Google usa influência e pede contrapartida dos contribuintes para fechar acordo com a mídia da Califórnia
Governo do estado americano vai apoiar iniciativa com US$ 70 milhões O Google estava negociando gastar US$ 110 milhões para apoiar a indústria de jornalismo em dificuldades da Califórnia, mas o gigante de buscas tinha uma exigência: os contribuintes precisariam colaborar com dezenas de milhões de dólares também. A deputada estadual Buffy Wicks, democrata de Oakland que estava discutindo o acordo com o Google, ligou para o gabinete do governador da Califórnia, Gavin Newsom, para garantir seu apoio em relação aos US$ 70 milhões dos contribuintes, mesmo com o estado enfrentando um déficit orçamentário desafiador. O pacto que o Google, o governador e Wicks fecharam no fim de agosto foi um acordo de aperto de mãos, segundo a equipe de Wicks. Semanas depois, embora agora haja uma estrutura escrita para o acordo, algumas das principais disposições ainda precisam ser elaboradas. “Esta estrutura representa o acordo mais impactante que poderíamos alcançar em meio à realidade política atual”, disse Wicks em um comunicado. “E é só o começo - vejo isso como o piso, não o teto, e estou esperançosa sobre nossos esforços para apoiar os jornalistas da Califórnia.” Embora o esboço principal do acordo tenha sido conhecido logo após Wicks e o Google o anunciarem, em agosto, o que não foi relatado anteriormente é a disposição da empresa de abandonar um acordo a menos que o estado contribuísse com dinheiro. O Google insistiu no financiamento do contribuinte para estabelecer um precedente que poderia usar em negociações com outros estados que buscassem acordos semelhantes. Além disso, a Universidade da Califórnia em Berkeley se surpreendeu ao ser nomeada uma potencial administradora de um novo fundo de jornalismo que seria criado pelo pacto, e as discussões com a Universidade do Sul da Califórnia para assumir esse papel também não foram relatadas anteriormente. O acordo ficou muito aquém da legislação agressiva proposta por Wicks e outro legislador que buscava cobrar do Google, controlado pela Alphabet, centenas de milhões de dólares todos os anos para apoiar a indústria de notícias na Califórnia. Após negociações privadas que excluíram algumas das maiores empresas de mídia do estado, o acordo ajudou o Google a evitar um resultado custoso que teria fornecido um modelo para legisladores em todo o país, considerando o que o Vale do Silício deve às empresas de mídia. O progresso na inteligência artificial pode custar mais empregos na mídia, de acordo com quase uma dúzia de pessoas familiarizadas com as negociações que pediram para não serem identificadas devido à natureza das discussões. Wicks, Google e o governador elogiaram o acordo, mas muitos na indústria jornalística da Califórnia criticaram o estado por não conseguir extrair mais dinheiro da gigante da tecnologia, desperdiçando uma chance de manter as notícias locais prosperando. Outros dizem que o influxo de dinheiro é o melhor que os jornalistas poderiam esperar em uma briga com uma das cinco empresas mais valiosas do mundo, que sinalizou sua disposição de cortar o acesso às notícias locais para 40 milhões de californianos. Na Califórnia, avançaram dois projetos de lei que miravam o Google e outras empresas de tecnologia para gerar dinheiro para sustentar o jornalismo no estado. O senador estadual Steve Glazer propôs um “imposto de link” sobre a Amazon.com, Meta Platforms e a Alphabet, para coletar dados sobre os usuários. O dinheiro seria canalizado para US$ 500 milhões em créditos fiscais a serem distribuídos para veículos de notícias que empregam jornalistas na Califórnia. A indústria jornalística americana está em declínio há décadas, uma vez que sua publicidade tradicional passou a ir para os sites. Ao mesmo tempo, o Google e o Facebook estavam entre as empresas de internet que disponibilizavam notícias gratuitamente para os usuários e vendiam publicidade em torno desses conteúdos. Em virtude da redução das receitas, mais de 2.900 jornais - quase todos semanários locais - fecharam desde 2005, de acordo com um relatório da Medill School of Journalism da Northwestern University, que argumenta que esses negócios são vitais para uma cidadania informada numa democracia próspera.
