Governo brasileiro teme que Milei possa prejudicar acordo entre Mercosul e União Europeia
Milei tem apoiado as negociações entre os blocos, mas a eleição de Trump pode atrapalhar o avanço do acordo Além de taxação de super-ricos, governo brasileiro também teme que a Argentina de Javier Milei possa mudar de posição em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), confirmaram fontes oficiais. Nos últimos meses, as negociações avançaram bastante e, segundo as mesmas fontes, até recentemente “a bola estava do lado dos europeus”. Embates com Milei: Brasil teme que presidente argentino vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Bastidores do G20: Argentina não quer apoiar declaração sobre guerra sem condenação à Rússia Com o entendimento fechado em 2019 como base — após mais de 20 anos de negociações —, este ano foram feitos vários ajustes em matéria de propriedade intelectual, agricultura, política industrial e compras governamentais. O Mercosul, comentaram fontes do governo brasileiro, “conseguiu cronogramas mais dilatados para adaptar suas indústrias e poder competir com produtos europeus”. Paralelamente, acrescentou a mesma fonte, “foi conseguido mais acesso ao mercado agrícola europeu”. O governo Milei, até agora, apoiou as negociações, em sintonia com os demais sócios do Mercosul. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, temem os negociadores brasileiros, poderia levar o presidente argentino a mudar de posição e priorizar o desejo de um acordo de livre comércio com os EUA, iniciativa que Milei já admitiu estar em sua agenda para 2025. Se esse for o caminho escolhido pelo argentino, Milei não apenas boicotará um esperado entendimento com os europeus, também poderia violar regras internas do Mercosul, que proíbe seus membros de fechar acordos sozinhos. G20: Lula se encontra com Guterres e pede que G20 social aconteça nas próximas edições da cúpula O plano, até o momento, é preparar o terreno para que o acordo com a UE seja anunciado na cúpula de presidentes do Mercosul, que será realizada em dezembro, em Montevidéu. Na anterior, em meados do ano, no Paraguai, Milei não participou. Fontes brasileiras esperam que “Milei se mantenha firme na posição que mostrou ao longo do ano”. Porém, uma guinada de última hora não é descartada. O acordo com a UE depende, também, do sinal verde dos europeus, atualmente num cenário mais complicado com a iminente mudança de governo na Alemanha, e o fortalecimento da extrema direita em países como a França. Clima e ciência: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões O presidente francês, Emmanuel Macron, se reunirá com Milei na Argentina, neste sábado, na esperança de conduzi-lo ao caminho do “consenso internacional” antes da cúpula do G20. Macron deve chegar à capital argentina ainda na noite deste sábado, onde será recebido em um jantar privado pelo argentino, que o receberá novamente no domingo antes de ambos partirem para o Brasil para participar do encontro de chefes de Estado e governo.
Milei tem apoiado as negociações entre os blocos, mas a eleição de Trump pode atrapalhar o avanço do acordo Além de taxação de super-ricos, governo brasileiro também teme que a Argentina de Javier Milei possa mudar de posição em relação ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), confirmaram fontes oficiais. Nos últimos meses, as negociações avançaram bastante e, segundo as mesmas fontes, até recentemente “a bola estava do lado dos europeus”. Embates com Milei: Brasil teme que presidente argentino vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Bastidores do G20: Argentina não quer apoiar declaração sobre guerra sem condenação à Rússia Com o entendimento fechado em 2019 como base — após mais de 20 anos de negociações —, este ano foram feitos vários ajustes em matéria de propriedade intelectual, agricultura, política industrial e compras governamentais. O Mercosul, comentaram fontes do governo brasileiro, “conseguiu cronogramas mais dilatados para adaptar suas indústrias e poder competir com produtos europeus”. Paralelamente, acrescentou a mesma fonte, “foi conseguido mais acesso ao mercado agrícola europeu”. O governo Milei, até agora, apoiou as negociações, em sintonia com os demais sócios do Mercosul. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, temem os negociadores brasileiros, poderia levar o presidente argentino a mudar de posição e priorizar o desejo de um acordo de livre comércio com os EUA, iniciativa que Milei já admitiu estar em sua agenda para 2025. Se esse for o caminho escolhido pelo argentino, Milei não apenas boicotará um esperado entendimento com os europeus, também poderia violar regras internas do Mercosul, que proíbe seus membros de fechar acordos sozinhos. G20: Lula se encontra com Guterres e pede que G20 social aconteça nas próximas edições da cúpula O plano, até o momento, é preparar o terreno para que o acordo com a UE seja anunciado na cúpula de presidentes do Mercosul, que será realizada em dezembro, em Montevidéu. Na anterior, em meados do ano, no Paraguai, Milei não participou. Fontes brasileiras esperam que “Milei se mantenha firme na posição que mostrou ao longo do ano”. Porém, uma guinada de última hora não é descartada. O acordo com a UE depende, também, do sinal verde dos europeus, atualmente num cenário mais complicado com a iminente mudança de governo na Alemanha, e o fortalecimento da extrema direita em países como a França. Clima e ciência: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões O presidente francês, Emmanuel Macron, se reunirá com Milei na Argentina, neste sábado, na esperança de conduzi-lo ao caminho do “consenso internacional” antes da cúpula do G20. Macron deve chegar à capital argentina ainda na noite deste sábado, onde será recebido em um jantar privado pelo argentino, que o receberá novamente no domingo antes de ambos partirem para o Brasil para participar do encontro de chefes de Estado e governo.
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