Governo pede explicações sobre projeto que vai escanear íris de brasileiros por R$ 300

Iniciativa de Sam Altman, criador do ChatGPT, que pretende criar uma 'identidade global', anunciou que vai voltar a operar no Brasil a partir desta quarta-feira A autoridade brasileira de dados vai apurar se o World, projeto que quer escanear íris de pessoas para criar uma “identidade global”, garante a privacidade e o tratamento correto de informações dos usuários. A iniciativa de Sam Altman, um dos criadores do ChatGPT, anunciou que vai voltar a operar no Brasil a partir desta quarta-feira. World: Plataforma de verificação de identidade atrai mais de 2 milhões de argentinos, um terço do total mundial Veja o vídeo: Projeto registra íris de brasileiros para criar identidade global O objetivo da World é viabilizar a criação de uma espécie de “RG” internacional virtual. O processo de registro é feito presencialmente a partir de um equipamento chamado Orb, que escaneia a íris humana para gerar um código único de cada pessoa. A empresa afirma que a imagem do olho é usada apenas para a verificação e, em seguida, descartada. A partir de amanhã, os locais de verificação vão estar disponíveis em dez endereços na cidade de São Paulo. O cadastro é gratuito e pode ser agendado por meio de um aplicativo. Em troca, quem faz o registro recebe 25 moedas virtuais chamadas de Worldcoin (na cotação de hoje, o valor equivalia a pouco mais de R$ 320). Riscos à privacidade: Empresa paga US$ 49 para rastrear íris no Quênia, provoca filas de três dias e será investigada O objetivo da Autoridade Nacional de Dados (ANPD) é obter mais informações sobre o processamento de informações e avaliar se o projeto está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Hoje à tarde, a ANPD realizou uma reunião virtual com representantes da World, em que foram apresentados detalhes sobre o funcionamento da iniciativa para a autarquia federal. Durante a conversa, os fiscais da autoridade de dados fizeram questionamentos aos envolvidos e entregaram um ofício formal solicitando informações complementares sobre a World. Orb é equipado com sensores que registram a íris Reprodução/World O foco da fiscalização é garantir que o tratamento dos dados biométricos coletados, no caso a íris dos usuários, siga as normas de privacidade brasileiras. Segundo a World, o registro tem o objetivo de “verificar a humanidade” dos usuários e não o de guardar o registro biométrico. Para a empresa, o processo será cada vez mais cenário em mundo em que a inteligência artificial e os robôs de IA se tornam mais parecidos com humanos. Além do mundos dos games: Nintendo quer ampliar público de Super Mario e Zelda por meio de filmes, museu e parque temático A ideia é que essa tecnologia possa ajudar, por exemplo, a evitar fraudes em processos de verificação de identidade. Com essa “identidade global”, Altman e sua equipe também esperam, no futuro, facilitar a distribuição de benefícios como uma renda básica universal, usando o sistema para autenticar as pessoas que seriam elegíveis a esses recursos. Qualquer pessoa com mais de 18 anos poderá se cadastrar. A iniciativa já causou polêmica em outros países. Em locais como Quênia, França e Alemanha, autoridades expressaram preocupações sobre o projeto, que chegou a ser suspenso em algumas regiões. Escolha: Facebook e Instagram criam opção de 'publicidade menos personalizada' na União Europeia Na primeira fase de testes, em 2023, o projeto atraiu grandes filas e aglomerações em locais de coleta, especialmente pela promessa de recompensas financeiras. O Brasil é um dos primeiros países da América Latina a receber o projeto oficialmente, após um teste inicial no ano passado. Além do país, a operação acontece também na Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, além da Alemanha, Polônia, Japão e Coreia do Sul, entre outros. O processo de fiscalização da ANPD poderá resultar em recomendações ou, eventualmente, em restrições ao funcionamento do projeto no país, caso sejam identificados riscos à privacidade dos dados dos brasileiros. Entenda o que muda: Apple lança AirPods Max com nova tecnologia de som Em uma apresentação para jornalistas em São Paulo, Rodrigo Tozzi, gerente de operações da Tools for Humanity, havia dito que a empresa vinha mantendo conversas com autoridades reguladoras no Brasil, mas sem dar detalhes Embora o projeto ainda não tenha um modelo de negócio consolidado, a World já estuda parcerias para aplicar a tecnologia de verificação de identidade. Initial plugin text

