Enel quer renovar concessão de distribuição de energia em São Paulo por mais 30 anos

Prefeito Ricardo Nunes chegou a pedir saída da empresa após apagão que deixou 2 milhões sem energia O CEO Global da Enel, Flavio Cattaneo, revelou nesta segunda-feira que a empresa, que vem enfrentando críticas de autoridades por problemas na prestação do serviço de distribuição de energia em São Paulo, tem a intenção de renovar a concessão por mais 30 anos. Cattaneo falou durante evento de apresentação do novo ciclo de investimentos da empresa entre 2025 e 2027. — Quando a Enel conseguiu a concessão em São Paulo houve uma disputa acirrada com outra empresa. A concessão expira nos próximos quatro anos, e queremos que ela seja renovada — disse. Apagão em SP: Da poda de árvores à previsão de riscos, quem é responsável por cada aspecto da crise de energia Vaca muerta: Brasil e Argentina assinam hoje acordo sobre gás; entenda Cattaneo lembrou que a cidade foi afetada por um evento climático muito forte em outubro, que deixou mais de três milhões de pessoas sem energia. Ventos de mais de 107 km/h atingiram a capital paulista provocando danos às redes de distribuição. Algumas pessoas ficaram sem o serviço por seis dias. Em novembro de 2023, um temporal também deixou dois milhões de clientes no escuro, alguns por quase uma semana. A concessão em São Paulo vence em 2028. A empresa atua também no Rio de Janeiro (concessão vence em 2026) e no Ceará (2028). A Enel assumiu a concessão da distribuição de energia elétrica em São Paulo em 2018, após adquirir por R$ 5,5 bilhões a AES Eletropaulo em leilão na Bolsa de Valores. A demora em restabelecer a energia nos últimos eventos causou críticas do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que defendeu a saída da empresa da cidade, assim como do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Initial plugin text O prefeito chegou a pedir à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão com a Enel. Por ser uma empresa sob concessão federal, a Enel é submetida às regras da Aneel, agência federal que faz a regulação e a fiscalização das concessionárias de energia. No início do mês, o governo de SP entrou com ação contra Enel por apagões de 2023 e 2024. Setor elétrico: Governo prevê investimentos de até R$ 500 bi com renovação de contratos Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a melhora do serviços. No domingo, Lula se encontrou com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Entre outros temas, eles debateram a “necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado” pela empresa de distribuição de energia Enel, cujo capital tem participação do governo italiano. Lula e Giorgia Meloni estiveram em uma reunião paralela, antes do início do encontro do G20, no Rio. Segundo a Presidência da República, foi debatida a atuação da empresa especialmente em São Paulo. Lucro de € 5,8 bilhões A Enel fechou os primeiros nove meses de 2024 com lucro de € 5,8 bilhões, apesar da queda nas receitas de 17,1%. No período, a receita total da companhia foi de € 57,6 bilhões, segundo balanço recente divulgado pela companhia. No Brasil, a empresa obteve uma receita de € 5,665 bilhões, entre janeiro e outubro, ante os € 5,805 bilhões obtidos no mesmo período de 2023. Incerteza: A França pode bloquear o acordo Mercosul - União Europeia? Entenda Hoje, a empresa revelou que pretende investir € 6 bilhões na América Latina na distribuição de energia entre 2025 e 2027. No ciclo anterior, a empresa (2024 a 2026) a Enel tinha anunciando investimentos de € 3,5 bilhões na região. No evento desta segunda, a empresa não detalhou quanto será investido especificamente no Brasil. A Enel atua também no Chile, na Argentina e no Peru. — Falando da América Latina, e principalmente falando no Brasil, nosso propósito é ser rentável com nossas novas atividades — afirmou Cattaneo. A Enel foi fundada em 1962 como uma estatal italiana, mas abriu o capital nos anos 1990. O governo italiano ainda é acionista, detendo 23,6% das ações da companhia.