Governo do estado americano vai apoiar iniciativa com US$ 70 milhões O Google estava negociando gastar US$ 110 milhões para apoiar a indústria de jornalismo em dificuldades da Califórnia, mas o gigante de buscas tinha uma exigência: os contribuintes precisariam colaborar com dezenas de milhões de dólares também. A deputada estadual Buffy Wicks, democrata de Oakland que estava discutindo o acordo com o Google, ligou para o gabinete do governador da Califórnia, Gavin Newsom, para garantir seu apoio em relação aos US$ 70 milhões dos contribuintes, mesmo com o estado enfrentando um déficit orçamentário desafiador. O pacto que o Google, o governador e Wicks fecharam no fim de agosto foi um acordo de aperto de mãos, segundo a equipe de Wicks. Semanas depois, embora agora haja uma estrutura escrita para o acordo, algumas das principais disposições ainda precisam ser elaboradas. “Esta estrutura representa o acordo mais impactante que poderíamos alcançar em meio à realidade política atual”, disse Wicks em um comunicado. “E é só o começo - vejo isso como o piso, não o teto, e estou esperançosa sobre nossos esforços para apoiar os jornalistas da Califórnia.” Embora o esboço principal do acordo tenha sido conhecido logo após Wicks e o Google o anunciarem, em agosto, o que não foi relatado anteriormente é a disposição da empresa de abandonar um acordo a menos que o estado contribuísse com dinheiro. O Google insistiu no financiamento do contribuinte para estabelecer um precedente que poderia usar em negociações com outros estados que buscassem acordos semelhantes. Além disso, a Universidade da Califórnia em Berkeley se surpreendeu ao ser nomeada uma potencial administradora de um novo fundo de jornalismo que seria criado pelo pacto, e as discussões com a Universidade do Sul da Califórnia para assumir esse papel também não foram relatadas anteriormente. O acordo ficou muito aquém da legislação agressiva proposta por Wicks e outro legislador que buscava cobrar do Google, controlado pela Alphabet, centenas de milhões de dólares todos os anos para apoiar a indústria de notícias na Califórnia. Após negociações privadas que excluíram algumas das maiores empresas de mídia do estado, o acordo ajudou o Google a evitar um resultado custoso que teria fornecido um modelo para legisladores em todo o país, considerando o que o Vale do Silício deve às empresas de mídia. O progresso na inteligência artificial pode custar mais empregos na mídia, de acordo com quase uma dúzia de pessoas familiarizadas com as negociações que pediram para não serem identificadas devido à natureza das discussões. Wicks, Google e o governador elogiaram o acordo, mas muitos na indústria jornalística da Califórnia criticaram o estado por não conseguir extrair mais dinheiro da gigante da tecnologia, desperdiçando uma chance de manter as notícias locais prosperando. Outros dizem que o influxo de dinheiro é o melhor que os jornalistas poderiam esperar em uma briga com uma das cinco empresas mais valiosas do mundo, que sinalizou sua disposição de cortar o acesso às notícias locais para 40 milhões de californianos. Na Califórnia, avançaram dois projetos de lei que miravam o Google e outras empresas de tecnologia para gerar dinheiro para sustentar o jornalismo no estado. O senador estadual Steve Glazer propôs um “imposto de link” sobre a Amazon.com, Meta Platforms e a Alphabet, para coletar dados sobre os usuários. O dinheiro seria canalizado para US$ 500 milhões em créditos fiscais a serem distribuídos para veículos de notícias que empregam jornalistas na Califórnia. A indústria jornalística americana está em declínio há décadas, uma vez que sua publicidade tradicional passou a ir para os sites. Ao mesmo tempo, o Google e o Facebook estavam entre as empresas de internet que disponibilizavam notícias gratuitamente para os usuários e vendiam publicidade em torno desses conteúdos. Em virtude da redução das receitas, mais de 2.900 jornais - quase todos semanários locais - fecharam desde 2005, de acordo com um relatório da Medill School of Journalism da Northwestern University, que argumenta que esses negócios são vitais para uma cidadania informada numa democracia próspera.
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