Estado do Rio de Janeiro teve pelo menos 113 crianças mortas por bala perdida desde 2007, diz ONG

Levantamento do Movimento Rio de Paz foi divulgado em setembro Pelo menos 113 crianças e adolescentes entre zero e 14 anos morreram vítimas de armas de fogo sendo a maioria por bala perdida no estado do Rio de Janeiro desde 2007 até novermbro deste ano. Os dados fazem parte de estatísticas coletadas pela ONG Rio de Paz. Parte dessas mortes ocorreram durante incursões policiais,como no episódio em que Ágatha Vitória Sales Félix, então com oito anos, morreu na localidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, em setembro de 2019. Na madrugada deste sábado, o júri do caso absolveu o PM Rodrigo José de Matos Soares, apontado como o autor do disparo. Os jurados discordaram do Ministério Público e entenderam que o policial não teve a intenção de atingir a criança. A Justiça deste país é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar', diz tia sobre absolvição de PM que matou a pequena Ágatha Fraude mais comum no azeite de oliva é misturar outro óleo vegetal', revela diretor de inspeção do Ministério da Agricultura — Essa absolvição estimula mortes por bala perdida de adultos e crianças. Por trás disso está a sensação de impunidade.Quem mata sabe que não será punido. A responsabilidade também é da sociedade que deseja uma polícia violenta e da falta de um plano de segurança efetivo. Muitas vezes temos policiais que atiram com medo de perder a própria vida porque do outro lado estão pessoas com armamentos de guerra — diz o fundador da ONG, Antonio Carlos Costa. Agatha Felix,morta durante operação da PM na Fazendinha Redes Sociais No mesmo ano em que Agatha morreu, Kauan Peixoto, de 12 anos, foi outra vítima fatal. Em março daquele ano, ele foi atingido por três tiros na comunidade da Chatuba, quando ia comprar um lanche. Em dezembro de de 2020, as primas Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos, foram baleadas e morreram enquanto brincavam na porta de casa, no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em 2022, a justiça decreto as prisões preventivas de Leandro Santos Sabino, vulgo Trem, e Lázaro da Silva Alves, conhecido como Mestre. De acordo com o MP, os tiros que atingiram as duas meninas foram disparados por homens ainda não identificados que atuavam como vigias da região de atuação dos denunciados. Eles teriam avistado uma viatura da Polícia Militar circulando em local próximo, na Av. Gomes Freire e, seguindo determinações e ordens dos denunciados, para proteger o seu território e com intenção matar os integrantes da viatura, efetuaram disparo de arma de fogo. Em agosto de 2023, Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos, morreu baleada enquanto brincava dentro de casa, na Ilha do Governador, um peq imóvel no Beco Xavante, ficava de frente para a Av. Paranapuã, onde acontecia uma manifestação de moradores pela morte de um adolescente de 17 anos, baleado pela polícia horas antes. Em junho deste ano, a Corregedoria da Polícia Militar indiciou o terceiro-sargento André Luiz de Oliveira Muniz por homicídio culposo pela morte da menina. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, onde corre sob sigilo, por haver indícios de cometimento de crime de competência da Justiça Militar. Um dos últimos casos ocorreu em 1º de novembro. Carlos Eduardo Cabral de Moura,que tinha 5 anos, morreu quando caminhava ao lado da mãe no bairro Nova Belém, em Japeri. A criança foi atingida quando agentes do Programa Segurança Presente foram alvosde disparos vindos da comunidade Lagoa do Sapo.

Nov 9, 2024 - 14:09
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Estado do Rio de Janeiro teve pelo menos 113 crianças mortas por bala perdida desde 2007, diz ONG

Levantamento do Movimento Rio de Paz foi divulgado em setembro Pelo menos 113 crianças e adolescentes entre zero e 14 anos morreram vítimas de armas de fogo sendo a maioria por bala perdida no estado do Rio de Janeiro desde 2007 até novermbro deste ano. Os dados fazem parte de estatísticas coletadas pela ONG Rio de Paz. Parte dessas mortes ocorreram durante incursões policiais,como no episódio em que Ágatha Vitória Sales Félix, então com oito anos, morreu na localidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, em setembro de 2019. Na madrugada deste sábado, o júri do caso absolveu o PM Rodrigo José de Matos Soares, apontado como o autor do disparo. Os jurados discordaram do Ministério Público e entenderam que o policial não teve a intenção de atingir a criança. A Justiça deste país é lamentável, mas a Justiça de Deus não vai falhar', diz tia sobre absolvição de PM que matou a pequena Ágatha Fraude mais comum no azeite de oliva é misturar outro óleo vegetal', revela diretor de inspeção do Ministério da Agricultura — Essa absolvição estimula mortes por bala perdida de adultos e crianças. Por trás disso está a sensação de impunidade.Quem mata sabe que não será punido. A responsabilidade também é da sociedade que deseja uma polícia violenta e da falta de um plano de segurança efetivo. Muitas vezes temos policiais que atiram com medo de perder a própria vida porque do outro lado estão pessoas com armamentos de guerra — diz o fundador da ONG, Antonio Carlos Costa. Agatha Felix,morta durante operação da PM na Fazendinha Redes Sociais No mesmo ano em que Agatha morreu, Kauan Peixoto, de 12 anos, foi outra vítima fatal. Em março daquele ano, ele foi atingido por três tiros na comunidade da Chatuba, quando ia comprar um lanche. Em dezembro de de 2020, as primas Emily Victoria da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos, foram baleadas e morreram enquanto brincavam na porta de casa, no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em 2022, a justiça decreto as prisões preventivas de Leandro Santos Sabino, vulgo Trem, e Lázaro da Silva Alves, conhecido como Mestre. De acordo com o MP, os tiros que atingiram as duas meninas foram disparados por homens ainda não identificados que atuavam como vigias da região de atuação dos denunciados. Eles teriam avistado uma viatura da Polícia Militar circulando em local próximo, na Av. Gomes Freire e, seguindo determinações e ordens dos denunciados, para proteger o seu território e com intenção matar os integrantes da viatura, efetuaram disparo de arma de fogo. Em agosto de 2023, Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos, morreu baleada enquanto brincava dentro de casa, na Ilha do Governador, um peq imóvel no Beco Xavante, ficava de frente para a Av. Paranapuã, onde acontecia uma manifestação de moradores pela morte de um adolescente de 17 anos, baleado pela polícia horas antes. Em junho deste ano, a Corregedoria da Polícia Militar indiciou o terceiro-sargento André Luiz de Oliveira Muniz por homicídio culposo pela morte da menina. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, onde corre sob sigilo, por haver indícios de cometimento de crime de competência da Justiça Militar. Um dos últimos casos ocorreu em 1º de novembro. Carlos Eduardo Cabral de Moura,que tinha 5 anos, morreu quando caminhava ao lado da mãe no bairro Nova Belém, em Japeri. A criança foi atingida quando agentes do Programa Segurança Presente foram alvosde disparos vindos da comunidade Lagoa do Sapo.

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