'Emocionalmente abalado com a separação da esposa', diz deputado que conhecia suspeito de explosões no STF

Jorge Goetten, do Republicanos-SC, era amigo há 30 anos de Francisco Wanderley Luiz, que chegou a realizar visitas ao gabinete do parlamentar em Brasília A Polícia Federal e a Polícia do Distrito Federal investigam a morte de um homem, de 59 anos, após uma explosão na noite desta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, nas proximidades da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Quase ao mesmo tempo, um carro explodiu a cerca de 500 metros dali, no estacionamento da Câmara. O caso chamou a atenção do deputado federal Jorge Goetten, do Republicanos-SC, que conhecia Francisco Wanderley Luiz, de Rio do Sul, cidade de Santa Catarina. Explosão na Praça dos Três Poderes: veja o que já se sabe até agora sobre o caso Veja também: Após explosão de carro, homem percorreu 400 metros até morrer em nova detonação diante do STF Em entrevista à CBN, nesta quinta-feira, o parlamentar contou que era amigo de Francisco Wanderley, a quem chamava de "França", há pelo menos 30 anos e chegou a recebê-lo no gabinete em algumas ocasiões. No ano passado, quando o amigo esteve no local, o deputado disse ter percebido que "França" estava emocionalmente abalado e não parecia a mesma pessoa que havia conhecido na cidade em que os dois moraram anteriormente no Sul. — Sempre uma pessoa muito pacífica. No ano passado, com sinceridade, eu falei, esse não é o França que eu conheço. Estava emocionalmente abalado, falou muito sobre a separação da esposa. Me pareceu abalado emocionalmente, com a saúde mental abalada. Foi isso que eu senti. Conversamos como amigos e conterrâneos, relembramos nosso tempo de Rio do Sul. Jamais imaginei que ele cometeria um ato desse de suicídio assim, longe de casa — disse Goetten à CBN. Homem morto identificado como Francisco Wanderley Luiz, explode bombas em frente a estátua do Supremo Tribunal Federal. Militares fazem perícia e varredura próximo ao corpo, em frente ao STF. Cristiano Mariz/Agência O Globo Nas redes sociais de Francisco Wanderley, há publicações com ameaças a autoridades e um possível aviso sobre as explosões. Em uma das imagens, ele diz que a PF tem “72 horas” para “desarmar a bomba”. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, quarta-feira, e fala em “grande acontecimento”. O suspeito, que foi derrotado na eleição de 2020 quando tentou ser vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, postou uma foto no plenário do STF e escreveu que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Em outras mensagens, ele fez referências a militares, políticos e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Locais das explosões Editoria de Arte — É de uma família querida de Rio do Sul. Visitou em algumas oportunidades o gabinete e era um empresário de sucesso na época, de eventos. Tinha alugado uma casa em Brasília, gostou muito daqui, pagava anual a casa e usava uma vez ou outra. Um dia me falou que estava ajudando os caras na comunidade aqui em Brasília. Interpretei que ele estava emocionalmente abalado, disse que capinava na rua, na estrada. Então, uma coisa meio estranha da pessoa que eu conhecia, era um empreendedor, um empresário de sucesso lá. Lamentável, lamento o que aconteceu com ele e lamento o ato que ele fez que poderia causar mais vítimas — contou o deputado à CBN. Em agosto deste ano, "França" esteve novamente no gabinete, mas os dois não se encontraram. 'Fortes estrondos' No STF, o plenário foi evacuado após as explosões — alguns ministros ainda permaneciam no local após o fim da sessão. Em nota, o STF afirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”. O texto diz ainda que “servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”. A nota acrescenta que “mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos” e que “a Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF.” O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, conversou por telefone com Lula, Andrei Rodrigues e com a vice-governadora do DF, Celina Leão, além de ter falado por mensagens com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que está na Itália. Barroso acompanha os desdobramentos junto à segurança do STF. Ibaneis tem volta prevista para Brasília na sexta-feira e afirmou que acompanha o caso remotamente “desde o início”. Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado; área é isolada Cristiano Mariz No Alvorada, de onde conversou com Barroso, Lula estava com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no momento das explosões. Eles estavam reunidos para tratar dos detalhes do corte de gastos, que será anunciado depois das reuniões do G20. — Vivemos um tempo de violência política — afirmou Haddad ao GLOBO, após deixar o Alvorada. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter conversado com a vice-governadora do DF após as explosões. Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado Reprodução — Claro que desde o 8 de Janeiro mudaram todos os padrões de seguran

Nov 14, 2024 - 09:56
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'Emocionalmente abalado com a separação da esposa', diz deputado que conhecia suspeito de explosões no STF

