Entenda, passo a passo, como atletas podem beneficiar parentes e amigos em casos de manipulação de esportes
Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de operação da PF que investiga jogo suspeito do Brasileiro de 2023 Os casos recentes de jogadores suspeitos de manipulação em partidas de futebol, como Lucas Paquetá, Luiz Henrique e Bruno Henrique, jogam luz em uma possível forma de atletas beneficiarem parentes e amigos no mundo das apostas. As investigações, até o momento, apontam que pessoas próximas aos jogadores estariam sendo favorecidas com informações prévias. Veja como funcionaria o favorecimento a parentes e amigos Antes de um jogo específico, um jogador combina com parentes e amigos alguma ação que pode ser apostada. As principais ações individuais que valem apostas são: receber um cartão amarelo ou vermelho, ou provocar um pênalti (o apostador vai apostar no gol do adversário em cobrança de pênalti). Os apostadores que detêm a informação prévia devem ter um cadastro em alguma bet que ofereça esse tipo de aposta. Os apostadores escolhem o jogo desejado e apostam no mercado de cartões e/ou pênalti. Com a certeza de que o evento vai ocorrer, os apostadores vão ter o lucro segundo a odd (probabilidade de o evento acontecer) do mercado. Se um jogador tem odd 5.5 para tomar cartão amarelo, o apostador leva R$ 5,5 a cada real apostado se o evento acontecer. Se a aposta for de mil reais, o apostador receberá R$5,5 mil. As odds são determinadas por um provedor externo, que analisa estatísticas e probabilidades. Entenda o caso A investigação que mira o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, começou no fim do ano passado a partir de um relatório da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo nota da Polícia Federal, "haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões em partida do Campeonato Brasileiro" com base em um documento produzido pela International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar. Trata-se de duas empresas estrangeiras que prestam serviços à CBF para a detecção de fraudes em casas de apostas. O relatório foi encaminhado à Polícia Federal e ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Distrito Federal. A investigação também contou com parceria do Gaeco do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Ao todo, 50 policiais federais e 6 Promotores de Justiça foram mobilizados na operação deflagrada nesta sexta-feira. Em texto divulgado nesta terça-feira, o Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPFDFT) afirmou que as apostas "teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração". No jogo sob investigação, ocorrido em 1 de novembro de 2023, Bruno Henrique tomou um cartão amarelo nos acréscimos do segundo tempo por acertar um chute no jogador adversário. Em seguida, recebeu o cartão vermelho por ter xingado o árbitro. A partida terminou com a vitória do Flamengo por 2 a 1 em cima do Santos. O jogo era válido pela 31ª rodada do Brasileirão e ocorreu no estádio Mané Garrincha, em Brasília. As autoridades investigam se parentes e pessoas próximas ao atacante sabiam antecipadamente que ele receberia os cartões e se aproveitaram disso para ganhar dinheiro com apostas esportivas. O crime em apuração é o de "incerteza do resultado esportivo", que prevê pena de dois a seis anos de reclusão. Doze mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Entre eles está a residência de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, na sede única das empresas DR3 – CONSULTORIA ESPORTIVA LTDA e da BH27 OFICIAL LTDA, que têm o atleta como sócio, e no quarto de Bruno Henrique no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu. Em nota, o Flamengo afirmou que "dará total suporte ao atleta, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência". O clube ainda informou que "houve uma investigação no âmbito desportivo, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação". Veja nota na íntegra do Flamengo: "O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas. O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo, em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência. O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação".
Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de operação da PF que investiga jogo suspeito do Brasileiro de 2023 Os casos recentes de jogadores suspeitos de manipulação em partidas de futebol, como Lucas Paquetá, Luiz Henrique e Bruno Henrique, jogam luz em uma possível forma de atletas beneficiarem parentes e amigos no mundo das apostas. As investigações, até o momento, apontam que pessoas próximas aos jogadores estariam sendo favorecidas com informações prévias. Veja como funcionaria o favorecimento a parentes e amigos Antes de um jogo específico, um jogador combina com parentes e amigos alguma ação que pode ser apostada. As principais ações individuais que valem apostas são: receber um cartão amarelo ou vermelho, ou provocar um pênalti (o apostador vai apostar no gol do adversário em cobrança de pênalti). Os apostadores que detêm a informação prévia devem ter um cadastro em alguma bet que ofereça esse tipo de aposta. Os apostadores escolhem o jogo desejado e apostam no mercado de cartões e/ou pênalti. Com a certeza de que o evento vai ocorrer, os apostadores vão ter o lucro segundo a odd (probabilidade de o evento acontecer) do mercado. Se um jogador tem odd 5.5 para tomar cartão amarelo, o apostador leva R$ 5,5 a cada real apostado se o evento acontecer. Se a aposta for de mil reais, o apostador receberá R$5,5 mil. As odds são determinadas por um provedor externo, que analisa estatísticas e probabilidades. Entenda o caso A investigação que mira o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, começou no fim do ano passado a partir de um relatório da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo nota da Polícia Federal, "haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões em partida do Campeonato Brasileiro" com base em um documento produzido pela International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar. Trata-se de duas empresas estrangeiras que prestam serviços à CBF para a detecção de fraudes em casas de apostas. O relatório foi encaminhado à Polícia Federal e ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Distrito Federal. A investigação também contou com parceria do Gaeco do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Ao todo, 50 policiais federais e 6 Promotores de Justiça foram mobilizados na operação deflagrada nesta sexta-feira. Em texto divulgado nesta terça-feira, o Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPFDFT) afirmou que as apostas "teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração". No jogo sob investigação, ocorrido em 1 de novembro de 2023, Bruno Henrique tomou um cartão amarelo nos acréscimos do segundo tempo por acertar um chute no jogador adversário. Em seguida, recebeu o cartão vermelho por ter xingado o árbitro. A partida terminou com a vitória do Flamengo por 2 a 1 em cima do Santos. O jogo era válido pela 31ª rodada do Brasileirão e ocorreu no estádio Mané Garrincha, em Brasília. As autoridades investigam se parentes e pessoas próximas ao atacante sabiam antecipadamente que ele receberia os cartões e se aproveitaram disso para ganhar dinheiro com apostas esportivas. O crime em apuração é o de "incerteza do resultado esportivo", que prevê pena de dois a seis anos de reclusão. Doze mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Entre eles está a residência de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, na sede única das empresas DR3 – CONSULTORIA ESPORTIVA LTDA e da BH27 OFICIAL LTDA, que têm o atleta como sócio, e no quarto de Bruno Henrique no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu. Em nota, o Flamengo afirmou que "dará total suporte ao atleta, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência". O clube ainda informou que "houve uma investigação no âmbito desportivo, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação". Veja nota na íntegra do Flamengo: "O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas. O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo, em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência. O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação".
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