Nov 18, 2024 - 12:42
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Enel quer renovar concessão de distribuição de energia em São Paulo por mais 30 anos

Prefeito Ricardo Nunes chegou a pedir saída da empresa após apagão que deixou 2 milhões sem energia O CEO Global da Enel, Flavio Cattaneo, revelou nesta segunda-feira que a empresa, que vem enfrentando críticas de autoridades por problemas na prestação do serviço de distribuição de energia em São Paulo, tem a intenção de renovar a concessão por mais 30 anos. Cattaneo falou durante evento de apresentação do novo ciclo de investimentos da empresa entre 2025 e 2027. — Quando a Enel conseguiu a concessão em São Paulo houve uma disputa acirrada com outra empresa. A concessão expira nos próximos quatro anos, e queremos que ela seja renovada — disse. Apagão em SP: Da poda de árvores à previsão de riscos, quem é responsável por cada aspecto da crise de energia Vaca muerta: Brasil e Argentina assinam hoje acordo sobre gás; entenda Cattaneo lembrou que a cidade foi afetada por um evento climático muito forte em outubro, que deixou mais de três milhões de pessoas sem energia. Ventos de mais de 107 km/h atingiram a capital paulista provocando danos às redes de distribuição. Algumas pessoas ficaram sem o serviço por seis dias. Em novembro de 2023, um temporal também deixou dois milhões de clientes no escuro, alguns por quase uma semana. A concessão em São Paulo vence em 2028. A empresa atua também no Rio de Janeiro (concessão vence em 2026) e no Ceará (2028). A Enel assumiu a concessão da distribuição de energia elétrica em São Paulo em 2018, após adquirir por R$ 5,5 bilhões a AES Eletropaulo em leilão na Bolsa de Valores. A demora em restabelecer a energia nos últimos eventos causou críticas do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que defendeu a saída da empresa da cidade, assim como do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Initial plugin text O prefeito chegou a pedir à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão com a Enel. Por ser uma empresa sob concessão federal, a Enel é submetida às regras da Aneel, agência federal que faz a regulação e a fiscalização das concessionárias de energia. No início do mês, o governo de SP entrou com ação contra Enel por apagões de 2023 e 2024. Setor elétrico: Governo prevê investimentos de até R$ 500 bi com renovação de contratos Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a melhora do serviços. No domingo, Lula se encontrou com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Entre outros temas, eles debateram a “necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado” pela empresa de distribuição de energia Enel, cujo capital tem participação do governo italiano. Lula e Giorgia Meloni estiveram em uma reunião paralela, antes do início do encontro do G20, no Rio. Segundo a Presidência da República, foi debatida a atuação da empresa especialmente em São Paulo. Lucro de € 5,8 bilhões A Enel fechou os primeiros nove meses de 2024 com lucro de € 5,8 bilhões, apesar da queda nas receitas de 17,1%. No período, a receita total da companhia foi de € 57,6 bilhões, segundo balanço recente divulgado pela companhia. No Brasil, a empresa obteve uma receita de € 5,665 bilhões, entre janeiro e outubro, ante os € 5,805 bilhões obtidos no mesmo período de 2023. Incerteza: A França pode bloquear o acordo Mercosul - União Europeia? Entenda Hoje, a empresa revelou que pretende investir € 6 bilhões na América Latina na distribuição de energia entre 2025 e 2027. No ciclo anterior, a empresa (2024 a 2026) a Enel tinha anunciando investimentos de € 3,5 bilhões na região. No evento desta segunda, a empresa não detalhou quanto será investido especificamente no Brasil. A Enel atua também no Chile, na Argentina e no Peru. — Falando da América Latina, e principalmente falando no Brasil, nosso propósito é ser rentável com nossas novas atividades — afirmou Cattaneo. A Enel foi fundada em 1962 como uma estatal italiana, mas abriu o capital nos anos 1990. O governo italiano ainda é acionista, detendo 23,6% das ações da companhia.

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