Entenda como o mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos afeta a economia brasileira
O dado de emprego dos Estados Unidos, o payroll, veio bem acima do que o mercado esperava, com a criação de 254 mil vagas. A princípio falar de aumento do emprego nos Estados Unidos parece não ter nada a ver com a gente aqui no Brasil, mas tem. Vivemos num mundo conectado, principalmente pelo mercado financeiro, e o emprego nos EUA é um indicador acompanhado globalmente. Isto porque, se a criação de empregos é mais baixa ou se tem um aumento do desemprego, isso se refletirá na atuação banco central americano, o Fed, na intensidade da redução da taxa de juros americana e isso nos afeta. Campos Neto volta a falar em juro real exagerado e reforça posição da Moody's, que vê risco fiscal moderado no Brasil Os recados do Copom: vai devagar com a alta de juros, a situação externa melhorou e não avisará antes sobre os próximos passos Os bancos centrais americano e brasileiro deram início no mês passado a trajetórias contrárias na direção dos juros. O Brasil iniciou um ciclo de alta dos juros para conter a pressão inflacionária e os Estados Unidos, depois de um período mantido em patamar alto para o padrão americano, começou uma trajetória de queda, temendo que esses juros muito altos, por muito tempo, pudessem levar a economia a uma desaceleração excessiva. O que levou o Fed ao início do ciclo de queda de juros, com a redução de 0,50 na última reunião, foram justamente dados ruins na área de emprego. A divulgação, nesta sexta-feira, geração de cem mil vagas a mais do que os analistas projetavam, gera dúvidas se o dado anterior foi um episódio isolado, se não há uma tendência de queda da economia que se vislumbrava. É esse cenário que vai ditar o ritmo da redução de juros americanos e isso impacta a economia brasileira. Dados do MapBiomas traduzem em números o que já se sabia: derrubam a Amazônia para plantar capim e boi pastar Quando o BC sobe a Selic e os EUA reduzem os juros americanos, isso facilita a vida do Brasil. Na prática, significa que o Brasil precisa subir menos juros para atingir o mesmo objetivo: atrair capital, reduzir a cotação de dólar e com isso diminuir a pressão sobre os preços, controlar a inflação. E essa não é uma conexão que se dá apenas com a economia brasileira. A maior economia do mundo tem reflexos no mercado global. Os EUA são a economia que emite o dólar, a moeda mais desejada mundo afora, que tem a maior dívida e, portanto, suga a poupança das economias globais quando mantém os juros muito altos. Quando os juros americanos começam a cair, o capital fica mais propenso, como eles dizem, a aceitar risco e migra para outros mercados, como brasileiro, e isso reduz a cotação do dólar, como expliquei. Confira: O duplo recado de Fernando Haddad na melhora da nota pela Moody’s, para o mercado e para dentro do governo O que o Fed quer é conter a inflação mas sem provocar uma recessão. Ou seja, o objetivo é que a economia americana faça um pouso suave, quer dizer, não entre em recessão, apenas reduza um pouco o ritmo de crescimento de forma a consolidar uma inflação mais baixa e possibilitando que os juros fiquem mais próximos de seu nível histórico.
O dado de emprego dos Estados Unidos, o payroll, veio bem acima do que o mercado esperava, com a criação de 254 mil vagas. A princípio falar de aumento do emprego nos Estados Unidos parece não ter nada a ver com a gente aqui no Brasil, mas tem. Vivemos num mundo conectado, principalmente pelo mercado financeiro, e o emprego nos EUA é um indicador acompanhado globalmente. Isto porque, se a criação de empregos é mais baixa ou se tem um aumento do desemprego, isso se refletirá na atuação banco central americano, o Fed, na intensidade da redução da taxa de juros americana e isso nos afeta. Campos Neto volta a falar em juro real exagerado e reforça posição da Moody's, que vê risco fiscal moderado no Brasil Os recados do Copom: vai devagar com a alta de juros, a situação externa melhorou e não avisará antes sobre os próximos passos Os bancos centrais americano e brasileiro deram início no mês passado a trajetórias contrárias na direção dos juros. O Brasil iniciou um ciclo de alta dos juros para conter a pressão inflacionária e os Estados Unidos, depois de um período mantido em patamar alto para o padrão americano, começou uma trajetória de queda, temendo que esses juros muito altos, por muito tempo, pudessem levar a economia a uma desaceleração excessiva. O que levou o Fed ao início do ciclo de queda de juros, com a redução de 0,50 na última reunião, foram justamente dados ruins na área de emprego. A divulgação, nesta sexta-feira, geração de cem mil vagas a mais do que os analistas projetavam, gera dúvidas se o dado anterior foi um episódio isolado, se não há uma tendência de queda da economia que se vislumbrava. É esse cenário que vai ditar o ritmo da redução de juros americanos e isso impacta a economia brasileira. Dados do MapBiomas traduzem em números o que já se sabia: derrubam a Amazônia para plantar capim e boi pastar Quando o BC sobe a Selic e os EUA reduzem os juros americanos, isso facilita a vida do Brasil. Na prática, significa que o Brasil precisa subir menos juros para atingir o mesmo objetivo: atrair capital, reduzir a cotação de dólar e com isso diminuir a pressão sobre os preços, controlar a inflação. E essa não é uma conexão que se dá apenas com a economia brasileira. A maior economia do mundo tem reflexos no mercado global. Os EUA são a economia que emite o dólar, a moeda mais desejada mundo afora, que tem a maior dívida e, portanto, suga a poupança das economias globais quando mantém os juros muito altos. Quando os juros americanos começam a cair, o capital fica mais propenso, como eles dizem, a aceitar risco e migra para outros mercados, como brasileiro, e isso reduz a cotação do dólar, como expliquei. Confira: O duplo recado de Fernando Haddad na melhora da nota pela Moody’s, para o mercado e para dentro do governo O que o Fed quer é conter a inflação mas sem provocar uma recessão. Ou seja, o objetivo é que a economia americana faça um pouso suave, quer dizer, não entre em recessão, apenas reduza um pouco o ritmo de crescimento de forma a consolidar uma inflação mais baixa e possibilitando que os juros fiquem mais próximos de seu nível histórico.
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