Jorge Goetten, do Republicanos-SC, era amigo há 30 anos de Francisco Wanderley Luiz, que chegou a realizar visitas ao gabinete do parlamentar em Brasília A Polícia Federal e a Polícia do Distrito Federal investigam a morte de um homem, de 59 anos, após uma explosão na noite desta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, nas proximidades da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Quase ao mesmo tempo, um carro explodiu a cerca de 500 metros dali, no estacionamento da Câmara. O caso chamou a atenção do deputado federal Jorge Goetten, do Republicanos-SC, que conhecia Francisco Wanderley Luiz, de Rio do Sul, cidade de Santa Catarina. Explosão na Praça dos Três Poderes: veja o que já se sabe até agora sobre o caso Veja também: Após explosão de carro, homem percorreu 400 metros até morrer em nova detonação diante do STF Em entrevista à CBN, nesta quinta-feira, o parlamentar contou que era amigo de Francisco Wanderley, a quem chamava de "França", há pelo menos 30 anos e chegou a recebê-lo no gabinete em algumas ocasiões. No ano passado, quando o amigo esteve no local, o deputado disse ter percebido que "França" estava emocionalmente abalado e não parecia a mesma pessoa que havia conhecido na cidade em que os dois moraram anteriormente no Sul. — Sempre uma pessoa muito pacífica. No ano passado, com sinceridade, eu falei, esse não é o França que eu conheço. Estava emocionalmente abalado, falou muito sobre a separação da esposa. Me pareceu abalado emocionalmente, com a saúde mental abalada. Foi isso que eu senti. Conversamos como amigos e conterrâneos, relembramos nosso tempo de Rio do Sul. Jamais imaginei que ele cometeria um ato desse de suicídio assim, longe de casa — disse Goetten à CBN. Homem morto identificado como Francisco Wanderley Luiz, explode bombas em frente a estátua do Supremo Tribunal Federal. Militares fazem perícia e varredura próximo ao corpo, em frente ao STF. Cristiano Mariz/Agência O Globo Nas redes sociais de Francisco Wanderley, há publicações com ameaças a autoridades e um possível aviso sobre as explosões. Em uma das imagens, ele diz que a PF tem “72 horas” para “desarmar a bomba”. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, quarta-feira, e fala em “grande acontecimento”. O suspeito, que foi derrotado na eleição de 2020 quando tentou ser vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, postou uma foto no plenário do STF e escreveu que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Em outras mensagens, ele fez referências a militares, políticos e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Locais das explosões Editoria de Arte — É de uma família querida de Rio do Sul. Visitou em algumas oportunidades o gabinete e era um empresário de sucesso na época, de eventos. Tinha alugado uma casa em Brasília, gostou muito daqui, pagava anual a casa e usava uma vez ou outra. Um dia me falou que estava ajudando os caras na comunidade aqui em Brasília. Interpretei que ele estava emocionalmente abalado, disse que capinava na rua, na estrada. Então, uma coisa meio estranha da pessoa que eu conhecia, era um empreendedor, um empresário de sucesso lá. Lamentável, lamento o que aconteceu com ele e lamento o ato que ele fez que poderia causar mais vítimas — contou o deputado à CBN. Em agosto deste ano, "França" esteve novamente no gabinete, mas os dois não se encontraram. 'Fortes estrondos' No STF, o plenário foi evacuado após as explosões — alguns ministros ainda permaneciam no local após o fim da sessão. Em nota, o STF afirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”. O texto diz ainda que “servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”. A nota acrescenta que “mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos” e que “a Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF.” O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, conversou por telefone com Lula, Andrei Rodrigues e com a vice-governadora do DF, Celina Leão, além de ter falado por mensagens com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que está na Itália. Barroso acompanha os desdobramentos junto à segurança do STF. Ibaneis tem volta prevista para Brasília na sexta-feira e afirmou que acompanha o caso remotamente “desde o início”. Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado; área é isolada Cristiano Mariz No Alvorada, de onde conversou com Barroso, Lula estava com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no momento das explosões. Eles estavam reunidos para tratar dos detalhes do corte de gastos, que será anunciado depois das reuniões do G20. — Vivemos um tempo de violência política — afirmou Haddad ao GLOBO, após deixar o Alvorada. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter conversado com a vice-governadora do DF após as explosões. Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado Reprodução — Claro que desde o 8 de Janeiro mudaram todos os padrões de segurança dos prédios dos três Poderes. Vamos avaliar (se será necessária mais mudanças). Estão investigando os arredores porque, obviamente, o risco não está totalmente descartado. É momento de se aferir as circunstâncias e ter a cautela devida. O ministro do STF Flávio Dino, que era o ministro da Justiça nos atos do 8 de Janeiro, se manifestou nas redes sociais após o episódio. “A Justiça segue firme e serena. Orgulho de servir ao Brasil na Casa da Constituição: o Supremo Tribunal Federal”, escreveu.

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