Governo vê acordo próximo, mas declaração final do G20 será mais extensa do que o Brasil desejava

Itamaraty buscava uma mensagem mais direta e concisa, mas negociações mostraram necessidade de ampliar o texto Integrantes do governo brasileiro dizem que o acordo para a declaração final do G20 está muito próximo de ser fechado. Mas o documento deverá ser mais extenso do que o desejado pelo Brasil. Em sua primeira fala no G20, Milei critica intervenção do Estado, mas não dá pistas sobre posição do país em pontos com divergência Infográfico: Quais são os temas sensíveis que devem causar saia-justa na cúpula do G20 no Rio? O plano dos negociadores brasileiros era fazer um texto “enxuto”, diferente do que foi apresentado pela presidência indiana no ano passado. A declaração de Nova Delhi foi diferente de documentos anteriores do grupo por ser muito pormenorizada. Para a Cúpula do Rio, que se encerra nesta terça-feira, o Itamaraty buscava uma mensagem mais direta e concisa. No entanto, as negociações dos últimos dias deixaram evidente a necessidade de expandir os parágrafos. Quem tem acesso à discussão diz que o texto final já se aproxima do modelo indiano. Contexto: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Um membro da delegação brasileira explica que, em muitos casos, alcançar o consenso é mais fácil quando há maior detalhamento em certos temas, já que isso funciona como um recurso para equilibrar interesses divergentes. Outro integrante da diplomacia brasileira lembra que existe ainda um sentimento de que essa pode ser uma das últimas oportunidades para que todos esses líderes endossem juntos alguns conceitos, o que pode em algum nível ter sido refletido no texto. O temor é de que, com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o G20 seja interditado, assim como outros órgãos multilaterais. O próximo presidente americano é um crítico desses fóruns globais. O primeiro dia da cúpula de chefes de Estado começou com o Brasil empenhado em ajustar pontos cruciais no texto para alcançar o consenso em quatro áreas: taxação de super-ricos, mudanças climáticas, igualdade de gênero e geopolítica. As últimas trocas entre as delegações foram promissoras e o governo acredita que poderá chegar a um entendimento nas próximas horas, segundo fontes a par das conversas

Nov 18, 2024 - 19:21
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Governo vê acordo próximo, mas declaração final do G20 será mais extensa do que o Brasil desejava

Itamaraty buscava uma mensagem mais direta e concisa, mas negociações mostraram necessidade de ampliar o texto Integrantes do governo brasileiro dizem que o acordo para a declaração final do G20 está muito próximo de ser fechado. Mas o documento deverá ser mais extenso do que o desejado pelo Brasil. Em sua primeira fala no G20, Milei critica intervenção do Estado, mas não dá pistas sobre posição do país em pontos com divergência Infográfico: Quais são os temas sensíveis que devem causar saia-justa na cúpula do G20 no Rio? O plano dos negociadores brasileiros era fazer um texto “enxuto”, diferente do que foi apresentado pela presidência indiana no ano passado. A declaração de Nova Delhi foi diferente de documentos anteriores do grupo por ser muito pormenorizada. Para a Cúpula do Rio, que se encerra nesta terça-feira, o Itamaraty buscava uma mensagem mais direta e concisa. No entanto, as negociações dos últimos dias deixaram evidente a necessidade de expandir os parágrafos. Quem tem acesso à discussão diz que o texto final já se aproxima do modelo indiano. Contexto: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Um membro da delegação brasileira explica que, em muitos casos, alcançar o consenso é mais fácil quando há maior detalhamento em certos temas, já que isso funciona como um recurso para equilibrar interesses divergentes. Outro integrante da diplomacia brasileira lembra que existe ainda um sentimento de que essa pode ser uma das últimas oportunidades para que todos esses líderes endossem juntos alguns conceitos, o que pode em algum nível ter sido refletido no texto. O temor é de que, com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o G20 seja interditado, assim como outros órgãos multilaterais. O próximo presidente americano é um crítico desses fóruns globais. O primeiro dia da cúpula de chefes de Estado começou com o Brasil empenhado em ajustar pontos cruciais no texto para alcançar o consenso em quatro áreas: taxação de super-ricos, mudanças climáticas, igualdade de gênero e geopolítica. As últimas trocas entre as delegações foram promissoras e o governo acredita que poderá chegar a um entendimento nas próximas horas, segundo fontes a par das conversas

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