer, que é que todas as rubricas seguirem o arcabouço — afirmou. — Vocês já conhecem a ideia, para o arcabouço funcionar precisa ser reforçado. Haddad disse que Lira conhece o arcabouço fiscal e explicou a ele o conjunto de medidas. — Ele (Lira) sabe se não conseguirmos colocar todas as despesas dentro da mesma lógica não dá para sustentar ao longo do tempo. Estamos preocupados em ser sustentável ao longo do tempo — afirmou. Nesta quarta, Haddad já se reuniu pela parte da manhã com os comandantes das Forças Armadas, e o ministro da Defesa, José Múcio, para discutir medidas de cortes de gastos na pasta. No encontro, ficou acertado que as equipes técnicas vão se reunir para fazer cálculos e detalhar as medidas de ajuste sobre os militares, que farão parte do pacote fiscal em discussão há semanas pelo governo. O ministro da Fazenda fez um apelo para que a Defesa colaborasse com o ajuste fiscal do governo. As reuniões entre os técnicos dos ministérios devem começar ainda nesta quarta e se estender nos próximos dias. O martelo deve ser batido na próxima semana. No governo, são discutidas alterações na previdência dos militares. Entre elas, o fim da pensão vitalícia para as filhas solteiras, considerado um benefício polêmico. Do lado dos militares, os comandantes admitem que a pensão às famílias de militares expulsos das fileiras deve acabar. E para não deixar dependentes desamparados, que o governo deve passar a pagar o auxílio-reclusão via INSS. Enquanto isso... Após ata do Copom, analistas já veem alta maior de juros em dezembro caso pacote fiscal frustre mercado Para o anúncio público das medidas fiscais, porém, a equipe de Lula não trabalha sequer com uma previsão de data e está focada nas agendas e encontros bilaterais que o presidente terá durante sua participação na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, na próxima semana. Embora ainda não existam detalhes sobre como e quando ocorrerá esse anúncio, interlocutores do presidente afirmam que a palavra "corte" deverá ser evitada, sendo substituída pelo termo "ajustes". Integrantes do governo envolvidos nas discussões afirmam que mudanças nos cálculos dos pisos de Saúde e Educação continuam na pauta de Lula e são vistas como uma possibilidade provável. Também vem ganhando força no Planalto um "pente-fino" que o governo pretende implementar no Benefício de Prestação Continuada (BPC) — um salário mínimo mensal pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. Como mostrou O GLOBO, o governo vai propor ao Congresso Nacional um projeto de lei com novas regras de acesso e manutenção para os beneficiários. A ideia é que o BPC adote critérios de adesão e permanência semelhantes aos do Bolsa Família, incluindo, por exemplo, um cruzamento mensal de dados, o que atualmente não ocorre. Segundo o projeto do governo, será exigida prova de vida anual (como no INSS para aposentados), além de reconhecimento facial e biometria para concessão e manutenção dos pagamentos. O objetivo é garantir que apenas pessoas que realmente se enquadram no benefício permaneçam no programa. No próximo ano, o programa custará R$ 118 bilhões.
Ministro afirmou que comandantes militares colocaram técnicos à disposição do Tesouro para discutir ações fiscais O ministro Fernando Haddad disse que a pasta da Fazenda está pronta para anunciar as medidas de corte de gastos assim que o presidente Lula autorizar. — Nao sei se há tempo hábil para anunciar essa semana. Mas assim que ele der autorização, estamos prontos para anunciar — afirmou. O ministro disse que comandantes militares colocaram técnicos à disposição do Tesouro, em conversa mais cedo com a equipe econômica para discutir o pacote de corte de gastos. — Comandantes colocaram as equipes técnicas à disposição do Tesouro — afirmou. — Vamos ver se conseguimos em tempo hábil incluir mais medidas dentro daquelas que já estão pactuadas com os outros ministérios. Haddad também se reuniu mais cedo com o presdiente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para conversar sobre a proposta de corte de despesas do governo. O ministro disse que o objetivo das medidas é reforçar o arcabouço fiscal. — Não quero adiantar números, mais importante do que isso é o conceito que usamos para prevalecer, que é que todas as rubricas seguirem o arcabouço — afirmou. — Vocês já conhecem a ideia, para o arcabouço funcionar precisa ser reforçado. Haddad disse que Lira conhece o arcabouço fiscal e explicou a ele o conjunto de medidas. — Ele (Lira) sabe se não conseguirmos colocar todas as despesas dentro da mesma lógica não dá para sustentar ao longo do tempo. Estamos preocupados em ser sustentável ao longo do tempo — afirmou. Nesta quarta, Haddad já se reuniu pela parte da manhã com os comandantes das Forças Armadas, e o ministro da Defesa, José Múcio, para discutir medidas de cortes de gastos na pasta. No encontro, ficou acertado que as equipes técnicas vão se reunir para fazer cálculos e detalhar as medidas de ajuste sobre os militares, que farão parte do pacote fiscal em discussão há semanas pelo governo. O ministro da Fazenda fez um apelo para que a Defesa colaborasse com o ajuste fiscal do governo. As reuniões entre os técnicos dos ministérios devem começar ainda nesta quarta e se estender nos próximos dias. O martelo deve ser batido na próxima semana. No governo, são discutidas alterações na previdência dos militares. Entre elas, o fim da pensão vitalícia para as filhas solteiras, considerado um benefício polêmico. Do lado dos militares, os comandantes admitem que a pensão às famílias de militares expulsos das fileiras deve acabar. E para não deixar dependentes desamparados, que o governo deve passar a pagar o auxílio-reclusão via INSS. Enquanto isso... Após ata do Copom, analistas já veem alta maior de juros em dezembro caso pacote fiscal frustre mercado Para o anúncio público das medidas fiscais, porém, a equipe de Lula não trabalha sequer com uma previsão de data e está focada nas agendas e encontros bilaterais que o presidente terá durante sua participação na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, na próxima semana. Embora ainda não existam detalhes sobre como e quando ocorrerá esse anúncio, interlocutores do presidente afirmam que a palavra "corte" deverá ser evitada, sendo substituída pelo termo "ajustes". Integrantes do governo envolvidos nas discussões afirmam que mudanças nos cálculos dos pisos de Saúde e Educação continuam na pauta de Lula e são vistas como uma possibilidade provável. Também vem ganhando força no Planalto um "pente-fino" que o governo pretende implementar no Benefício de Prestação Continuada (BPC) — um salário mínimo mensal pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. Como mostrou O GLOBO, o governo vai propor ao Congresso Nacional um projeto de lei com novas regras de acesso e manutenção para os beneficiários. A ideia é que o BPC adote critérios de adesão e permanência semelhantes aos do Bolsa Família, incluindo, por exemplo, um cruzamento mensal de dados, o que atualmente não ocorre. Segundo o projeto do governo, será exigida prova de vida anual (como no INSS para aposentados), além de reconhecimento facial e biometria para concessão e manutenção dos pagamentos. O objetivo é garantir que apenas pessoas que realmente se enquadram no benefício permaneçam no programa. No próximo ano, o programa custará R$ 118 bilhões.
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