ELAPod: Dermatologista desvenda mitos e revela segredos para tratar a pele negra
Katleen Conceição ressalta a importância dos filtros solares com cor e de o mercado atender todas as tonalidades de pele negra A dermatologista Katleen Conceição, de 53 anos, é a convidada desta semana do #ELAPod, o podcast da Revista ELA, que vai ao ar pelo canal do jornal O GLOBO no YouTube e no Spotify. Ela lança hoje, o livro “Dermatologia para pele negra”, na Travessa de Botafogo. Primeira médica a se debruçar sobre a questão no país, ela entende que a falta de estudos e de tecnologias voltadas para as pessoas negras na dermatologia é retrato do racismo estrutural: “Se a gente não se vê, não se questiona. As pessoas brancas olham para seus similares, só que existe um mundo ao redor acontecendo”, afirma, enfatizando que a ausência de referenciais é consequência: “Quando fui estudar dermatologia, só havia livros sobre a pele branca”. Na entrevista ao ELAPod, Kathleen também falou sobre alguns mitos e segredos sobre a pele negra. Um deles, clichê, é de que quem tem pele negra não precisaria de proteção solar. "Isso foi algo negligenciado. 'Ah, a pessoa negra não precisa de proteção porque tem muita melanina'. Nós temos predisposição a manchas e cânceres mais graves, como o melanoma. Sempre avalio o paciente da cabeça aos pés. A indústria e a mídia começaram a falar mais sobre isso", destaca a médica. Katleen conta também ter jogado luz, e chamado a atenção das empresas, sobre a efetividade dos protetores solar com cor. "Teve uma época em que eu usava o filtro branco, mas ele me deixava muito branca, não quero... e aí comecei a misturar com bases. Aí, vieram as empresas, e falaram, vamos começar a fazer tons para pele negra. Mas eles faziam até o tom da Taís (Araujo, atriz), que é mais claro que o meu... e não, tem que fazer pro tom da lupita (Nyong'o, atriz), do Lázaro (Ramos, ator). Temos 35 tonalidades de pele negra". Segundo ela, estudos mostram que filtro com cor protegem mais contra luzes artificiais, como as do computador e da tv. "Eles protegem mais as peles negras, as peles que mancham, e são melhores contra manchas escuras, como o melasma." O livro da médica Katleen Conceição, 'Dermatologia para pele negra' Ana Branco Foco de discussões constantes, a tonalidade das axilas, de acordo com Katleen, devem ser iguais às da sua pele, e não mais escuras. "Se estão mais escuras, isso pode indicar sobrepeso, predisposição à diabetes, irritação pelo uso da lâmina, desodorante, ou suor excessivo. Falamos sobre uniformização da área, e não clareamento. São termos que fazem parte de um racismo estrutural e que temos que aprender".
Katleen Conceição ressalta a importância dos filtros solares com cor e de o mercado atender todas as tonalidades de pele negra A dermatologista Katleen Conceição, de 53 anos, é a convidada desta semana do #ELAPod, o podcast da Revista ELA, que vai ao ar pelo canal do jornal O GLOBO no YouTube e no Spotify. Ela lança hoje, o livro “Dermatologia para pele negra”, na Travessa de Botafogo. Primeira médica a se debruçar sobre a questão no país, ela entende que a falta de estudos e de tecnologias voltadas para as pessoas negras na dermatologia é retrato do racismo estrutural: “Se a gente não se vê, não se questiona. As pessoas brancas olham para seus similares, só que existe um mundo ao redor acontecendo”, afirma, enfatizando que a ausência de referenciais é consequência: “Quando fui estudar dermatologia, só havia livros sobre a pele branca”. Na entrevista ao ELAPod, Kathleen também falou sobre alguns mitos e segredos sobre a pele negra. Um deles, clichê, é de que quem tem pele negra não precisaria de proteção solar. "Isso foi algo negligenciado. 'Ah, a pessoa negra não precisa de proteção porque tem muita melanina'. Nós temos predisposição a manchas e cânceres mais graves, como o melanoma. Sempre avalio o paciente da cabeça aos pés. A indústria e a mídia começaram a falar mais sobre isso", destaca a médica. Katleen conta também ter jogado luz, e chamado a atenção das empresas, sobre a efetividade dos protetores solar com cor. "Teve uma época em que eu usava o filtro branco, mas ele me deixava muito branca, não quero... e aí comecei a misturar com bases. Aí, vieram as empresas, e falaram, vamos começar a fazer tons para pele negra. Mas eles faziam até o tom da Taís (Araujo, atriz), que é mais claro que o meu... e não, tem que fazer pro tom da lupita (Nyong'o, atriz), do Lázaro (Ramos, ator). Temos 35 tonalidades de pele negra". Segundo ela, estudos mostram que filtro com cor protegem mais contra luzes artificiais, como as do computador e da tv. "Eles protegem mais as peles negras, as peles que mancham, e são melhores contra manchas escuras, como o melasma." O livro da médica Katleen Conceição, 'Dermatologia para pele negra' Ana Branco Foco de discussões constantes, a tonalidade das axilas, de acordo com Katleen, devem ser iguais às da sua pele, e não mais escuras. "Se estão mais escuras, isso pode indicar sobrepeso, predisposição à diabetes, irritação pelo uso da lâmina, desodorante, ou suor excessivo. Falamos sobre uniformização da área, e não clareamento. São termos que fazem parte de um racismo estrutural e que temos que aprender".
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