Nov 12, 2024 - 21:01
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Governo pede explicações sobre  projeto que vai escanear íris de brasileiros por R$ 300

Iniciativa de Sam Altman, criador do ChatGPT, que pretende criar uma 'identidade global', anunciou que vai voltar a operar no Brasil a partir desta quarta-feira A autoridade brasileira de dados vai apurar se o World, projeto que quer escanear íris de pessoas para criar uma “identidade global”, garante a privacidade e o tratamento correto de informações dos usuários. A iniciativa de Sam Altman, um dos criadores do ChatGPT, anunciou que vai voltar a operar no Brasil a partir desta quarta-feira. World: Plataforma de verificação de identidade atrai mais de 2 milhões de argentinos, um terço do total mundial Veja o vídeo: Projeto registra íris de brasileiros para criar identidade global O objetivo da World é viabilizar a criação de uma espécie de “RG” internacional virtual. O processo de registro é feito presencialmente a partir de um equipamento chamado Orb, que escaneia a íris humana para gerar um código único de cada pessoa. A empresa afirma que a imagem do olho é usada apenas para a verificação e, em seguida, descartada. A partir de amanhã, os locais de verificação vão estar disponíveis em dez endereços na cidade de São Paulo. O cadastro é gratuito e pode ser agendado por meio de um aplicativo. Em troca, quem faz o registro recebe 25 moedas virtuais chamadas de Worldcoin (na cotação de hoje, o valor equivalia a pouco mais de R$ 320). Riscos à privacidade: Empresa paga US$ 49 para rastrear íris no Quênia, provoca filas de três dias e será investigada O objetivo da Autoridade Nacional de Dados (ANPD) é obter mais informações sobre o processamento de informações e avaliar se o projeto está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Hoje à tarde, a ANPD realizou uma reunião virtual com representantes da World, em que foram apresentados detalhes sobre o funcionamento da iniciativa para a autarquia federal. Durante a conversa, os fiscais da autoridade de dados fizeram questionamentos aos envolvidos e entregaram um ofício formal solicitando informações complementares sobre a World. Orb é equipado com sensores que registram a íris Reprodução/World O foco da fiscalização é garantir que o tratamento dos dados biométricos coletados, no caso a íris dos usuários, siga as normas de privacidade brasileiras. Segundo a World, o registro tem o objetivo de “verificar a humanidade” dos usuários e não o de guardar o registro biométrico. Para a empresa, o processo será cada vez mais cenário em mundo em que a inteligência artificial e os robôs de IA se tornam mais parecidos com humanos. Além do mundos dos games: Nintendo quer ampliar público de Super Mario e Zelda por meio de filmes, museu e parque temático A ideia é que essa tecnologia possa ajudar, por exemplo, a evitar fraudes em processos de verificação de identidade. Com essa “identidade global”, Altman e sua equipe também esperam, no futuro, facilitar a distribuição de benefícios como uma renda básica universal, usando o sistema para autenticar as pessoas que seriam elegíveis a esses recursos. Qualquer pessoa com mais de 18 anos poderá se cadastrar. A iniciativa já causou polêmica em outros países. Em locais como Quênia, França e Alemanha, autoridades expressaram preocupações sobre o projeto, que chegou a ser suspenso em algumas regiões. Escolha: Facebook e Instagram criam opção de 'publicidade menos personalizada' na União Europeia Na primeira fase de testes, em 2023, o projeto atraiu grandes filas e aglomerações em locais de coleta, especialmente pela promessa de recompensas financeiras. O Brasil é um dos primeiros países da América Latina a receber o projeto oficialmente, após um teste inicial no ano passado. Além do país, a operação acontece também na Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, além da Alemanha, Polônia, Japão e Coreia do Sul, entre outros. O processo de fiscalização da ANPD poderá resultar em recomendações ou, eventualmente, em restrições ao funcionamento do projeto no país, caso sejam identificados riscos à privacidade dos dados dos brasileiros. Entenda o que muda: Apple lança AirPods Max com nova tecnologia de som Em uma apresentação para jornalistas em São Paulo, Rodrigo Tozzi, gerente de operações da Tools for Humanity, havia dito que a empresa vinha mantendo conversas com autoridades reguladoras no Brasil, mas sem dar detalhes Embora o projeto ainda não tenha um modelo de negócio consolidado, a World já estuda parcerias para aplicar a tecnologia de verificação de identidade. Initial plugin text

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